quinta-feira, 21 de outubro de 2010

UM ÚNICO MEDIADOR

O ÚNICO MEDIADOR

“Pois há um só Deus, e um mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que deu-se a si em resgate por todos, a ser testemunhado em tempo oportuno” (I Tim. 2:5,6).
Há um Deus, uma raça humana, e um mediador entre ambos. O único Deus é a unidade que por sí só é a fonte de todas as coisas criadas. O seu caráter é santidade, amor e verdade. A única raça humana originou-se de seus comuns ancestrais, Adão e Eva. A raça humana teve comum origem e constitui uma unidade. A raça humana completa está em pecado e necessita de salvação. O único mediador é Jesus Cristo, o único nascido de Deus. Ele é a única pessoa a qual pode servir como mediador entre o único Deus e a única raça humana. Se Jesus nunca tivesse cumprido seu trabalho como mediador, este trabalho nunca seria cumprido. Incluído nesta verdade portanto estão os fatos da unidade de Deus, a unidade da raça humana, e a singularidade de Cristo.

I- A NECESSIDADE DO HOMEM POR UM MEDIADOR
Antes de Adão pecar a raça humana não necessitava de um mediador. O caráter do homem refletia a aparência moral de Deus, ele vivia em submissão às ordenanças de Deus; ele obedecia a vontade de Deus. O homem andou em companhia de Deus. Um relacionamento divino-humano satisfatório foi sustentado entre Criador e criatura.
Adão e Eva porém, rebelaram-se contra a autoridade de Deus; Eles recusaram obedecer suas leis. A amigável relação divina-humana foi quebrada. O homem caído andou só. Por escolha própria Adão ergueu uma barreira entre ele e Deus. Ele estrondosamente fechou a porta da amizade e trancou-se dentro. As janelas do seu coração que celestialmente tinham sido abertas agora estavam fechadas. Seu coração estava cheio com escuridade. O seu contato vertical com Deus foi destruído. A posteridade de Adão, portanto, foi nascida com caráter diferente de Deus, oposta ao seu governo e pré-disposta a transgredir as leis de Deus.
Os pecadores estão ante Deus como criminosos sob condenação, como inimigos estranhos à amizade de Deus, e como os que não tem contato vital com Deus. Considere a imagem obscura da posição do pecador ante Deus as revelado em Efes. 2:12; “Naquele tempo vós estáveis sem Cristo, sendo estranhos a comunidade de Israel, e estranhos ao concerto da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.” Que contraste existe entre o único Deus na sua santidade e a única raça humana em seus pecados!
Visualize uma moderna rodovia no platô de uma alta montanha que repentinamente chega a um abrupto fim na extremidade de um profunda fenda. Pelo largo desfiladeiro o acentuado declive desse rude precipício que forma a parede oposta do canion. Lá do alto da montanha se vê a continuação da rodovia. Para alcançar o outro lado do vale seria necessário descer uma parede vertical de rocha sólida, cortar esse caminho pela densa floresta tropical, e então escalar o íngreme do lado oposto.
Esta é a imagem do imenso vão entre Deus e o homem. O homem deliberadamente se revoltou contra Deus e criou um intransponível vão entre criatura e Criador. Uma montanha íngreme figura Deus na sua santidade. O outro aclive no lado oposto da fenda representa a raça humana em seus pecados.
Deus na sua infinita santidade não pode perdoar pecadores a menos que Sua justiça seja satisfeita pelo pagamento pela pena do pecado. O homem no seu pecado não pode experimentar a vida eterna, realização própria, luz espiritual e verdadeira liberdade, se separado de um adequado relação com Deus. Deve existir um ponte ao longo da brecha de forma a haver uma contínua rodovia de mão dupla entre o homem e Deus. Sem esta estrutura os pecadores não podem encontrar salvação e as bênçãos de Deus não podem fluir nas vidas dos homens.
O homem através de esforço próprio nunca poderia construir uma ponte entre ele e deus. Salvação não originou-se no homem; e não é baseada na obra humana. Salvação origina-se em Deus, é planejada pela sua sabedoria, preparada pelo seu amor, e efetuada através de Seu poder. Jesus Cristo como mediador é a ponte entre Deus e os homens.
Esta ponte é uma realidade pela iniciativa divina. “Deus amou tanto o mundo que Ele deu...” Deus é quem ergueu entre Ele e o homem.


II- CRISTO O ÚNICO MEDIADOR
Jesus é uno e único mediador entre o único Deus e a única raça humana. Ele é o único Salvador, o suficiente sacrifício, o perfeito e eterno Sumo – Sacerdote. Ele só está qualificado a servir como Mediador. Ele é o único que se requer. Ele exclui todos os outros. Nenhuma pessoa poderia jamais ocupar sua posição ou executar Sua obra de mediador. Nem anjo, nem animal, nem pecador poderia Ter servido como mediador. Jesus permanece só na sua habilidade de maneira a cumprir os requisitos necessários de um mediador entre Deus e os homens.
Existe um sentimento crescente entre os modernos pensadores os quais sugerem a criação de uma religião universal para toda a humanidade. Eles sentem que as religiões pagãs são tão válidas quanto o Cristianismo. Eles podem concordar que o Cristianismo é superior a outras religiões, mas negam que ela é o exclusivo meio de salvação .Eles insistem que todas as religiões tem alguns bens elementos. Cada religião tem algum fator no qual é superior à todas as outras. Eles sugerem que ele deveria combinar com os melhores elementos de todas as religiões de forma a criar uma fé mundial e uma igreja mundial.
A Universidade no Estado de Oregon, patrocinou por cinco dias um parlamento de Religiões Mundiais em celebração ao seu 75º aniversário. Somando-se aos oradores representando o protestantismo, catolicismo, judaismo, representantes do hinduísmo, budismo, confucianismo, taoismo, islamismo e ortodoxos orientais foram convidados.
O presidente da sociedade Muçulmana dos E.U.A, declarou:
“Quer Ele seja Allah, Jeová, ou Deus – Ele é o mesmo Deus. Para chegar a Ele, os caminhos são diferentes, mas todas são veredas de verdade para os que creêm Nele”.
Dr. William Ernest Hocking, maioral do Depto de Filosofia na Universidade de Harward expressou pensamentos similares no seu livro Living Religions e The World Faith.
Dr. Wilbur M. Smith, que se opõe a essa crescente tendência em direção à uma religião eclética, cita o professor Edgar Brightman, professor de filosofia na Universidade de Boston desde 19l9:
“A Igreja Cristã virá a ser reconhecida no Budismo e Hinduismo, Confucionismo e Modernismo, outros caminhos a Deus. O cristão tratará representantes de outras religiões, não como pagãos inimigos da fé”. (Smith, Wilbur Op. cit. pág. 94)
Um editorial na revista Life oferece o seguinte comentário sobre a posição do nosso Senhor de que nenhum homem pode vir ao Pai exceto através Dele:
“Esta é certamente uma simples declaração, ainda que poucas palavras apresentem mais dificuldades para a mente moderna. Isso significa que uma única Igreja, ou uma única fé, seja o caminho para Deus? Tomado literalmente, ele condenaria todos os santos homens que chegaram a Deus através de outras religiões – o caminho de Tao, do Hinduismo, do Gautama, ou Mohamed. Um Deus tão paroquial que exclui estes santos estrangeiros de seu reino não soa como um Deus de misericórdia pregado por Cristo.
Como leitores da serie Life sobre Grandes Religiões são avisados que Cristianismo não é a única estrutura de uma verdadeira vida espiritual. O estudo comparativo das altas religiões requer respeito para todas e tem direcionado os homens a encontrar em todas elas, “alguma verdade”. Tonybee, por exemplo, crê que há variações num único tema, de forma que todos os componentes desta esfera de músicos celestiais podem ser audíveis na terra simultaneamente, e com igual claridade a um par de ouvidos humanos, o feliz ouvinte se encontraria ouvindo não uma discórdia, mas uma harmonia. (“Ways to God” Life, Abril 11, 1955, pág 48).
Os homens que estão trabalhando pela união de todas as religiões admitem o fato de que todas as religiões são diferentes e apresentam alguma variação das ordenanças. O hinduismo diz: “ A verdadeira norma é observar e fazer pelas coisas dos outros como se faz por suas próprias. “Confucionismo diz: “Alguém deveria buscar para os outros a felicidade que deseja para si”. Zoroastrianismo: “faça como você teria feito. “Islam: “Não permita que nenhum de vós trate seu irmão de forma que não o agrade” ou “Nenhum de vós é um cristão até que ame a seu irmão assim como ama a si”. Judaismo ensina: “Qualquer coisa que não desejes que teu vizinho te faça, não faça a ele”
A lei áurea cristã diz: “Todas as coisas que porventura desejais que vos faça os homens, façai vós também a eles”.
Cristianismo não é meramente uma religião entre muitas. É a religião. Jesus é o único salvador. Cristianismo é o único caminho a Deus. Todas as outras religião são estradas sem saída. Os líderes das religiões pagãs podem Ter sido “homens santificados”, mas eles são pecadores perdidos separados de Cristo. Jesus disse, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida: nenhum homem vem até o Pai, senão por mim”. (João 24:6).
Pedro declarou, “Em nenhum outro há salvação: pois não há nenhum outro nome no céu dado entre os homens, pelo qual devemos ser salvos”.
(Atos 4:12). Paulo escreveu: “Há um Deus, e um mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus”. (I Tim. 2:5). Jesus é o único elo redentivo entre o céu e a terra – Ele é a única ponte entre o Criador e a criatura.Ele é a única porta entre Deus e o homem. Se o homem fecha essa porta, não há outra oportunidade para salvação.
Cristianismo é a religião perfeita de Deus para toda a raça humana. É o fim de todas as religiões, a qual não tem fim. É a revelação final de Deus aos homens. Todo o futuro progresso religioso será um crescimento da humanidade dentro (mas não além) do Cristianismo, ou uma mais completa percepção e aplicação do espírito e exemplo de Cristo. O reino de Deus na terra intenciona-se a abraçar todas as nações e durar para sempre. Cristianismo é a mais racional de todas as religiões, e é coerente com a mais alta cultura. Suas doutrinas e fatos são inclusive acima, mas não contra a razão, e a maior razão é elevada e purificada, a proximidade dá acesso à revelação. A religião cristã direciona a honra de grandes intelectos, assim como da mais humilde criança. Outras religiões não podem tolerar o toque da crítica, nem sobreviver a um avançado estágio de cultura intelectual. Cristianismo é a religião da humanidade Ela é católica e universal, adaptadas a toda a raça humana, enquanto que todas as outras religiões em capacidade e extensão são étnicas, limitadas a uma ou mais nações.
Cristianismo é universal não só quanto à extensão, mas também internamente, no que é oportuno a todas as classes, estados e condições do homem. Ele traz a mesma benção a todos, e requer as mesmas obrigações de todos. Ele é compatível com toda a forma de governo, com todo o tipo de sociedade, com toda a grade de cultura e com todo o largo progresso e desenvolvimento, físico, intelectual e moral. Ele nunca pode ser substituído ou recolocado. O cristianismo é pleromático. É a plenitude e harmonia de todas as verdades as quais estão espalhadas através das diferentes religiões, sem seus defeitos e erros correspondentes. Ele é a verdade central que compreende todas as outras verdades. (Schaff, Philip. Theological Propardentic, New York: Scribners, 1904, pp. 59-62).

III- O ÚNICO MEDIADOR NECESSÁRIO
Jesus é o único mediador requerido; Sua obra é completa, auto-suficiente, e eternamente eficaz. Há uma só ponte que cruza o abismo entre Deus e o homem; não há necessidade por nenhum outro. Nada poderia se estender entre o crente e Deus, exceto Jesus Cristo. Quando Ele se coloca entre os dois, Ele não é uma barreira nem um bloqueio; Ele é uma janela pela qual de pode ver Deus e uma porta aberta pela qual se pode entrar em comunhão com Deus.
O sacrifício de animais e sacerdotes humanos são hoje desnecessários.
A epístola aos Hebreus mostra que os sacrifícios e sacerdotes do antigo testamento meramente apontaram em direção ao perfeito trabalho de Cristo.
Como o eterno Sumo Sacerdote e auto-suficiente sacrifício, Jesus substitui e repôs todos os outros. Não há necessidade de um sistema sacerdotal terreno para mediar entre o crente e Deus. A igreja Católica Romana ensina que os pecadores vem em contato com Cristo através da direta união com a igreja; a Bíblia ensina que eles se tornam parte da igreja pela união direta com Cristo.
O catolicismo Romano assegura que Maria e outros santos mortos são intercessores através dos quais se pode orar a Deus. De acordo com a Bíblia, os homens mortos estão inconscientes em suas sepulturas. “Não há trabalho, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria, na sepultura, para onde vais” (Ecles. 9:10).É inútil orar à Maria, Pedro, Paulo, João, ou qualquer outra pessoa morta; eles não podem ouvir suas orações, e eles não podem orar a Deus enquanto estão mortos. Os méritos de Jesus quanto ao Sacrifício e Intercessor são infinitos. Seu sacrifício é auto-suficiente; portanto Ele é o único mediador que o homem necessita.

A Natureza de Jesus O Cristo.

A NATUREZA DE CRISTO
Visto que o Cristianismo é a única religião verdadeira e que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens, somos levados a buscar saber sobre a origem e natureza dessa singular pessoa, Jesus.
Jesus não é um personagem legendário da antiga mitologia, assim como Júpiter, Hércules e Apolo. Ele é tampouco um anjo em disfarce ou uma estranha criatura de outro planeta. Ele não é um meio homem que um dia decidiu começar uma nova religião. Ele também não é um charlatão religioso ou um impostor. Ainda mais, Ele não é uma edição especial de luxo da humanidade resultante do processo de evolução aplicado ao caráter humano.
Jesus é o unigênito filho de Deus. Nascido da virgem Maria, Ele mantém uma relação especial com Deus e uma relação especial com o homem. Ele é filho de ambos, homem e Deus. Tendo essa natureza singular, Ele está hábil para servir como mediador entre Deus e a humanidade. Ele é um “arbitro entre nós, que estende a mão sobre nós ambos. (Jó 9:33). Jesus é sem pecado. Na sua pureza e perfeição, Ele está apto a que nenhum outro indivíduo pode fazer. Ele por si está qualificado a ser uma ponte entre Deus e o homem.

I- JESUS NO PLANO ETERNO DE DEUS
Jesus teve sua origem na mente e plano de Deus. Sua vida e obra foram pré conhecidas e planejadas por Deus desde o princípio dos tempos. “Conhecidas de Deus são todas as suas obras desde o princípio do mundo” (Atos 15:18). Imaginado por sua sabedoria, proporcionado por seu amor, e formado mediante o seu poder, o plano de salvação de Deus encontra o seu centro na pessoa e obra de Jesus Cristo.
(Efes. 1:9,10; 3:11).
Antes de Adão pecar ou ainda antes de ser criado, Deus sabia que a humanidade necessitaria de um Salvador. O Cordeiro de Deus, por isso, “em verdade foi ordenado antes da fundação do mundo.” (I Pedro 1:20).
Seu sacrifício era tão certo e um fator de tamanha importância no plano de salvação de Deus que Ele é descrito como “o Cordeiro morto desde a fundação do mundo” (Apoc. 13:8). Este é um exemplo do que Deus chama “coisas que não são como se fossem” (Rom. 4:17).
Jesus não existiu como uma pessoa até que nasceu em Belém. Contudo, Ele existiu na mente e plano de Deus desde a eternidade. Com isso em mente, Jesus referiu-se à “glória a qual tinha antes que o mundo existisse (João 17:5), e Ele disse, “Tu amaste me antes da fundação do mundo” (João 17:24).
Os benefícios do evangelho que se fizeram possíveis pelo sacrifício de Cristo eram conhecidos por Deus desde o princípio e estavam inclusos no seu plano de salvação.
A esperança de vida eterna foi prometida “antes que o mundo existisse” (Tito 1:2), o reino foi preparado “desde a fundação do mundo” (Mat. 25:34); e a graça salvadora foi dada em Cristo “antes que o mundo começasse” (II Tim. 1:9).
Jesus é o ponto focal de toda a obra divina. Tudo o que Deus tem feito em relação ao homem e terra foi concebido com Cristo em mente. Todas as coisas foram criadas “para Ele” (Col. 1:16).
Deus apontou seu filho como herdeiro de todas as coisas e por Ele preparou o mundo. (Heb. 1:2). Quando Deus criou nosso planeta e por Ele preparou o mundo. (Heb. 1:2). Quando Deus criou nosso planeta, Ele sabia que algum dia seu filho seria nascido aqui, daria seu filho como sacrifício pelo homem, ressuscitaria da morte, ascenderia ao céu, e mais tarde retornaria para governar sobre todas as nações. É da vontade de Deus que os pecadores redimidos sejam “conforme a imagem de seu filho, de forma que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.(Rom. 8:29). Ele planeja que seu filho seja a suma de toda a Sua obra “que em todas as coisas tenha preeminência” (Col. 1:18), “o primeiro nascido de toda criatura” (Col. 1:15), e “o princípio da criação de Deus” (Apoc. 3:14). Muitos homens viveram antes de Cristo, mas Ele é superior a todos. Como o último Adão, Jesus é superior ao primeiro Adão.(I Cor. 15:45,46). Ainda que mais jovem em idade, Jesus é superior a João Batista. (João 1:15,30). Ainda que Abraão era o pai da fé e fundador da nação de Israel, Jesus é superior a qualquer posição que Abraão tenha ocupado. (João 8:58).
“Ele é antes de todas as coisas” (Col. 1:17); nenhum homem é superior a Ele.

II- O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO
Nosso Salvador teve um nascimento sobrenatural. Ele foi nascido de Maria, uma mulher judia que era uma virgem. Ele teve uma mãe terrena, mas não tem um pai terreno. Através do seu poder, o Santo Espírito, Deus trouxe por concepção biológica a Jesus através de Maria.
O anjo disse a Maria, “Eis, que tu conceberás em teu ventre, e darás luz a um filho, e chamará seu nome Jesus... Então disse Maria ao anjo, Como isto será , visto que não conheço um homem? E o anjo respondeu e disse a ela, o Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá: e também o Santo que de ti nascerá será chamado o filho de Deus”. (Lucas 1:31, 34,35).
Na concepção de Jesus, Maria estava desposada a José, mas eles não estavam casados ainda. Entretanto, José “não a conheceu até que ela deu à luz ao seu filho primogênito” (Mat. 1:25).
Mateus escreveu: “Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajustarem achou-se ter concebido do Espírito Santo.
Então José seu marido, como era justo, e não desejando fazer dela exemplo público, intentou deixá-la em secreto. Mas, quando ele pensou nestas coisas, o anjo do Senhor apareceu a ele num sonho, dizendo: José, tu filho de Davi, não temas em tomar para ti Maria como tua esposa: pois o que nela está concebido é do Espírito Santo.
E ela dará a luz a um filho, e tu chamarás seu nome Jesus: pois ele salvará seu povo de seus pecados. Agora tudo isto foi feito para se cumprir o que foi dito pelo Senhor pelo profeta, dizendo, Eis que a virgem estará com a criança, e dará luz a um filho, chamarão o seu nome Emanuel, o que interpretado é, Deus conosco. Então José, sendo levantado do sono fez como o anjo do Senhor lhe tinha ordenado, e toma para si sua esposa; e não a conheceu até que deu à luz a seu filho primogênito: e ele chamou seu nome Jesus. “(Mat. 1:18-25).
Referindo-se ao nascimento virgem de Jesus, Paulo escreveu:
“Vindo a plenitude dos tempos , Deus enviou seu filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei” (Gal. 4:4). A primeira profecia messiânica na Bíblia descreve Jesus como a semente da mulher. Deus dirigiu à serpente: “ Eu porei inimizade entre ti e a mulher e entre tua semente e sua semente, ela ferirá tua cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”(Gen. 3:15). O nascimento miraculoso de Jesus cumpriu a profecia de Isaías: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal; e eis que uma virgem conceberá, e dará luz a um filho, e chamará o seu nome Emanuel” (Isa. 7:14).
Jesus não era o filho de José. Ele “não foi gerado do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. (João 1:13, veja a nota de Bullinger deste verso na Companion Bible). José foi meramente o pai adotivo de nosso Senhor: Mateus 1:2-17 registra a genealogia de José; Lucas 3:23-33, a genealogia de Maria. Ambos José e Maria foram descendentes de Davi. O ancestral de José foi o filho de Davi, Salomão; o ancestral de Maria foi o filho de Davi, Natã . José era o filho de Jacó (Mat. 1:16), enquanto que o genro do pai de Maria, Heli (Lucas 3:23). De acordo com Mateus 1:16, “Jacó gerou José,”, mas José não gerou Jesus. José é descrito como “ o marido de Maria, da qual nasceu Jesus, o qual é chamado Cristo”.
Estudantes da Bíblia tem afirmado que se Jesus fosse o filho de José, Ele estaria excluso de se assentar sobre o trono de Davi e governar sobre a casa de Jacó, pois José é descendente de Jeconias (Mat.1:11).
Jeconias também era conhecido por Jeconias ou Conias. Em relação a ele, Deus disse: “Escrevei que este homem sem filhos, um homem que não prosperará nos seus dias: que nenhum homem da sua semente prosperará, assentando-se sobre o trono de Davi, e reinando mais em Judá” (Jer. 22:30). Este homem foi ancestral de José, mas não de Maria.

IV- NEGAÇÃO DO NASCIMENTO VIRGINAL
Muitos teólogos liberais negam o nascimento virgem de Jesus. Eles crêem na paternidade humana de Jesus ou que Ele é o filho de José. Eles consideram-no meio humano. Um grupo de teólogos explica que muitos versos bíblicos os quais claramente designam Jesus como o filho de Deus dizendo que todos os homens são filhos de Deus; todos os homens são divinos. Um outro grupo explica estes versos afirmando que Jesus é o filho adotivo de Deus. Eles ensinam que Jesus foi o filho de José por nascimento natural e se tornou o filho de Deus por adoção.
Alguns que adotou a teoria da adoção afirmam que Deus adota a Jesus como seu filho, quando Jesus foi batizado no Rio Jordão (Mat. 3:17); enquanto outros, quando Jesus ressuscitou da morte para a imortalidade (Rom. 1:4). Todas estas teorias são mentirosas. Todos os homens não são divinos; Jesus é o único nascido de Deus, Jesus é o filho de Deus por nascimento sobrenatural, não por adoção. Deus proclamou a Jesus como seu filho no seu batismo e transfiguração, e mostrou isto ressuscitando o da morte, no entanto o fato de nosso Salvador ser filho divino se deu pela realidade de seu nascimento.

IV- CONSIDERAÇÕES ÀS OBJEÇÕES DO NASCIMENTO VIRGINAL
1. NEGAÇÃO DOS MILAGRES: A filosofia materialista e teologia liberal nega a realidade dos milagres e o sobrenatural. Assim como outros milagres Bíblicos, a concepção sobrenatural de nosso Senhor é rejeitada por homens que asseguram estas teorias.
2. JESUS MENCIONADO COMO FILHO DE JOSÉ: Alguns negam que Jesus é o unigênito filho de Deus porque Ele é mencionado como filho de José em alguns versos; “Jesus...sendo (como suposto) o filho de José” (Luc. 3:23); “Sua mãe lhe disse, Filho, por que fizeste ter isto conosco? eis que, teu pai e eu o temos procurado preocupadamente”. (Luc. 2:48); “Não é este o filho do carpinteiro?” (Luc. 4:22), “Este não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos?” (João 6:42); “Nós o temos encontrado, de quem Moisés escreveu na lei e nos profetas, Jesus de Nazaré, o filho de José.” (João 1:45).
O significado da frase “ como era suposto” em Lucas 3:23 é “como considerado por lei” (Bullinger, The Companion Bible). Jesus era o filho de José por adoção ou de acordo com a lei. As frases nos versos acima que figuram uma relação pai-filho entre José e Jesus implica numa responsabilidade legal, mas não uma paternidade natural.
Quando Maria encontrou Jesus no templo em Jerusalém, ela referiu-se a José como seu pai, Ela disse, “Teu pai e eu o temos procurado preocupadamente.” (Luc. 2:48). Isto era legalmente correto. De acordo com a lei, José tinha responsabilidade por Jesus. Na resposta de nosso Senhor é Maria, Ele revelou-se a identidade de seu verdadeiro Pai: “ Não sabiam vós que eu devo cuidar dos assuntos de meu Pai?” (Luc. 2:49).
Os outros versos os quais referem-se a Jesus como filho de José traz palavras ditas pelo povo de Nazaré e outros que desconheciam o miraculoso nascimento de Jesus. A incomum concepção de Jesus não era de público conhecimento entre vizinhos e habitantes tradicionais de Nazaré. “Sua mãe guardou todas estas coisas no seu coração” (Luc. 2:51). Assim era comum que o povo se referisse a Jesus como o filho do carpinteiro.


3. A PALAVRA HEBRAICA ERRADA
O nascimento virgem de Jesus está predito em Isa. 7:14, “Eis, uma virgem conceberá, e dará luz a um filho, e chamará o seu nome Emmanuel” A palavra hebraica traduzida “virgem” neste verso é “almah”. Almah significa uma senhorita ou jovem mulher. A palavra hebraica para virgem no sentido técnico é betulah. Toda betulah era uma almah, mas nem toda almah não era betulah. A almah neste verso, contudo, poderia ter sido uma virgem, mas também poderia ser uma jovem mulher casada.
O uso da palavra hebraica almah em Isa. 7:14 está de acordo com o plano divino pois o texto é de dupla profecia. A profecia foi um sinal para Acaz, se cumpriu em que uma jovem mulher casada teve um filho e outros detalhes da profecia aconteceram (V. 16). Esta profecia também referiu-se ao nascimento virgem de Cristo. Se o hebraico betulah, virgem, fosse utilizado, a profecia teria sentido singular no cumprimento; exemplo, em Maria. O uso da palavra hebraica almah, jovem mulher, tornou possível na profecia estar em referência à Maria bem como à jovem mulher no tempo de Isaías. Maria era ambos virgem e jovem mulher.

A profecia é citada como tendo cumprimento em Mateus 1: 23, onde a palavra grega para “virgem” é parthenos, uma virgem no sentido técnico. Esta palavra corresponde ao hebraico bethulah. O equivalente para almah no Grego é neanis. A Versão Revisada da Bíblia (Revised Standart Version) com precisão confirma a palavra almah “a uma mulher jovem” em Isaias 7; 14 e parthenos, “uma virgem” em Mat. 1: 23.
4. Narrativas do nascimento virginal de Cristo são espúrias. Visto que a Bíblia claramente ensina o nascimento virginal de Jesus, os homens que negam esta verdade se esforçam por eliminar as narrativas do nascimento virginal na Bíblia. Eles defendem que os escritos que se referem ao nascimento virginal são espúrios; eles não são genuínos, eles não são inspirados de Deus. Estes homens afirmam que a narrativa foi inserida na Bíblia séculos depois, de forma a assegurar uma falsa doutrina.
Esta objeção não está fundamentada sobre fatos. Os textos que se referem ao nascimento virginal de Jesus são genuínas partes do Novo Testamento. Estes versos são encontrados nas mais antigas cópias do Novo Testamento que estão em posse do homem. As três mais velhas cópias do Novo Testamento, escritas no quarto e quinto séculos, são o Sinaitc, Vatican e Alexandrian Manuscripts. Todos contém textos os quais fazem referência ao nascimento virginal.
Os homens que viveram durante os séculos entre a vida dos apóstolos e o Concílio de Nicea são conhecidos como os Pais Ante Nicenos. Estes homens escreveram muitas cartas e livros nos quais citavam versos da Bíblia. Os escolares nos contam que estes Pais Ante Nicenos citaram toda a Bíblia de uma forma ou outra. Estes homens creram no nascimento virginal de Cristo e citaram as narrativas do nascimento virginal de Mateus e Lucas, os quais eles reconheceram como parte genuína da Bíblia. O nascimento virginal de Cristo era crido pela Igreja primitiva desde o princípio e está colocada nos mais antigos credos da Cristandade.
5. Argumento do Silêncio. Uma outra objeção contra o nascimento virginal de Cristo é que está registrada em somente dois evangelhos. O resto do Novo Testamento, afirmam os opositores, fazem silêncio sobre isso. Eles dizem que os apóstolos não fazem menção do ensino e nunca pregaram sobre o tema, e Paulo não escreveu sobre isso em suas epístolas.
Esta objeção não é válida para rejeição do nascimento virginal de Cristo. Vários livros do Novo Testamento fazem silêncio à muitas verdades Bíblicas. Os assuntos discutidos são determinados pelo propósito para o qual os livros foram escritos. Os Atos dos Apóstolos não faz referência ao nascimento virginal, mas deve se lembrar que ele foi escrito pelo mesmo homem que anteriormente escreveu o Evangelho de Lucas, onde o nascimento de Cristo é narrado. Algumas parábolas de nosso Senhor estão registradas em apenas um evangelho, mas o silêncio dos outros evangelhos não indicam que estas parábolas nunca foram expressas. Algumas das epístolas de Paulo não fazem menção do batismo ou do serviço de Comunhão, mas este fato não significa que ele não ensinou e praticou estas ordenanças. Uma verdade da Bíblia seria digna de crédito mesmo que fosse mencionada uma única vez na Bíblia. O nascimento virginal de Cristo é mencionado em ambas as narrativas do nascimento do nosso Senhor. Esta verdade era crida pelos apóstolos, e Paulo referiu-se a ela quando ele escreveu: “Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher” (Gálatas 4: 4).
6. Outras Objeções. Outras objeções levantadas contra o nascimento virginal de Cristo incluem: a impossibilidade biológica; o ser mítico na origem; a história foi inventada por Mateus para mostrar o cumprimento da profecia; e existem diferenças entre as narrativas de Mateus e Lucas.
Aquilo que pode ser impossível para o homem é possível para Deus. Partenogênesis, o desenvolvimento de uma célula de um ovo sem a fertilização de uma célula de esperma tem sido observada em algumas plantas e animais. Não há similaridade entre o nascimento de Jesus e o nascimento dos heróis da mitologia pagã. Nenhum dos casuais nascimentos dos heróis da mitologia foi um atual nascimento virginal. Mateus e Lucas não foram influenciados pelos mitos pagãos. Eles não inventaram a história do nascimento de Cristo. Os acontecimentos de Seu nascimento não são contraditórios, e sim complementares. Não há uma só objeção válida contra a verdade que Jesus nasceu de uma virgem, sem um pai humano.

A Humanidade de Cristo
Jesus é o Filho do Homem. Ele possui a verdadeira humanidade. Durante o Seu ministério terrestre, Ele era como todos os homens, exceto em que viveu sem pecado e manteve uma sobrenatural e única relação com Deus. Através da Sua relação vital com a humanidade, Jesus identificou-se com problemas, lamentos e sofrimentos da raça humana. (Hebreus 2: 14- 18.)
Embora Jesus tenha tido uma concepção miraculosa, Ele teve um nascimento humano. (Gálatas 4: 4; Lucas 2: 7; Gênesis 3: 15; Isaias 7: 14; Mateus 1: 1; Romanos 1: 3.) Ele teve uma mãe terrena, mas não um pai terreno. Através de sua mãe, Seus ancestrais provém de Adão. (Lucas 3: 23- 38.) Por ela, Ele é o filho de Abraão e o filho de Davi. Sendo descendente de Abraão, Ele veio para cumprir o concerto com Abraão com Deus. Sendo a semente de Davi, Ele veio para cumprir o concerto de Deus com Davi.
Jesus teve um desenvolvimento humano normal. “E a criança crescia, e desenvolvia força em espírito, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava sobre ele”(Lucas 2: 40). “E Jesus cresceu em sabedoria e estatura, e na graça de Deus e do homem” (Lucas 2: 52).
Jesus tinha a aparência física de um homem. Ele tinha um corpo real (Mateus 26: 12; João 2: 21; Heb. 10: 10; João 1: 14; Colossenses 1: 22; Hebreus 2: 14- 17.) Ele foi feito na semelhança dos homens. (Romanos 8: 3; Filipenses 2: 7.) Antes de Sua ressurreição para a imortalidade, Ele era mortal e sujeito as enfermidades pecaminosas da natureza do homem mortal. Ele teve fome (Mateus 4: 2; 21: 18), sede ( João 19: 28), cansaço (João 4: 6). Ele foi tentado (Mateus 4: 1; Hebreus 2: 18; 4: 15); Ele chorou (João 11: 35); Ele dormiu (Mateus 8: 24); Ele sofreu (Hebreus 2: 9, 18; Isaias 53: 3, 4); Ele morreu (João 19: 30, 33). Quando Jesus morreu, o fôlego de vida deixou o Seu corpo e retornou para Deus que o deu. Ele foi sepultado e permaneceu inconsciente na sepultura até a Sua ressurreição. Depois de Sua ressurreição Ele mostrou a seus discípulos que tinha um corpo material real, literal em imortalidade. (Lucas 24: 39- 43.)
Nosso Senhor foi repetidamente chamado de homem no Novo Testamento. (João 1: 30; 8: 40; Atos 2: 22; 13: 38; Romanos 5: 15; 1 Corintios 15: 21, 47; Filipenses 2: 8.) Como mediador, Ele é “o homem Cristo Jesus” (1Timoteo 2: 5). Ele retornará à terra como homem (Mateus 16: 27, 28; 25: 31; 26: 64), e como homem julgará o mundo em justiça (Atos 17: 31).
O Filho do Homem. A frase mais comum usada por nosso Senhor para designar-se é “o Filho do Homem.” No Velho Testamento, a frase referem-se a humanidade em geral. (Números 23:19; Jó 25:6; 35:8; Salmos 8:4; 80:17; 144: 3; 146:3; Isaias 51: 12; etc.) O título foi usado por cerca de noventa vezes em referência ao profeta Ezequiel. Gabriel uma vez usou o título referindo-se a Daniel. (Daniel 8: 17) O título é aplicado ao Messias em Daniel 7: 13, 14: “E vi nas visões da noite, e eis que um como o Filho do homem vinha nas nuvens do céu, e veio até ao ancião de dias, e eles o trouxeram perante Este. E foi lhe dado domínio, e glória e majestade, para que todo o povo, nação e línguas o servissem, seu domínio é um domínio eterno, o qual não passará, e seu reino é um que não será destruído.”
A frase “Filho do Homem” ocorre oitenta e oito vezes no Novo Testamento, oitenta e quatro vezes nos Evangelhos. Jesus foi a única pessoa a usar esta frase em referência a Si, exceto Estevão (Atos 7: 56), João (Apocalipse 1: 13; 14: 14; João 3: 13), e as pessoas que citaram as palavras de Cristo (João 12: 34). Jesus usou este título para revelar Sua perfeita natureza humana e relação singular com a humanidade em identificando-se como o Messias. Jesus referiu-se a Si como o Filho do Homem em relação a Sua Segunda vinda em pelo menos vinte e cinco vezes nos Evangelhos. Um exemplo: “Quando o Filho do Homem vier em Sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então se assentará no trono de Sua glória.” (Mateus 25: 31). Jesus não é meramente o filho do homem; Ele é o Filho do Homem. O título designa ambos Sua humildade e senhorio. O Filho do Homem é também chamado o Filho de Deus. (Mateus 16: 13- 17.)
A importância da humanidade de Cristo pode ser observada em que Ele está apto a revelar o caráter de Deus para a humanidade, para representar o homem como segundo Adão, e ser o parente Redentor do homem, ser o misericordioso e fiel supremo sacerdote, ser o exemplo e padrão para o seu povo, ser o Cabeça da nova criação, e por assentar-se sobre o trono de Davi.

VI. A Relação Divina de Cristo

Jesus é o unigênito Filho de Deus. (João 1: 14, 18; João 3: 16, 18; 1 João 4: 9.) Ele tem uma relação singular com Deus. Esta é a relação que nenhum outro homem experimentou. A vida de Cristo entre os homens foi uma revelação do caráter de Deus. Ele refletiu a santidade de Deus, o amor e a verdade; Ele mostrou como Deus é. (João 1: 18; 14: 9.) Cristo é uma expressão do ideal de Deus para a humanidade. Ele é a Palavra viva, o corpo da idéia divina. Sua vida imaculada revelou a pecaminosidade do homem. O caráter de Jesus é o padrão moral para a humanidade.

1. O Filho de Deus. A Bíblia claramente ensina que Jesus é o Filho de Deus. Nosso Salvador refere-se a Deus como Seu Pai e a Si como Filho de Deus. Entre as muitas testemunhas que declararam que Jesus é o Filho de Deus estão: Deus (Mateus 3: 17; 17: 5); o próprio Jesus (João 9: 35- 37; 10: 36); Gabriel, o arcanjo (Lucas 1: 32- 35); João Batista (João 1: 34); Natanael (João 1: 49); os discípulos (Mateus 14: 33); Pedro (Mateus 16: 16); Marta ( João 11: 27); o centurião (Mateus 27: 54); João (João 20: 31; 1 João 4: 15); e Paulo (Atos 9: 20; Romanos 1: 4; 2 Corintios 1: 19).
2. Importância de Sua Filiação Divina. A filiação divina de Cristo dá infinito valor à Sua morte sacrificial. Este fato explica a aptidão de Cristo em ser o Substituto para muitos pecadores. Um dolar de prata é menor em número que noventa e nove centavos, no entanto é maior em valor. Jesus é uma única pessoa, mas a Sua morte é de valor maior que a morte de infinito número de pecadores. Como Filho de Deus, Jesus é apto em ser a autoridade de porta voz de Deus e revelar a vontade divina para a humanidade; Ele tem a autoridade para perdoar os pecados, para julgar a humanidade, para levantar os mortos, e para dar vida eterna. Sua filiação divina o intitulo como herdeiro de todas as coisas; ela ‘da a Ele o direito de soberania sobre as nações. A relação singular de nosso Senhor faz dele hábil para servir como Mediador do pecador e Sumo Sacerdote. Ele é intitulado em adoração e louvor.
3. Jesus não é o próprio Deus. Jesus é divino, mas Ele não é Deus. Ele é de Deus, mas não o próprio Deus. Jesus não é Deus. Ele é o Filho de Deus. O Pai e o Filho não são idênticos ou iguais. O Pai viveu antes do Filho; e o Filho recebeu vida do Pai. O Pai é maior do que o Filho.
Os trinitarianos creem que Jesus e Deus são iguais em todos os sentidos. Eles creem que Jesus é uma das três pessoas que constituem um Deus. Eles mantém que existe uma única substância, uma inteligência, e uma vontade na Divindade, mas as três pessoas coexistem eternamente de uma essência e do exercício de uma inteligência e uma vontade.
Os triteístas acreditam que Jesus é um de três Deuses. Eles ensinam que Deus é três em essência, bem como em pessoas. Eles afirmam que há três deuses distintos, unidos em propósito e obras, mas não em essência.
Uma terceira falsa teoria, conhecida como Sabelianismo ou Monarquismo, é a crença que Deus, Jesus e o Espírito são um em essência, bem como em pessoa. Os que creem nesta teoria afirmam que há uma pessoa divina que algumas vezes se manifesta como Pai, algumas vezes como Jesus, e algumas vezes como Espírito. Esta visão nega que Jesus e o Pai sejam personalidades separadas.

Todas as três teorias são falsas. A Bíblia corretamente ensina que há um único Deus, o Pai, que é um em essência e pessoa. Há uma única pessoa que é Deus. A Bíblia ensina que Jesus não é Deus, mas o Filho de Deus. Ele é a pessoa mais exaltada no universo, depois de Deus. Cristo será eternamente sujeito a Seu Pai, o único Supremo Deus. O Espírito Santo é o poder impessoal pelo qual Deus realiza Suas obras.
Para um estudo detalhado de provas que Jesus não é Deus, veja a seção II do capítulo “Contra Trinitarianismo”, que aparece neste livro. Resumidamente nós observaremos estes fatos. Jesus não é Deus porque existe uma única pessoa que é Deus e a Bíblia o identifica como Pai. Jesus é o mediador entre Deus e os homens, e não pode ser o próprio Deus; um mediador deve ser uma terceira parte. Jesus é o Filho de Deus e não pode ser o próprio Deus. Deus é o Deus de Jesus. Jesus reconheceu o Pai como Seu Deus. Ele revelou que não era o próprio Deus quando a Seu Pai orava. A Bíblia figura Jesus sendo inferior a Deus. Jesus declarou: “Meu Pai é maior que Eu” (João 14: 28). Jesus é inferior a Seu Pai em conhecimento, poder e vida. Deus não pode morrer, mas Jesus morreu. As posições divinas de nosso Senhor foram derivadas de Deus. As Escrituras as quais posicionam Jesus como a imagem de Deus referem-se ao caráter de Deus refletido na vida de Cristo. Em poucos registros, Jesus recebe o t;itulo de “Deus”. (João 20: 28; Titus 2: 13; Hebreus 1: 8.) A palavra “Deus” é usada nos versos em sentido secundário para indicar representação de Deus. Em sentido secundário, a palavra “Deus” é também aplicada a Moisés (Exodo 4: 16; 7: 1), juizes humanos (Exodo 21: 6; 22: 8, 9, 28; 1 Samuel 2: 25), anjos (Salmos 97: 7; Hebreus 1: 6), e aos israelitas (Salmos 82: 6, 7; João 10: 34- 36). Jesus é a representação divina de Deus, mas não o próprio Deus.
Como Filho de Deus, nosso Senhor é digno da confiança do homem, da obediência, adoração, e louvor. “Por isso Deus o exaltou soberanamente, e deu a ele um nome que é sobre todo nome: que ao nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra, e debaixo da terra; que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus o Pai. “(Filipenses 2: 9- 11).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Etmologia do nome JESUS.

Etimologia
O nome "Yeshua" deriva-se de uma raiz hebraica formada por quatro letras – ישוע (Yod, Shin, vav e Ain) - que significa “salvar”, sendo muito parecido com a palavra hebraica para “salvação” – ישועה, yeshuah – e é considerado também uma forma reduzida pós-exilio babilônico do nome de Josué em hebraico – יהושע, Yehoshua' – que significa “o Eterno salva”. Essa forma reduzida era muito comum na Bíblia hebraica (ou Tanakh), que cita dez indivíduos que tinham este nome – como podem ser visto nos versos de Esdras (Ezra) 2:2, Esdras (Ezra) 3:2 e Neemias (Nehemiá) 12:10. Josué ou Iesous;com esse nome a Roma-Grécia apelidou o sucessor de Moshê Rabenu, e virou cultura, e tradição. O Hebreu era filho de Num da tribo de Efraim, nascido no Egito, circuncidado com o nome de Hoshêa, ao consagrá-lo para seu sucessor Moshê deu-lhe o nome de Yehoshua, pois dentre os que saíram do Egito, ele foi achado digno de conduzir o povo de Israel à terra de Canaã.

Yeshua como o nome original de "Jesus"
A afirmação de que a forma Yeshua é o nome original de "Jesus" tem sido muito debatida atualmente – alguns afirmam que era Yehoshua ou que a própria forma grega do nome “Jesus” era usada entre os crentes primitivos (comunidades falantes do Grego existentes em Israel, durante o período helenístico e posteriormente, sempre afirmaram que os manuscritos originais do Novo Testamento foram escritos primariamente em Grego). De qualquer forma, já se tem provas explícitas de que "Jesus", seus primeiros discípulos e a população que vivia na Terra de Israel naquele período, falavam Aramaico (ou um tipo de Hebraico-Aramaico). Eusébio de Cesareia relata que Mateus escrevera seu evangelho em “Hebreu” (um termo que era usado referente a um dialeto do Aramaico ou a língua hebraica propriamente dita). Existem também evidências que o Evangelho de João foi escrito em Aramaico. Temos também o testemunho da versão de "Áquilla" (um judeu que havia se convertido a Yeshua e posteriormente o renegado e retornado ao judaismo) que, diferentemente da Septuaginta, traz em Deut. a expressão IESOUA, com ALPHA no final, o que daria a entender que mesmo em grego havia uma escrita indicando verdadeiro nome YESHUA (IESUA - IESOUA - IESOU'). Ainda na Septuaginta e na língua grega usada em textos judaicos como os escritos de Josefo e de Fílon de Alexandria, Ιησούς (Iēsoûs) (como já dito, também aparece como Iēsoua´ em "Áquilla") foi a forma padrão grega do nome hebraico “Josué” - יהושע (Yehoshua). Os indivíduos chamados pelo nome de "Yeshua" (aportuguesado por Jesuá nas Bíblias portuguesas) citados anteriormente, sempre foram transliterados também como Iēsoûs (ou primeiramente na forma Iēsoua´, como está na versão de "Áquilla" - não podemos esquecer para não deturpar!). Demonstrando ser realmente uma forma reduzida do nome “Josué” – Yehoshua – usado no dialeto falado durante tempo de Esdras e Neemias, Yeshua foi o nome preferido para o filho de "José" (Yosseph). Todas as ocorrências desta forma reduzida se encontram nos livros de Crônicas, Esdras e Neemias. Dois destes indivíduos são citados em outros livros bíblicos, mas na sua forma original – Yehoshua (Josué filho de Nun e Josué filho de Jozadaque). Esta forma reduzida do nome é usada por Jesus filho de Sirá em fragmentos hebraicos do Livro de Sirá ou conhecido também como Eclesiástico. Baseados numa comparação destes textos, acadêmicos aceitam o fato de que este livro de Jesus ben Sirach foi originalmente escrito em hebraico, deixando evidente nele referências a estes antigos fragmentos hebraicos oiginais. Se isso for verdadeiro, pode-se estender a evidência do uso do nome Yeshua até o século II a.C.. Nenhum uso do nome Yeshua é achado no Talmud, exceto em citações literais da Bíblia hebraica quando esta cita Josué filho de Jozadaque. Porém o nome Yehoshua foi muito utilizado durante o período dos Hasmoneus e até um pouco depois. Ao referir-se a "Jesus", o Talmud o chama de "Yeshu", pois podemos ler no Talmude Babilônico a acusação dos judeus contra Ele: "Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu [...] ia ser apedrejado por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo se desviar [...] e eles o penduraram na véspera da Páscoa." (Talmude Babilônico, Sanhedrim 43a)

Nos relatos de Toledoth Yeshu, elementos dos Evangelhos sobre Jesus são conflitados com descrições dos indivíduos chamados pelo nome de “Yeshu” no Talmud. Price [1] interpreta “Yeshu” como uma forma abreviada de “Yeshua” e argumenta que esta era a forma pelo qual Jesus era conhecido pelos Judeus. De qualquer forma, as narrativas de Toledoth Yeshu tipicamente explicam a designação Yeshu como um acrônimo da frase hebraica ימח שמו וזכרו - Yemach Shemô Vezichrô (Seja apagado seu nome e sua memória) e declaram que este nome originalmente era Yehoshua. Já outros, dizem que o responsável pela diminuição, por assim dizer, foi o sotaque galileu, que pronunciou YESHU devido sua dificuldade de falar a letra final gutural. Isso também podemos detectar em nomes de pessoas árabes, como por exemplo o sobrenome IACHOUH (pronuncia-se: i-ê-shú, ou às vezes i-ê-shú-ah).

Um argumento a favor da originalidade da forma “Yeshua” pode ser encontrada no fato do uso dessa na Antiga Bíblia Siríaca (composta no séc. III d.C.). A Peshitta (versão aramaica do Novo Testamento) usa também a forma “Yeshua” em seus escritos. A moderna pronúncia do Síriaco deste nome é Eeshoo, Yishuh, ou seja, temos o testemunho árabe da problemática da letra "E", e do "A" final - como visto no sobrenome citado acima; mas sua pronúncia antiga era similar a “Yeshua”(i-êi-shú-ah). Com isso, pode-se argumentar que os falantes do Aramaico, que usavam este nome na sua forma “Yeshua”, escreveram-na em seus escritos e evangelhos afim de preservar o nome original de "Jesus" usados por eles.

O nome árabe para Jesus usado pelos cristãos, Yasu’a – يسوع, sendo derivada de “Yeshua” (ou seja, a mesma coisa se considerarmos que esta letra "a" que aparece aqui no árabe tem som de "e", como em mohamEd, e se considerarmos também o "s" xiado), mas não é o nome usado para "Jesus" no Alcorão e em outras fontes muçulmanas. O nome tradicional para Jesus é “‘Isa” (عيسى, Ayn – Ya – Sin – Ya). Aparentemente este nome lembra o nome hebraico de Esaú – עשו (ESAV, Ain – Shin – Vav), . Juferi [3] argumenta que este nome árabe citado no Alcorão para Jesus é realmente derivado do aramaico “Yeshua'” - ܝܫܘܥ. – no qual considera também ser o nome original de "Jesus". Parece bem ser o seu diminutivo, veja I S A = IeSuA, pronunciando-se (i_ê_shu_ah), com a tônica na letra "e" e não na letra "u", como alguns erroneamente pronunciam, o que deturpa o significado que deixaria de ser "Deus Salva" ou "Deus é a nossa salvação" para ser utilizado apenas como a palavra aramaica para "Salvação".

QUAL O VERDADEIRO NOME DE JESUS?

O nome Jesus é uma adaptação para o Português de um nome hebraico que aparece na Bíblia em duas formas: Yehoshua e Yeshua. Yeshua é uma forma abreviada do nome Yehoshua.

O nome Yehoshua foi adaptado para o Português como Josué, e é o nome do auxiliar de Moisés, que após a morte de Moisés tornou-se o líder do Povo de Israel, e conduziu o povo na conquista da Terra de Canaã.
O nome Yeshua é uma forma abreviada do nome Yehoshua, sendo que um mesmo homem é chamado na Bíblia, ora pelo nome Yehoshua, ora pelo nome Yeshua. Este homem era o sumo sacerdote na época de Zorobabel. Nos livros dos profetas Ageu e Zacarias, ele é chamado de Yehoshua, que na versão em Português aparece como Josué (Ageu 1:1 e Zacarias 3:1), e nos livros de Esdras e Neemias, ele é chamado de Yeshua, que na versão em Português aparece como Jesua (Esdras 3:2 e 5:2 e Neemias 7:7).

O sucessor de Moisés, que nos livros de Êxodo, Números, Deuteronômio, Josué e Juízes é chamado de Yehoshua (Josué), em Neemias 8:17 é chamado de Yeshua (Jesua, ou Jesus).

Tanto o nome Yehoshua quanto o nome Yeshua foram adaptados para o grego como Iesus. Na tradução do Antigo Testamento (Tanach) para o grego, chamada Septuaginta, feita no século III A.C., o nome Yehoshua aparece como Iesus, e o nome Yeshua também aparece como Iesus. Daí é que veio a forma Jesus, que é usada nas traduções da Bíblia para o Português.

Yehoshua significa Javé salva. Yeshua também tem este mesmo significado.

Josué, Jesua e Jesus são o mesmo nome, em três diferentes adaptações para a língua portuguesa.

Existem pessoas que dizem que é muito importante pronunciar o nome de Jesus como Yehoshua, ou como Yeshua, mas, na realidade, tanto faz falar Yehoshua, ou Yeshua, ou Jesus, pois de qualquer forma é o mesmo nome.

Alguns dizem que nomes próprios não se traduzem.

Realmente, nomes próprios não são traduzidos, mas muitas vezes são adaptados para outras línguas, pois existem certos fonemas (sons) que existem em uma certa língua, mas não existem em outras línguas.

Por exemplo: O nome Jacó é a adaptação para o Português do nome hebraico Ya’acov, sendo que em hebraico existe uma letra, chamada ‘ayin, cujo som não existe na língua portuguesa. Também não existe em Português palavra terminada em consoante que não seja l, m, r, s ou z. Por isso foi necessário fazer uma adaptação do nome Ya’acov para o Português.

O nome hebraico Yochanan foi adaptado para o Português como João, pois em Português não existe o y como semivogal, e também não existe o som que é representado como ch, mas não é o mesmo som que tem o ch em Português, é uma espécie de h aspirado, porém diferente do h aspirado que existe na língua inglesa.

O mesmo nome, Yochanan, foi adaptado para o grego como Ioanan, para o inglês como John, para o espanhol como Juan, para o francês como Jean, para o alemão como Johan, e para o italiano como Giovanni.

Portanto, vê-se que é normal adaptar-se os nomes próprios de uma língua para outra, mesmo porque, sem esta adaptação se torna muito difícil pronunciar certos nomes.
Principalmente os nomes de pessoas importantes são adaptados para outras línguas. Por exemplo, o reformador alemão Martin Luther é conhecido no Brasil como Martinho Lutero. Outro exemplo: o nome do imperador Carolus Magnus foi adaptado para o português como Carlos Magno, e para o francês como Charlemagne, e para o alemão como Karl der Grosse.

Portanto, podemos pronunciar o nome do Messias (Mashiach) como Yehoshua, Yeshua, ou Jesus. É indiferente. Além destas formas, podemos pronunciar o nome do Messias (Mashiach, ou Cristo, ou Ungido) nas formas Josué, Josua, Jeosua e Jesua.

O nome יֵשׁוּעַ “Yeshua" nada tem a ver com a palavra hebraica עֵז “ez”, que significa “bode”.

A palavra “Deus” nada tem a ver com a palavra “Zeus”, são palavras totalmente diferentes e não relacionadas.

A palavra portuguesa “Deus” é a tradução fiel das palavras hebraicas אֵל “El”, אֱלוֹהַּ “Elôahe” e אֱלוֹהִים “Elohim”, que significam “Deus”.

Qual a verdadeira origem do nome Jesus?

O nome português Jesus vem do latim Jesus.

Jerônimo quando traduziu a Bíblia na versão conhecida como Vulgata usou o original hebraico para traduzir o VT e uma versão chamada de Antiga Latina junto com algumas outras versões em grego para traduzir o NT. A versão Septuaginta (grega) que traduzia o nome hebraico Yeshua como Iesous serviu de base para a tradução da Antiga Latina.

A forma latina "Iesus", que aparece na Vulgata Latina de Jerônimo, não foi inventada ou criada por Jerônimo, como afirmam erroneamente os adeptos do Nome Yehôshuah, mas é simplesmente uma transliteração natural do grego para a escrita latina. Ou seja: do Grego para o Latim

I = I
E = E
S = S
OU = U
S = S

Obs: O ditongo grego ou soa como u, por isso, Iesous, foi abreviado para Iesus. Do Latim para o Português:

I = J
E = E
S = S
U = U
S = S

Como se formou o nome Jesus?

1. O "S" final no nome Jesus

O s final em Jesus se explica pela necessidade de tornar esse nome declinável: como vimos os judeus substituíram o ayin final por um sigma (o "s" grego) do caso nominativo. Nos outros casos a palavra se declina assim: Iesou (genitivo), Iesoi (dativo), Iesoun (acusativo) e Iesou (vocativo). Com isso mataram-se dois coelhos com uma só cajadada: o nome ficou declinável, e o ayin final, que não tem equivalente em grego, foi substituído por um sigma (s).

Fato semelhante se deu com Judas, que reflete a forma grega Ioudas, que em hebraico é Yehudah (Judá). Outros nomes hebraicos que terminam com a gutural he tem em grego, em latim e em português no final o som s: Isaías, Jeremias, Josias, Sofonias et al. Outro exemplo é o vocábulo Mashiach, que termina com a gutural sonora cheth (ch), a qual em grego, em latim e em português deu também lugar ao som s: em Messias.

2. O "S" médio em Jesus

No vocábulo hebraico Yeshua", o grupo sh representa a consoante shin. Por não haver em grego som correspondente a essa consoante fricativa palatal, que soa como xis (por exemplo a palavra eixo), os judeus a substituíram por sigma s, também fricativa mas línguodental, que em grego, mesmo entre vogais, soa como ss. A evolução do termo de uma língua para outra é a seguinte: Yeshua" (hebraico) > Iesous (grego) > Jesus (latim) > Jesus (português).

3. De onde Surgiu a letra "J" no Nome Jesus?

Dizem os adeptos do Movimento do Nome Yehoshuah que o nome correto de nosso Salvador não pode ser "Jesus" por não existir a letra j na língua hebraica.

A única transliteração ( reduzir um sistema de escrita a outro, letra por letra) possível do nome do Messias é Yehoshuah, e não Jesus, que seria uma deturpação greco-romana, pois na língua hebraica não há correspondente para a letra "j". Portanto, o nome do Senhor, para essas pessoas, não poderia em hipótese nenhuma ser transliterado com a letra "j".

A questão da letra "J"

É verdade que o j não existe no hebraico, grego e latim. Como, então, aparece essa letra em nomes bíblicos em quase todas as línguas com as quais estamos familiarizados? Porque todas as Bíblias trazem Jeremias, Jacó, Jersusalém, Judá sendo que não existia o J em hebraico?

O que aconteceu foi o seguinte: os judeus da Dispersão, empenhados em traduzir as escrituras hebraicas para o grego (a Septuaginta), não encontraram nessa língua uma consoante que correspondesse ao yodh do hebraico, e a solução foi recorrer à vogal grega iota, que corresponde ao nosso i. Então escreveram Ieremias, começando com i, e assim por diante, inclusive Iesous. No hebraico a letra y yud representa tanto o som vogal i como a consoante y. O mesmo acontecia com o latim com as letras i e u. O emprego das letras j e v para representar i e u consonânticos ocorreu na época do Renascimento, foi difundido por Pierre de la Ramée, também conhecido como Petrus Ramus. Foi filósofo francês, reformador da lógica aristotélica, aderiu à reforma protestante em 1561. Morto no massacre que se seguiu à noite de são Bartolomeu. Escreveu instituições dialéticas (1543) e Contra Aristóteles (1543).

A expressão "letra Ramista", ficou sendo uma designação comum dada às consoantes j e v, em homenagem a ele, que primeiro as distinguiu das vogais i e u em textos franceses. (BARSA)

Por isso lemos Jerusalém, e não Yerushalayim; Jeremias, e não Yeremiahu; Jonas, e não Yonah; Joaquim, e não Yehoiacin; e assim por diante.

Há tempos, especialistas em hebraico são unânimes em transliterar palavras que começam com a letra hebraica yod (a letra inicial de Yehoshuah), ora com "i" (ou "y"), no caso de substantivos comuns, ora com "j", no caso de nomes próprios. Uma rápida consulta a qualquer léxico, analítico ou gramática de hebraico bíblico confirma esta afirmação.

A besta de 2 chifres. Apocalipse 13

A besta de 2 chifres

Acontecimentos da Idade Média são a explicação de Apocalipse 13:11-18

Edy Brilhador







Quem é a besta de 2 chifres?





Este estudo esclarece quem é a besta de 2 chifres de Apocalipse 13:11-18. Também o que é a imagem da besta e o seu sinal.

Antes de tudo, é importante saber que a profecia do Apocalipse refere-se às características mais notórias da história. Sendo assim, quando procuramos na bibliografia os fatos históricos, nos preocupamos com os acontecimentos mais relevantes para determinado período. Isto é mais do que suficiente para encontrarmos a explicação substancial de qualquer profecia.

Como vamos estudar apenas a besta que sobe da terra (Apocalipse 13:11-18), de antemão, é bom saber que os versos anteriores, Apocalipse 13:1-10, retratam aspectos do Antigo Império Romano. Então, considerado a seqüencia da narrativa profética, temos que buscar a explicação dos versos 11 a 18, na história imediatamente posterior à queda do Império Romano. A interpretação tem que casar a seqüencia da narrativa profética com a seqüência da narrativa histórica. Não devemos, a bel prazer associarmos com qualquer outro momento da história. Outra forma que não siga esta condição básica é torcer a interpretação. Assim, se os versos 1 a 10 falam do Império Romano, os versos de 11 a 18 falam do Sacro Império Romano. Ele é o reino que se seguiu ao Império Romano. Esta é a seqüencia da história e também a seqüência da profecia. Como ficará comprovado.



A BESTA QUE SOBE DA TERRA

E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. (Verso 11)

A besta. Significa um reino, uma nação, um povo, conforme Daniel 7:17.[1] Está em evidência o Sacro Império Romano (800-1806).[2] O Sacro Império Romano teve duas fases: primeiro como Império Franco (800-911), iniciado em Carlos Magno e depois como Império Germânico (962-1806), iniciado em Oto I.[3] Ele surgiu como restauração do Antigo Império Romano (168 a.C – 476.d.C), que havia caído sob as levantes bárbaras.[4]

Na citação que segue, confirma que o surgimento do Império Franco foi a restauração do Antigo Império Romano. “Não é de surpreender, por conseguinte, que o Papa Leão II (795-816), grande devedor de Carlos Magno, em virtude da proteção por este concedida contra as ameaças dos nobres romanos, houvesse colocado sobre a fronte do rei dos francos a coroa imperial romana, na igreja de São Pedro, no dia de Natal de 800. Tanto para o povo romano que presenciara a cerimônia como para o Ocidente em geral, era a restauração do império do Ocidente, o qual durante séculos estivera sob o poder do governante sediado em Constantinopla. O ato colocou Carlos Magno na grande linha sucessória que remontava a Augusto. Atribuiu também ao império caráter teocrático. Inesperadamente – e, na época, não muito ao gosto de Carlos Magno – era a encarnação visível de um grande ideal. O Império Romano, imaginava-se nunca morrera, e agora a sagração havia sido concedida da parte de Deus, pelas mãos do seu representante, a um imperador ocidental.” (Walker, p. 267).

Subiu da terra. Porque ocupou o território da outra besta, o Antigo Império Romano. Descarta-se a, então, possibilidade de ser os Estados Unidos, Israel e qualquer outra nação.

Tinha dois chifres de cordeiro. Os chifres representam poderes. Veja Daniel 7:24. Neste caso, os poderes espirituais e temporais exercidos pelos imperadores, que se consideravam representantes de Deus na terra. Os imperadores agiam ao mesmo tempo como reis e sacerdotes. Eles submetiam a Igreja a seu domínio. Mais tarde, o papado assumiu estas características e passou a submeter os imperadores à sua vontade. Esta passagem, também pode ser entendida, sem prejuízo nenhum, como o poder dos imperadores e o poder dos papas separadamente. A característica de “cordeiro” é pelo fato de ser um reino cristianizado.

A História mostra o imperador como um sacerdote-rei, portanto, com poderes temporais e espirituais. “Durante o reinado de Carlos Magno, a igreja esteve submetida ao poder imperial, pois Carlos Magno considerava-se ao mesmo tempo rei e sacerdote” (Arruda). “O monarca encarava o seu novo papel como algo bem diferente daquele dos antigos romanos, pois via-se não apenas como imperador, mas como um imperador cristão.” (Banfiel, p. 69) “Raras vezes um homem teve tanto poder, seja espiritual ou temporal, ou conseguira realizar tantos feitos.” (Banfiel, p. 75)

E falava como dragão. Várias vezes aparecem no Apocalipse expressões como “boca”, “vozes”, “falar” etc. sempre ligados com uma mensagem. Os quatro animais falaram (Apoc. 6:1), os “trovões” falaram (Apoc. 10:4), a primeira “besta” recebeu uma boca para falar (Apo. 13:5). “Falar” é a condição para se emitir uma ordem. Então, “falar” é uma figura de ordenar, ou de legislar. “Dragão” é a cultura das nações (Apoc. 12:9, 13:1). Apesar de se considerar cristão, o Sacro Império Romano elaborou muitas leis com base na cultura pagã e impunha aos homens como se elas fossem divinas. O grande mérito de Magno foi o de legislador e dedicou-se imensamente a codificar as leis de diversos povos e a compor sermões, nos quais exortava o povo à obediência das leis da igreja. O papado também emitiu muitas ordenanças, principalmente religiosas, que misturavam os ensinamentos pagãos com os cristãos. Por essas características históricas é que a besta “falava como dragão”.

O imperador legislou com base na cultura pagã e ensinou o povo a obediência a Igreja. A História comprova que o Império Franco é a besta de chifres semelhantes ao de cordeiro, mas que falavam como dragão. “O grande mérito de Carlos Magno foi sobretudo o do legislador.” (Pierrard, p. 72). “Dedicou-se intensamente à codificação e ao esclarecimento das leis dos diferentes povos sobre os quais reinava, para que tais leis pudessem ser interpretadas com mais facilidade.” No final de sua vida “passou a dedicar a energia que lhe restava à composição de longos sermões, nos quais exortava seu povo à humildade e também à obediência das leis da Igreja.” (Banfiel, p. 70)

Ficou claro. Estas passagens retratam o surgimento do Império Franco, com seu rei Carlos Magno. Ele era o sacerdote-rei de um reino teocrático e legislava tanto no aspecto temporal como no espiritual. Profecia cumprida.



E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. (Verso 12)

Todo poder da primeira besta na sua presença. Significa governar com a mesma autoridade e no mesmo território do Antigo Império Romano. Não podia governar através do mar onde Roma nunca tinha governado. Novamente, descarta-se qualquer outra nação que não esteja em território europeu.

Adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. “Chaga” significa ausência de poder político, ou falta de influência de qualquer ordem. Veja Jeremias 30:17. O fato é que não existia imperador em Roma desde o final do século V, somente em Constantinopla, no Oriente. Roma não tinha influência política. A coroação de Carlos Magno fez renascer a sucessão de imperadores no ocidente, curando a “chaga mortal”, da cabeça ferida para morte da primeira besta. A sociedade européia da Idade Média, que há muito tempo não tinha um imperador, voltava a ser governada como no tempo dos césares, reabilitando o poder de Roma, mesmo que este governo não era sediado na cidade, mas era em “na sua presença”.

Longa vida e vitória a Carlos Augusto, coroado por Deus, poderoso imperador dos romanos e amante da paz! (...) Era o renascimento de uma antiga tradição de acordo com a qual se sagrava o imperador de Roma. Desde o assassinato de Oreste em 476, mais de trezentos anos antes, isso não acontecia. Mas naquele momento Roma escolhia um novo imperador. Nascia, assim, o Sacro Império Romano.” (Banfiel, p. 65)

Voltemos à citação de Walker acima que comprova a restauração de Roma. “Tanto para o povo romano que presenciara a cerimônia como para o Ocidente em geral, era a restauração do império do Ocidente, o qual durante séculos estivera sob o poder do governante sediado em Constantinopla. O ato colocou Carlos Magno na grande linha sucessória que remontava a Augusto.”

Não há dúvida, o Sacro Império Romano era igual ao império dos césares, com a mesma autoridade e no mesmo território. Na verdade, “trazia” de volta aos romanos o Antigo Império, que deveras nunca morrera do coração dos latinos. A “chaga mortal” era curada.



E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. (Verso 13)

E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. “Grandes sinais” são grandes acontecimentos históricos. Muitos estudiosos entendem que são curas milagrosas realizadas por seres humanos e que desce fogo literal do céu. Isto não pode ser, pois a besta é um reino, não uma pessoa. Portanto, estes sinais não são curas humanas, ou qualquer coisa do gênero, se referem a outra coisa. Devemos buscar o sentido. Estes sinais foram reformas religiosas e culturais lideradas por Carlos Magno e principalmente pelas abadias de Cluny, Cister e Clairvaux. Pois, os “sinais” estão relacionados com “fogo”.

Então, a palavra-chave a ser entendida é “fogo”. Em muitos lugares da Bíblia a palavra é empregada no sentido de conhecimento e sabedoria. Veja estas passagens em sua bíblia: Daniel 12:3; Mateus 5:14; 13:43; Atos 13:47; João 1:9; II Coríntios 4:6; Mateus 3:11; Lucas 12:49; Salmos 39:3. O fogo literal produz a luz, o brilho. A evolução da cultura é um fenômeno do espírito do conhecimento humano e também é retratada literalmente como luz, brilho etc. Os sinais operados pela besta de 2 chifres são as reformas culturais e ascéticas que o imperadores e abades promoveram em contraposição ao mundo de trevas que reinava. Basta entendermos os significado do “fogo” para concordarmos com a história. É muito fácil entender os motivos destas reformas. As invasões bárbaras trouxeram a decadência da cultura romana, dando origem à Idade das Trevas. Poucos homens, naquele tempo, sabiam ler ou escrever, inclusive o próprio imperador Carlos Magno. As trevas se amontoavam sobre o cristianismo. Também, a Igreja estava totalmente corrompida por causa do comportamento de seus clérigos. Muitos bispos eram instituídos por dinheiro, a chamada simonia, e outros com casamentos irregulares, o nicolaísmo. As reformas vieram para corrigir este estado de ignorância do povo e podridão religiosa. A efervescência cultural e religiosa que se espalhou por toda a Europa por volta do ano 1000 é o cumprimento dos “grandes sinais” operados pela besta que até “fogo” fez descer do “céu”.

As trevas que se amontoavam sobre o cristianismo iam-se tornando cada vez mais espessas à proporção que os anos iam passando, e no princípio do século sétimo a ignorância do clero e a superstição do povo eram extraordinárias. O decreto de Gregório o Grande, pelo qual se impedia a continuação dos estudos profanos, produziu este resultado deplorável, cuja importância se podia avaliar pelo fato de que muitos padres nem sabiam escrever seus próprios nomes. A língua grega estava quase esquecida; até a Bíblia pouco se lia.” (Knigth, p. 90).

Embora fosse um homem de ação e de comportamento rude, Carlos dava muita importância ao desenvolvimento intelectual e ao enriquecimento da alma. (...) Ansioso por difundir o conhecimento, fundou uma escola no palácio para a qual convidou os sábios de todo o reino (...) e usou a própria escola do palácio para treinar professores, que iram se estabelecer nas escolas fundadas nas muitas abadias que havia pelo reino. Essas abadias, residência e lugar de oração dos monges, eram também centros de cultura e conhecimento.” (Banfiel, p. 51)

Já é suficiente para entender que este “fogo” é o conhecimento disseminado pelo Sacro Império Romano. Mas, veja estas citações em que o próprio historiador coloca a cultura como um brilho. Os destaques são nossos.

Quando Carlos Magno subiu ao trono, as escolas mais importantes da Europa ocidental eram ligadas aos mosteiros das Ilhas Britânicas. Foi na Inglaterra que o genial monarca mandou buscar o seu principal assistente intelectual e literário. Alcuíno (735?-804), que havia estudado em York, onde provavelmente nasceu. De 781 até a data de sua morte, excetuados breves períodos de interrupção, foi o principal auxiliar de Carlos Magno na obra de promoção de um verdadeiro renascimento da cultura clássica e bíblica, a qual atribuiu ao reinado um brilho jamais visto antes, e elevou a vida intelectual do Estado Franco.” (Walker, p. 268)

Carlos Magno reinou durante uma época que, devido à decadência acentuada na educação, nas artes e na ciência, ficou conhecida na História como Idade das Trevas. Mas, naquela longa noite de barbarismo, seu reino fulgurou com uma tocha incandescente, iluminando a escuridão. O incentivo à difusão do conhecimento, da ciência e da literatura, os esforços para tornar a Igreja um centro de unidade e cultura, a consolidação das leis e dos hábitos diferentes culturas existentes no seu império, tudo isso deixou uma marca indelével nas gerações que o sucederam”. (Banfiel, p. 77) “No entanto, na medida em que se tornava mais evidente a derrocada do império de Carlos Magno, desvaneciam-se não só essas controvérsias, como também a vida intelectual da qual haviam brotado. Por volta de 900, um novo barbarismo extinguiu quase que por completo a luz que brilhara um século antes.” (Walker. p. 271)

Mas havia algo a mais neste “fogo”. Ele descia do “céu”. E o que isto acrescenta? Que este “fogo” está relacionado com o celestial, com coisas divinas. Neste caso, especificamente, o ensino da teologia bíblica, e de certa forma, também com a vida ascética dos monges. O ensino da teologia nas abadias e catedrais fez surgir um movimento chamado escolasticismo, que foi um método de estudo da Bíblia com base nas filosofias platônicas. O escolasticismo é o “fogo” que desceu do “céu”.

Era um método de pesquisa filosófica e teológica que objetivava uma melhor compreensão dos preceitos cristãos pelo processo da definição e da argumentação sistemática (...) Os escritos de Aristóteles (traduzidos do grego para o latim por Boécio) e de Santo Agostinho tiveram papel de destaque no desenvolvimento do pensamento escolástico.” (Nova Enciclopédia Ilustrada Folha, v. 1, p. 306)

Vamos ver algumas passagens da história que comprovam isso. “A preocupação [de Carlos Magno] com a educação dos francos se devia em grande parte à importância que dava ao bem estar espiritual e moral, e um dos principais objetivos das escolas que fundara era divulgar a leitura da Bíblia.” (Banfiel, p. 54) Mais tarde, “por volta dos primeiros anos do século X, iniciava-se um verdadeiro reavivamento ascético da religião. Durante mais de dois séculos esse reavivamento haveria de crescer em força. Seu primeiro exemplo eminente foi a fundação, em 910, do mosteiro de Cluny.” (Walker, p. 283) Por volta do século XIII, “seguindo o espírito geral da época, as escolas em vários lugares se associaram: formaram professores e alunos uma corporação, com o nome de universidades. A primeira de todas, e mais célebre, foi a de Paris, que chegou a ter muitas centenas de alunos, procedentes de diversos países. (...) Começadas no fim do século XII, as universidades logo se multiplicaram: em menos de dois séculos contavam-se na Europa cerca de cinqüenta...” (Silva. p. 215) “E com este aumento, iniciou-se a aplicação dos métodos da lógica ou da dialética na discussão dos problemas teológicos, o que resultou em novo e fértil desenvolvimento intelectual”. (Walker, p. 232)

Entre discórdias e diversos pontos de vista teológicos, a filosofia neoplatônica foi aplicada ao estudo da Bíblia. “Uma combinação do uso moderado do método dialético com intenso misticismo neoplatônico se encontra na obra de Hugo de S. Vitor (1097-1141)”. O método filosófico do estudo de Deus tomou conta em São Tomás de Aquino. “Segundo Aquino, com quem o escolasticismo alcançou o apogeu, o alvo de toda investigação teológica é proporcionar conhecimento de Deus e da origem e destino do homem. Esse conhecimento se obtém, ao menos em parte, pela razão – teologia natural. Entanto essa conquista da razão não é completa. É necessária que seja ampliada pela revelação. Esta se encontra nas Escrituras, que são a única autoridade final. São elas, porém, entendidas à luz da interpretação dos concílios e dos Pais.” (Walker, p. 343)

Os “grandes sinais” operados pela besta são as reformas culturais no Santo Império Romano. Sendo grandes, são notáveis na história. Estes sinais são as reformas carolíngia e cluniense que a História registra como os feitos mais fabulosos ocorridos no seio do Sacro Império. Ela fez “fogo” descer do “céu à terra, à vista dos homens”, significando que eles seriam iluminados por conhecimentos relacionados com o divino, porém, mas estes não se baseavam unicamente na Bíblia, mas em filosofia humana.



A IMAGEM DA BESTA
E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. (Verso 14 e 15)

Engana os que habitam na terra. Quem tem o conhecimento, tem maior poder de enganar. Estes sinais, como entendido acima, são as reformas culturais. Estas reformas resultaram na criação das escolas nos monastérios e catedrais e também criaram um verdadeiro exército de monges, que utilizavam os métodos filosóficos dialéticos neoplatônicos para adquirir conhecimento. Com este conhecimento, eles passaram a controlar a população laica. Foi a partir do sistema educacional estabelecido nos monastérios que a “besta” enganava os que “habitam na terra”.

Vamos entender a influência que este sistema deteve sobre o povo laico. No duodécimo século, as abadias se alastraram pela Europa. Cluny era a mais influente. Cister e Clairvaux também estavam entre as influentes. Cluny era uma abadia-mãe com mais de 2.000 abadias afiliadas. Além destas três principais, houveram muitas outras abadias que formavam o sistema monástico. Nas abadias e catedrais, professores se multiplicavam e se rodeavam de alunos. Um tal de Abelardo, cônego de Notre Dame, tinha tantos seguidores como jamais um conferencista conseguira ter, segundo Walker.

Cluny foi o resultado da doação de terras de um rico senhor feudal para a construção de um monastério autônomo a qualquer autoridade civil ou religiosa. Foi governada por uma série de abades notáveis, tornando-se de uma inovação no sistema monasterial. Cluny granjeou tanta influência quanto veio ser as ordens dos dominicanos e jesuítas mais tarde.

Foi considerável a influência da ordem cluniense sobre a civilização ocidental, a tal ponto que, sem exagerar, era possível falar de ´centro real da Igreja` e de ´espiritual da Europa` (...) foi através de seus antigos monges tornados papas que Cluny agiu mais fortemente sobre uma cristandade enfraquecida.” (Pierrard, p. 81 e 82)

Dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta. Ela, a “besta”, o Sacro Império Romano, representada por seus funcionários públicos, que em sua imensa maioria eram os monges, que formavam a elite pensante, incutiu na mente da população laica, inclusive dos funcionários seculares, que não podiam ser comparados em conhecimento com os clérigos, a idéia de uma república cristã onde o papa seria o supremo rei e sacerdote de toda a humanidade, como eram os antigos césares romanos.

Hildebrando foi o maior articulador deste projeto. “Os seus planos eram mais vastos, e, num sentido, menos egoístas; só a instituição de uma permanente hierarquia, com autoridade ilimitada sobre todos os povos e reinos na face da terra, poderia satisfazer a sua ambição. Sim ele, queria organizar um poderoso estado eclesiástico, que governasse os destinos dos homens – uma poderosa teocracia ou oligarquia espiritual, com o poder de instruir o povo nos seus dogmas infalíveis, para obrigar as suas consciências a dar força à sua obediência; um estado cujo governador fosse supremo sobre todos os governadores do mundo, elegendo e depondo reis à sua vontade – pondo interdição a províncias e reinos inteiros, e sem que ninguém ousasse opor-se a isto – em suma, um vice-regente de Deus na terra, que não pudesse errar, de quem se não pudesse apelar!” (Knight, p. 128)

Pouco a pouco, forma-se entre as elites pensantes – que eram todas da Igreja – a idéia da criação de uma República Christiana que, sistematicamente, introduziria noções evangélicas no Direito e nas instituições. Esse império, herdeiro do império romano, deveria ser colocado nas mãos de um homem que a Providência designaria ao papa – que, depois de Gregório o Grande, aparecia como a mais alta autoridade do antigo mundo romano.” (Pierrard, p. 69)

A igreja era a instituição universal da época e o Papa como seu cabeça exercia em conseqüência tão grande autoridade do que qualquer outro aspirante. Em muitos sentidos, na verdade, a igreja era comparada com o Antigo Império Romano, cujo território e organização administrativa tinha se sobreposto e (...) Todos consideravam o Papa como consideravam o Imperador. A igreja tinha estes sistema legal e interno. O clero secular correspondendo para a administração burocrática do Império e à cabeça centro de tudo isto assistindo sobre o mundo inteiro, interferindo em tudo, exercendo (poder) temporal também quanto autoridade espiritual, recebendo notícias, perguntas e apelos de todas as partes e reservando para si mesmo a solução de todas as questões, em último recurso, estabelecendo Inocêncio III com a autoridade de um Trajano ou um Diocleciano.” (Lynn Thondyke. The history of medival, p. 434,435. Citado por Remington)

A influência intelectual dos monges, a participação do clero na administração pública, o poderio econômico da Igreja, a importância política que os sistemas monasteriais possuíam, os planos políticos e eclesiásticos que elaboraram, implicou-se na construção de uma “imagem à besta”. Os clérigos detinham poder sobre a sociedade e “enganavam” seus habitantes, dizendo que elaborassem um governo semelhante ao romano, que tinha um sacerdote-rei sobre os homens. Isto foi conseguido depois de 250 anos de muita luta entre o papado e os poderes temporais. Em Hildebrando (1073) o papado se firmava como o soberano da Europa. Era a “imagem da besta”, só faltava falar.

Concedido que desse espírito à imagem da besta, para que a imagem da falasse, e fizesse que fossem mortos os que não adorassem a imagem da besta. Deus soprou seu espírito no homem ele se tornou alma viva, (conforme Gênesis 2:7). Dar espírito significa dar vida própria, autonomia de vida. Este “espírito”, autonomia, se deu através da transferência gradual de poder das mãos dos imperadores para o papado. As ordens monásticas serviram de base para este processo. Foi na abadia de Cluny que se concretizou a idéia da supremacia papal e foi resultado de um secular debate. A questão central era sobre o direito de instituir poder aos bispos: era do papa, ou do imperador? O papado obteve, até certo ponto, a vitória e passou a controlar os bispos. Como estes eram em sua imensa maioria senhores feudais, ou agentes do governo, boa parte das terras da Europa, bem como uma imensa força política ficou sob a tutela do papa. A partir daí, o sistema administrativo papal alcançou um grau de aperfeiçoamento tal que era superior ao do Antigo Império Romano. Com mais poder, a “imagem da besta” estava pronta para “falar”, isto é, criar leis, ordens e normas para a sociedade. O ápice deste poder de “falar” da “besta” foi a Santa Inquisição, quando ela fez com que fossem mortos “os que não adorassem a imagem da besta”.

O papado livrou-se da influência dos imperadores, depois de um longo debate em torno da questão da eleição papal, dos bispos e demais clérigos, conhecida na história como “a querela das investiduras”. O teor desta questão era a influência do poder temporal sobre o espiritual e vice-versa. Até Henrique III foram os imperadores que nomearam os papas e bispos. Mas com sua morte, deixando em seu lugar um filho com apenas seis anos, o papado aproveitou para reverter a situação, nomeando Hildebrando como papa através do Colégio de Cardeais. Vejamos como foi este processo.

No final da Alta Idade Média, a igreja começou a libertar-se da dominação política. Iniciou-se, então, um período de supremacia do poder espiritual sobre o poder político, que se estenderia pela Baixa Idade Média” (Arruda, p. 344) “Sem controle sobre os bispos, o imperador perdia o controle sobre os duques. Ao mesmo tempo, uma grande parcela das terras da Alemanha passava para o controle da Igreja. Começava o período de supremacia do poder papal sobre o poder político dos governantes da Europa; essa supremacia se acentuou-se mais no período seguinte, a Baixa Idade Média.” (Arruda, p. 348)

As instituições políticas romanas baseavam-se nas cidades, das quais dependiam as regiões rurais circunvizinhas. A organização cristã seguiu a mesma regra. Os distritos rurais dependiam dos bispos das cidades ou elementos por eles nomeados, e por eles pastoreados exceto nos casos em que haviam ´bispos rurais`, como no Ocidente (...) Por volta do século VI deparamos com a origem do sistema paroquial na França (...) Ali o sistema expandiu rapidamente, sendo estimulado pelo costume de os grandes proprietários de terras fundarem igrejas (...) Além disso, ao tempo dos primeiros carolíngios, graças as constantes doações de terras, as propriedades da Igreja haviam crescido ao ponto de ocuparem um terço da área da França (...) Carlos Magno renovou e expandiu o sistema metropolitano, que havia caído em desuso. No começo do seu reinado havia um único metropolita em todo o reino franco. No fim, o número havia atingido vinte e dois. Os metropolitas passara a ser chamados em geral de arcebispados.” (Walker, p. 271 e 272)

A igreja integrou-se ao sistema feudal através dos mosteiros, cujas características se assemelham às dos domínios dos senhores feudais (...) A ruralização da economia da Idade Média obrigou a Igreja a deslocar-se para o campo. Os bispados e os abades se transformaram em verdadeiros senhores feudais (...) Além disso, a Igreja tinha o monopólio da cultura. Saber ler e escrever, na Idade Média, era um privilégio de bispos, padres monges. Dessa forma, os membros do clero começaram a participar da administração pública, exercendo as funções de notários, secretários, chanceleres. A organização dos domínios da Igreja atingiu um grau bastante aperfeiçoado. Era um modelo que os membros da nobreza leiga não conseguiam imitar. Além da autoridade moral, a Igreja começava a exercer influência na administração financeira dos principados medievais.” (Arruda, p. 339, 367)

Esta transferência gradual de poder das mãos dos imperadores para o papado deu vida à imagem da besta. Antes eram os imperadores que escolhiam os bispos de seu reino e elegiam o papa. Agora, os papas já controlavam os abades que dominavam boa parcela das terras da Europa. Era a supremacia papal estabelecida. A partir de então, eles, os papas já não mais se submeteriam aos imperadores e iriam fazer o que bem entendessem, excomungando reis e interditando reinos. Veja o caso de humilhação do Imperador Henrique IV quando suplicava o perdão do papa.

A resposta de Hildebrando tornou-se um dos mais famosos decretos papais da Idade Média. No sínodo romano de 26 de fevereiro de 1076 excomungou Henrique, negou-lhe a autoridade sobre a Alemanha e a Itália, e absolveu todos os seus súditos dos seus juramentos de lealdade. Foi a mais ousada afirmação de autoridade papal jamais feita.” (Walker, p. 296)

A excomunhão de Henrique o obrigou a ir, em pleno inverno, a Canossa onde se encontrava o papa, e depois de três dias de penitência com pés descalços no portão do castelo foi recebido pelo papa graças a intercessão de alguns amigos. Este foi o maior ato de humilhação sofrido por um rei medieval ante o poder da Igreja. Inocêncio III (1198) não foi menos feliz na humilhação dos imperadores. Interditou a França e a Inglaterra e excomungou o Rei João, galgando o cimo do poder terreno.

A imagem da besta falou, isto é, criou leis que obrigavam os homens a uma obediência irrestrita ao sistema de governo papal. Quem não obedecesse seria morto. A Santa Inquisição foi um meio idealizado para descobrir quem eram os “fora-da-lei”. Este foi o mais terrível tribunal que a humanidade pode conhecer. Não havia direito de defesa.

Mas quando Inocêncio III subiu ao trono de S. Pedro no ano de 1198, ele resolveu suprimir o movimento ´herético`. A máquina que o Papa inventou para este fim, foi a ´Santa Inquisição` e seu instrumento foi Guzman Domingos, um espanhol, depois canonizado e conhecido como São Domingos. No princípio foi usado para esmagar a fé dos Albigenses nas províncias no sul da França, mas espalhou rapidamente a outros países com Alemanha, Boemia, Itália e Espanha. O papa Inocêncio IV, no ano 1252, aprovou o uso de tortura para extorquir confissões.” (Knight, p. 171)

Desde de 1229 a ´Santa Inquisição` tornou-se a máquina mais formidável de tirania religiosa que o mundo jamais vira. Seus procedimentos deram-se em segredo, advogados não eram permitidos, nem testemunhas chamadas. O motivo foi de extorquir confissões de crime ou heresias por meio de abatimento moral e físico da vítima. Para obter este fim os meios mais iníquos e revoltosos foram empregados sem escrúpulo. Foram usados sutilezas, mentira, engano e tortura mais cruel. Eram três graus de castigo. Aqueles que fizessem submissão completa era admitidos à penitência. Aqueles que não deram satisfação completa foram encarcerados para a vida. Todos os que recusaram a confessar foram condenados a ser queimados.” (Knight, p. 171 e 172)

Quanto à Igreja, para extirpar a heresia, teve que recorrer à Inquisição, que, depois do processo de investigações, havia tomado, ao tempo de Lúcio III (1184), uma forma mais precisa: os heréticos obstinados já poderiam ser entregues, pelos juízes da Igreja, à autoridade secular, mas apenas no século XIII, quando uma severa inquisição monástica foi instituída pela Santa Sé, com a ajuda das ordens mendicantes, a expressão ´braço secular` e a condenação à morte na fogueira passaram definitivamente para a legislação e o vocabulário inquisitoriais.” (Pierrard, p. 102)

A inquisição se desenvolveu rapidamente até se tornar um órgão temível. Agia secretamente, os nomes dos acusadores não eram levados ao conhecimento dos prisioneiros os quais por uma bula de Inocêncio IV, datada de 1252, eram passíveis de tortura. O confisco dos bens do confessante era um dos seus mais odiosos e economicamente destrutivos aspectos. E sendo as autoridades seculares participantes deles, fez com que fosse mantido vivo o fogo da perseguição, que de outro modo se extinguiria.” (Walker, p. 325)

A “imagem da besta” foi um sistema de governo elaborado pela sociedade européia semelhante ao governo do Antigo Império. Teve o apoio da sociedade em geral, mais precisamente a sociedade clerical. A formação deste sistema foi um processo gradativo que durou do século IX até por fins do século XI. Através do movimento escolástico, com o apoio intelectual do sistema monasterial que também tinha a propriedade de boa porção das terras européias, foi incutido na mente da sociedade a idéia de uma república cristã. Isto contribuiu para a vitória papal na questão da investidura dos bispos. A influência papal sobre o clero aumentou enquanto a dos imperadores diminuiu. O sistema papal ganhou forças para promulgar leis. Quem não se submetesse a estas ordenanças da Igreja era passivo de tortura e até morte na fogueira. A “imagem da besta” estava consolidada e fazia que fossem mortos os que não adorassem.



O SINAL DA BESTA

E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis. (Versos 16-18)

E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos. Esta parte nada mais é do que a totalização da sociedade. O sistema de governo da “besta” tinha poder sobre todos os cidadãos. Os papas usaram muito bem este poder através da excomunhão e interdição. Excomunhão se aplicava a uma pessoa e interdição a um reino.

Lhes seja posto um sinal na sua mão direita. O sinal na mão é simbologia de prática, ação e obras. A mão, na imensa maioria das vezes que aparece na Bíblia, tem este sentido e também um valor simbólico. Veja I Timóteo 2:8, Mateus 27:24. Muitas outras passagens mostram que “mão” figura uma prática, ou alguma ação, ou obra com algum sentido. Mão, nesta profecia, simboliza obras. O que identificava uma pessoa como adoradora da “imagem da besta” era seu comportamento coerente com as leis ordenadas por ela. Literalmente, se trata de práticas católicas.

Ou nas suas testas. Ser marcado na testa é uma simbologia de que a pessoa entendeu, compreendeu e aceitou alguma idéia, seja religiosa ou não, boa ou má, santa ou profana. Pois, tanto os salvos como os perdidos recebem o sinal na testa. Veja Apocalipse 7:3, 9:4 e 14:1. O sinal era primeiro observado nas ações cotidianas, (sinal nas mãos). Caso, isto não fosse evidente para a sociedade, a pessoa seria inquirida pelo tribunal da Santa Inquisição. Ela devia, então, confessar sua crença (confirmando o sinal na testa) nos dogmas da Igreja. De toda forma, as pessoas não somente aceitaram mentalmente como, também, suas ações concretas foram no sentido desta crença. Fé e prática juntas.

Para que ninguém possa comprar ou vender. O sinal servia para controlar o comércio. No tempo em que o Sacro Império esteve debaixo do controle papal, ser rico era uma heresia. O comércio foi proibido pelo Direito Canônico. Segundo este documento quem fizesse isto tinha cometido um crime condenado pelo próprio Cristo. A usura foi considerada um mal ainda pior.

A condenação do lucro no comércio era muito natural num sistema que produzia apenas para o consumo, e em que o comércio, realizado em épocas de calamidade, somente traria problemas. Isso porque os comerciantes inescrupulosos poderiam aproveitar-se da situação, se a Igreja não os tivesse ameaçado com as penas do inferno.” (Arruda, p. 367)

Senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Isto significa se identificar como um cidadão romano. Ter o “sinal” era uma identificação cultural e ter o “nome” era uma identificação civil. O “número” provém do nome, veremos mais detalhes à frente. Noutras palavras, as pessoas aceitavam a idéia de pertencer à Igreja Romana e se comportavam como membros dela. Foi através da Igreja Católica Romana medieval com seus credos e suas práticas religiosas que tudo aconteceu. De forma, que não havia como viver naquela sociedade sem respeitar os códigos espirituais da Igreja. A Igreja era a instituição universal da época. Ser católico era obrigação de todos, ou a única coisa que uma pessoa tinha como direito. As pessoas aceitavam o catolicismo, ou tinham que ir embora do reino.

Pessoas ou grupos religiosos que não comungavam do mesmo pensamento eram perseguidos, excomungados e expulsos, e aqueles que comungassem com eles eram ameaçados também: “Nós, A IGREJA ROMANA, ... ordenamos e exigimos que os Valdenses, Sabatistas, a quem os chama ´os pobres do Lión, e todos outros hereges que não podem ser enumerados, sejam excomungados da Santa Igreja... e saiam fora de nosso Reino e de todos nossos domínios. Todos os que, de agora em diante intentem receber aos mencionados Valdenses Sabatinos, e alguns outros hereges de qualquer profissão, dentro de suas casas, ou assistir a seus perniciosos cultos, ou os dêem mantimentos, ou os favoreçam de alguma maneira, incorrerão na indignação do Deus Todo-poderoso”. From Jones’ Church History (Copiado da História da Igreja por Jones), Diretório de Inquisidores, “Decreto do Ildefonso, ano 1194 D. de C.)[5]

Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem. A besta é um reino. O número não pode ser atribuído a um ser humano. E, mesmo que fosse uma pessoa, não poderia ser quem não viveu no Sacro Império. Nem mesmo o nome de um papa pode ser utilizado. Quanto menos o nome de Jesus Cristo, como alguns querem. Se alguns nomes de pessoas resultam em 666, não quer dizer que ela seja a Besta do Apocalipse, ou que tenha alguma ligação espiritual. O número provém do cálculo do nome da besta (reino), não do nome de pessoas. O número é utilizado para identificar quem marca, não quem é marcado. Isto sim, tem sentido! Quem tinha poder para marcar era a autoridade máxima dentro do Sacro Império Romano. Este poder era perseguidor da igreja. Deus não podia identificá-lo abertamente, por isso, usou de um código (uma criptografia) que seria encontrado através de um cálculo realizado pelos membros da igreja. Sendo assim, o sinal não é visível, um chip, por exemplo, como pensam muitos. O sinal já estava na besta, bastava identificá-lo. Foi isto que o povo de Deus fez. Calculou o número da besta e com o conhecimento deste código foi capaz de livrar-se das perseguições, fugindo para o deserto, ou seja isolando-se da sociedade romana. O resultado do cálculo, o número 666, é utilizado para identificar o poder de um homem. No mínimo, então, é de bom senso utilizar o “nome” (título/autoridade) atribuído a um cargo de governo dentro do Sacro Império Romano, pois a palavra “nome” é, muitas vezes, aplicada na Bíblia com o sentido de autoridade. E, este cargo tem que ser único, pois a Bíblia diz: “um homem”. O quer dizer que ocupa posição ímpar na sociedade.

E o seu número é seiscentos e sessenta e seis. O papado (cargo único na terra) responde perfeitamente por esta simbologia, pois a soma dos valores numéricos dos títulos atribuídos aos papas dá este número. Várias fórmulas de cálculo são sugeridas. Entre elas: VICARIVS FILII DEI (vigário filho de Deus), VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS (vigário geral de Deus na Terra), LATINVS REX SACERDOS (sacerdote e rei latino) e DVX CLERI (guia do clero). Utilizando o sistema de números romanos onde: D = 500, C = 100, L = 50, X = 10, V = 5 e I = 1, todos os títulos acima somam 666.

Concluindo. Quem recebeu o sinal? Aqueles que se identificaram como romanos, que viveram debaixo da autoridade do Sacro Império Romano, que aceitaram o papa como legítimo representante de Deus na Terra, que aceitaram o catolicismo com suas doutrinas e se comportaram em estrita obediência ao sistema vigente. Receberam o sinal aqueles que desejaram viver em paz dentro das fronteiras do Sacro Império Romano. Nos dias de hoje, também estão assinalados aqueles que não abandonaram aquelas crenças e práticas. “Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pedados, e para que não incorras nas suas pragas” (Apocalipse 18:4), esse é o recado de Deus para aqueles que lá estão.

Em suma, isto é suficiente para entendermos que a besta de 2 chifres foi o Sacro Império Romano, que sua imagem foi o sistema papal governando como os antigos césares e que seu sinal era o comportamento ou crença que identifica a pessoa com o catolicismo romano.

Há tantas especulações sobre o sinal da besta no meio religioso. Em sua imensa maioria interpretações não apoiadas no esquema profético e histórico dado pela Bíblia. Deus deu a profecia e sua interpretação. Veja isto no livro de Daniel capítulo 2 e 4, nos capítulos 7 e 8, em Apocalipse 17. Em todos estes casos houve um anjo interpretando a profecia. Nós devemos seguir o esquema dado pela Bíblia e apenas juntar a história e tudo é revelado.



Este livreto não poderá ser vendido. Deve ser distribuído gratuitamente.



Se você deseja conhecer outras profecias do Apocalipse, pode reservar um exemplar do meu livro sobre os sete selos, as sete trombetas e a taças, que perfaz a história desde a igreja primitiva até nossos dias. São revelações surpreendentes. Você não deve deixar de ler. Envie um e-mail para: edybrilhador@gmail.com e reserve o seu exemplar.

BIBLIOGRAFIA

WALKER, Williston. História da igreja cristã, p. 264. ed. especial. vol. I e II Juerp : Rio de Janeiro, 1980.

ARRUDA, José Jobson A. História antiga e medieval. Ática : São Paulo, 1976.

BANFIEL, Susan. Os grande líderes. Nova Cultural : São Paulo, 1988.

PIERRE, Pierard. História da igreja. Edições Paulinas : São Paulo, 1983.

KNIGHT, A. E., ANGLIN, W. História do cristianismo. 3 ed. Casa Editora Evangélica : Terezópolis, 1955.

SILVA, Joaquim, PENNA, J. B. Damasco. História geral. Companhia das Letras : São Paulo, 1970.

NOVA ENCICLOPÉDIA ILUSTRADA FOLHA. Folha da manhã : São Paulo, 1996.

THONDIKE, Lynn. The history of medival. [?] : [?], [1917]. (Citado)

REMINGTON, E.R. The beast and his image. Traduzido: A besta e sua imagem. Meridian : Church of God Publishing House.

As Sete Trombetas do Apocalipse

Os Sete Selos e as Sete Trombetas



Introdução:
Creio que este estudo nos passará uma visão mais ampla do panorama escatológico do Apocalipse. Não é um estudo oficial, em nome da Igreja de Deus, mas, é o resultado de uma pesquisa que fiz, no objetivo de analisar alguns fatos importantes da História e que podem estar enquadrados na profecia. É um estudo novo, que pode ser aperfeiçoado, mas nos ajudará e muito no entendimento da revelação divina.


Os Sete Selos
O Primeiro Selo - (Apocalipse 6:1-2) O Cavalo Branco: É um símbolo da prosperidade do Império Romano em sua idade áurea.
A cor branca é símbolo de vitória; Apocalipse 3:4-5; 7:9,13-14. Roma assumiu o domínio universal em 168 antes de cristo, mas o seu período conhecido como “idade de ouro”, teve seu inicio já no final do primeiro século. O historiador Eduardo Gibbon, chama aos reinados dos cinco imperadores, Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio, de 96 A.d. a 180, “O período mais feliz e mais próspero de toda a história da raça humana.”

Outras informações acerca deste tempo, relatam os fatos na seguinte ordem:
“O século dos Antoninos marcou o apogeu do Império Romano. Nesse período, o Império atingiu sua maior extensão territorial, conheceu grande prosperidade econômica, gozou da paz interna e foi administrado de maneira eficiente. (História antiga e medieval, pag. 263 – José Jobson de A. Arruda ).

O versículo 2 diz: “Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer.”

O arco é uma arma para lutar com uma flecha. Mas o cavaleiro do cavalo branco estava com um arco sem flecha. Isso indica que a flecha já foi atirada contra o inimigo para destruí-lo, e a vitória foi obtida para o estabelecimento da paz. Essa situação se harmoniza de modo perfeito ao que se passou em Roma. Não é dito que este cavaleiro recebe uma flecha para lutar, e mesmo assim ele “saiu vencendo e para vencer”.

“Quando João escreveu o Apocalipse, o Império Romano entrava em sua idade áurea, quando seu poder chegou ao ponto máximo, e a paz universal imperava dentro de suas fronteiras.” (Manual Bíblico pg. 628).

Mas a exemplo de Babilônia, Roma haveria de cair, não somente pôr sua soberba e opulência, mas também pôr seu ódio e inimizade contra DEUS. Na abertura dos demais Selos, veremos como DEUS começou a exercer o seu juízo sobre o Império Romano, a fim de destruir com este Reino pecador.


O Segundo Selo - (Apocalipse 6:3-4) - O Cavalo Vermelho: A Guerra – Cem anos de guerra Civil dentro do Império Romano.
A cor vermelha na profecia é significado de derramamento de sangue: Isaías 63:1-6. Espada indica matança: Isaías 34:5-6; 66:16; Jeremias 25:31; 50:35-37; Ezequiel 21:28.
A expressão “para que os homens se matassem uns aos outros”, parece ser referencia a guerra civil: Exodo 32:27-28. E foi exatamente isto que aconteceu no governo romano após a idade áurea do Império. Este período é mencionado na história como “anarquia militar” e é o cumprimento do segundo Selo.

No século entre 200 e 300 A.D., mais de cinqüenta homens reivindicaram o trono para si, e em vez de terem no governo autoridades enérgicas que executassem as leis do Império, combatiam-se mutuamente, querendo cada qual ser o Imperador. Nessas guerras, cem anos de guerra civil, e no que sempre acompanha uma guerra prolongada - fome e morte – o Império Romano perdeu mais da metade de sua população, e começou a descambar para a ruína.

Segue-se longo período de desordens, os Imperadores de então somente se mantinham no poder à custa das armas, O assassinato tornou-se rotina. Cada exército pretendia fazer Imperador seu comandante. Vinte e cinco Imperadores se sucederam no período de 94 anos (século III). (História Geral pg.133 – Julierme).

Fatos ocorridos neste período nos mostram a exatidão da Profecia: “Depois dos Antoninos, Roma entrou em decadência. A guarda pretoriana e a soldadesca das legiões faziam e desfaziam Imperadores.

Dentre os numerosos soberanos desta época, alguns raros se destinguiram pôr vitórias militares: o mais notável foi Severo Alexandre, que tinha boas qualidades e animou as letras, a industria e a agricultura. A anarquia militar aumentou depois da morte de Severo Alexandre, assassinado como seus dois predecessores. Cada exército tinha seu candidato a Imperador e as violências e assassinatos eram freqüentes. (Historia Geral pg.130 – Joaquim Silva e J. B. D. Penna).

Antes de Severo Alexandre notou-se o cruel e desequilibrado Caracala que, apesar dessas péssimas qualidades, construiu famosas termas e deu cidadania a todos os homens livres ( pelo edito de 212, medida importante que acabou de unificar esse vasto Império).

Caracala fez perecer milhares de pessoas e matou nos braços de sua mãe o próprio irmão. Acabou assassinado, quando tinha apenas 24 anos. A Caracala sucedeu Heliogábalo, louco e devasso, autor de crimes horríveis e que também acabou assassinado pelos soldados. (História Geral pg.132 – Joaquim Silva e J. B. D. Penna).
Em seguimento a idade de ouro representada no Cavalo Branco, vemos um período de guerras civis, cujos efeitos abalaram o Império e reduziram consideravelmente seu potencial. É a cavalgada do segundo cavaleiro.


Terceiro Selo – (Apocalipse 6:5-6) - O Cavalo Preto: A Fome, uma das conseqüências da guerra civil.
A fome e a escassez na Bíblia são representadas pela cor preta: (Lamentações 4:1-9).

Os alimentos vendidos a peso trazem o mesmo significado:
(Levítico 26:26 – Ezequiel 4:16-17).

No tempo do Profeta Elizeu houve uma grande fome em Samaria, e certas mercadorias eram vendidas a peso: (II Reis 6:25).
O comentário de rodapé, sobre (apocalipse 6:6), da versão revisada de Almeida diz: “Um queniz, medida de cerca de um litro, por um denário, que valia um dia de trabalho, indicava grande escassez do artigo”.

A fome é uma conseqüência da guerra, e ambas são juízos de DEUS exercido sobre os ímpios. Quando José interpretou os sonhos de Faraó, afirmou: “O que DEUS há de fazer, mostrou-o a Faraó. Vêm sete anos de fartura em toda a terra do Egito. Depois deles levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra. Não será conhecida a abundância na terra, pôr causa daquela fome que seguirá, porque será gravíssima. Ora, o sonho de Faraó foi duplicado porque esta coisa é determinada pôr DEUS, e ELE se apressa a faze-la. (Gênesis 41:28-32).

Depois de uma era de luxo e prosperidade, o Império Romano experimentou tempos amargos: No interior do próprio Império havia muitos problemas, com cidadãos descontentes devido às altas taxas de impostos cobradas, e mesmo os funcionários do governo já não eram mais tão eficientes e honestos. Uma enorme população de escravos significava sempre ameaça constante de rebelião. O comércio e a agricultura também declinavam.(Enc. Do Estudante – ed. Abril Vol.4 pg. 1228).

Não conseguindo dinheiro com a cobrança de impostos, o Estado passou a emiti-lo. Agora havia dinheiro, mas não havia produtos suficientes para comprar. Quem tinha produtos aumentava os preços, pois não faltavam compradores. E com isso subiam os preços de todos os produtos muito mais do que o aumento dos salários. Era a inflação, um fenômeno bem antigo, como se vê, com a inflação, o dinheiro valia cada vez menos e as pessoas compravam pouco. (História Antiga e Medieval pag. 284 – José J. de A Arruda).

A expressão não danifique o azeite e o vinho, podem ser assim compreendidas: “O azeite e o vinho são para o prazer do homem: (Salmo 104:15). Em épocas de guerra eles se tornam preciosos e não devem ser danificados.
Parece indicar o nível de vida em que o luxo é abundante, ao passo que os gêneros de primeira necessidade se vendem a preços de fome, talves significando que os grandes tinham fartura enquanto o comum do povo vivia em penúria. (Manual Bíblico pg. 628).


Quarto Selo – (Apocalipse 6:7-8) - O Cavalo Amarelo : A Morte a conseqüência imediata dos “quatro meus juízos de DEUS”; a fome, os animais selvagens, a espada e a peste: (Ezequiel 14:12-23).

Tais como Ezequiel estes juízos de DEUS aparecem no quarto selo, trazendo a morte sobre a Quarta parte da terra. No segundo selo vemos a guerra ou espada, na abertura do terceiro a fome e o quarto pôr sua vez os menciona juntos, ao lado da peste e das feras. “As guerras civis do Império Romano foram seguidas de um aumento enorme de animais ferozes.” (idém) Os mortos pelas feras da terra, referem-se aos mortos pela mão disciplinadora de DEUS.

“Enviarei vespas adiante de ti, que lancem fora os hebreus, os cananeus e os heteus de diante de ti.”

“Envia animais selvagens contra vós, os quais vos desfilharão, acabarão com o vosso gado, e vos reduzirão e tão poucos que os vossos caminhos se tornarão desertos.”

“Então o SENHOR enviou contra o povo serpentes venenosas, que os picavam, e morreu muita gente de Israel.”

(Exôdo 23:28; Levítico 26:22; Números 21:6; ver ainda II Reis 2:24 e 17:25; Jeremias 50:38-39).

Podemos então concluir, que o objetivo do quarto selo, é finalizar o que fez o segundo e o terceiro selo. A cavalgada destes resulta na cavalgada do quarto cavaleiro.


Quinto Selo – (Apocalipse 6:9-11) - Os Mártires pedindo vingança: Refere-se aos que forma mortos pela perseguição de Roma pagã.

A atitude do Império Romano para a Igreja de DEUS era a de perseguidor. A pregação do Evangelho do Reino consistia numa ameaça à hegemonia de Roma, pois apresentava um Libertador, Salvador e Rei, nosso SENHOR JESUS CRISTO: ver (João 19:12,15.)
A história registra dez grandes perseguições com Dez Imperadores. São Eles: Nero, Domiciano, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio, Sétimo Severo, Décio, Valeriano e Diocleciano, numa época que se inicia em 64 AD e vai até pôr volta de 313. Um período de perseguição sob Diocleciano, é conhecido na história como “Era dos Mártires.”

Convém deixar bem elucidado, que estes mártires são da época do Império Romano Pagão, identificado no Livro de Apocalipse como; “a besta que subiu do mar.”

O versículo 10 diz: “E Clamavam com grande voz, dizendo: até quando, ó verdadeiro e Santo Soberano, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam cobre a terra?.”
Mas como os mártires pediam vingança se estavam mortos? É bom saber que eles não estavam e não estão no céu, mas clamam como o sangue de Abel: (Gênesis 4:10 e Hebreus 11:4). Como a pedra na parede: (Habacuc 2:11). Como o salário dos trabalhadores: (Tiago 5:4).

A resposta dada foi: “E foi-lhes dito que repousassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos, como também eles foram. (V.11).

Podemos então entender que no futuro haveriam outros mártires e estes os do Sacro Império Romano, identificado no Apocalipse como “ A besta que subiu da terra”. Em ambas as fases, o Império Romano perseguiu os Santos, fazendo um número incontável de mártires. (Apocalipse 15:2 e 20:4).

Dez tremendas perseguições se fizeram à Igreja; calcula-se em alguns milhares os mártires, homens, mulheres e crianças, lançados as feras, queimados vivos, crucificados, decapitados, de toda maneira sacrificados ao ódio da população ou à crueldade dos Imperadores. Para excitar contra os Cristãos o ódio da população caluniavam-nos, dizendo que eles rodeavam de mistério o seu culto porque o celebravam com práticas horríveis, tais como o sacrifício de crianças, cujo sangue bebiam. (História Geral – pg. 136 – Jose Silva e J.B.D.Penna).


Sexto Selo – (Apocalipse 6:12-17) - Um Grande Tremor na Terra: Revela um período de consternação, revolução e instabilidades no mundo. E a adoção do Cristianismo pelo Império Romano.

A conversão de Constantino ao Cristianismo é tida como uma das revoluções mais importante da História. Roma passou a Ter uma nova vestimenta: agora religiosa cristã. Na verdade, a cristianização de Roma feita no quarto século, foi uma saída eficiente para manter a unidade política do próprio Império.

Pensam alguns este selo seja uma referência ao terremoto de Lisboa, ocorrido em 1º de novembro de 1755, ligado ao dia escuro de 1833. Outros afirmam ser o período pré-armagedom em momentos que precede a volta de CRISTO. Porém, o sexto selo não pode ser assim entendido pelas seguintes razões:

+Quando é aberto o sétimo selo soam as sete trombetas e pelos fatos que elas revelam, é impossível que os mesmos aconteçam pôr estes tempos.

+Se é assim, a vingança de DEUS sobre o Império Romano ficou exclusivamente para o dia de CRISTO, não acontecendo nada antes que pudesse ser entendido pôr vingança. É bom lembrar que Roma teve duas fases: Pagã e Cristã. Os juízos de DEUS que já vimos foram sobre Roma Pagã.

+A expressão “DIA DO SENHOR” na Bíblia, não é aplicada somente a volta de CRISTO, mas pode significar também um período de revolução e agitações no mundo. Vejamos este exemplo: A tomada de Babilônia pelos Medos, descrita em (Isaías cap. 13).

Verso....6 Tida como dia do Senhor
Verso..10 As estrelas, a lua e o sol não brilharam
Verso..11 DEUS faria cessar a arrogância dos ímpios
Verso..13 Os céus estremeceriam
Verso..13 Seria o dia da ardente ira do SENHOR

E com todos estes sinais, Isaías não descreve a volta de CRISTO, mas a queda de Babilônia, pois os versos 1e17 relatam: “Oráculo a cerca de Babilônia, o qual viu Isaías, filho de Amóz. Vede, EU despertarei contra eles os medos, que não farão caso da prata, nem tampouco desejarão ouro”. O leitor poderá examinar e constatará que ele realmente mostra a queda de Babilônia.

“Nenhum acontecimento teve tão grande conseqüências, nem determinou tão profundas transformações sociais, como a vitoria do Cristianismo, base da civilização moderna. Após três séculos de liberdade para seu culto; e, depois, com Teodósio, a oficialização de sua religião no Império”. (História Geral – pg.134
José Silva e J.B.D.Penna).


Sétimo Selo – (Apocalipse 8:1-2) - Silêncio no Céu:
Silêncio no céu pôr meia hora, respostas às orações dos Santos, tocam as sete trombetas.

O sétimo selo são as sete trombetas. Antes, porém, delas tocarem, nos é dito que se faz silêncio no céu “pôr cerca de meia hora”, como se algo estivesse sendo preparado. Meia hora em profecia é um período de aproximadamente 7 dias. Sabemos que “7” é símbolo de perfeição. O número 7 também indica cumprimento, ou seja, DEUS inicia e termina. Um silêncio no céu pôr 7 dias pode ser uma demonstração de que DEUS se prepara para agir no mundo, no objetivo de conduzi-lo por seus intentos e decretos:

“O SENHOR como poderoso sairá, como homem de guerra despertará o zelo: clamará, e fará grande ruído, e sujeitará os seus inimigos. Por muito tempo me calei, estive em silêncio , e me contive. Mas agora darei gritos como a que está de parto, arfando e arqueando.” (Isaías 42:13-14).

“Então o SENHOR possuirá a Judá como sua porção na terra santa, e ainda escolherá a Jerusalém. Cale-se, toda a carne, diante do SENHOR, porque ELE despertou na sua Santa Morada.” (Zacarias 2:12-13).

Em seguida, dos versos 3 a 5, nos é dito que um Anjo tendo um incensário de ouro, recebe incenso para oferecer com as orações de todos os santos sobre o altar que está diante do Trono de DEUS.
Na seqüência, o Anjo toma o incensário, enche-o do fogo do altar e o lança sobre a terra. O incenso já é uma representação das orações dos santos; (ver apocalipse 5:8). O fato do Anjo encher o incensário do fogo do altar e lança-lo sobre a terra, pode ser entendido como uma resposta às orações dos santos, a fim de prepara-los para os eventos a se realizarem na terra. (compare com Isaías cap. 6).

Agora os Sete Anjos preparam-se para tocar suas trombetas, “e houve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos.”(verso 5).

Tudo isto acontece entre os acontecimentos do sexto selo e o toque da primeira trombeta.

RESUMO DOS SETE SELOS
(D.C.)
Primeiro selo (Idade áurea do Império Romano (96 a 180).
Segundo selo (Cem anos de guerra civil (192 a 300).
Terceiro selo (A fome sendo conseqüência da guerra).
Quarto selo (A morte como consumação dos juízos).
Quinto selo (Os mártires pedem vingança).
Sexto selo (Cristianismo a Religião do Império (313).
Sétimo selo (As sete trombetas).



AS SETE TROMBETAS“Então os Sete Anjos que tinham as Sete Trombetas prepararam-se para tocar.” ( Apocalipse 8:6).

Trombeta, alarido ou buzina, possuem na Bíblia um significado bem especifico “GUERRA’. (ver Êxodo 32:17; Josué 6; Juizes 7:16-23; Jó 39:24-25; Jeremias 4:5-7, 16-21, 49:1-2; Ezequiel 7:14; Joel 2:1-3; ICoríntios 14:7-8). Para alguns dos textos mencionados, gostaria de dar um destaque, sendo eles:
Josué 6 : Sete sacerdotes, com sete trombetas, por sete dias, rodearam a cidade de Jericó e tocaram as trombetas sete vezes no sétimo dia. Tudo isto era o sinal para o inicio da conquista de Jericó: “Gritou o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas: ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e a tomaram.” (verso20).

Juizes 7:16-23: Gideão na luta contra os midianitas, reuniu seus trezentos homens e deu a cada qual uma trombeta, veja o que aconteceu: “Tocando os trezentos homens as trombetas, o SENHOR tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial dos midianitas."”(verso22).

Joel 2:1-3: Tocando a trombeta em Sião, e dando-se um alarme no monte santo, aparece uma nação para a guerra contra o povo de DEUS. “Tocai a trombeta em Sião, e daí o alarma no meu monte santo. Tremam todos os moradores da terra..., vem um povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve.” (versos 1e2).

Isto torna bem claro uma coisa: Trombeta é sem dúvida sinal de que alguma guerra está em andamento. No caso de Josué capitulo 6, isto foi mostrado quando os israelitas lutaram contra Jericó e a levaram à queda! Se temos no Apocalipse 7 trombetas, devemos entender que temos 7 guerras, ou melhor 7 grandes guerras. Mas como desvendá-las? Para isso precisamos de alguns esclarecimentos.

Estamos falando da luta de CRISTO contra o Império Romano, começando na abertura do segundo selo. Se foi bem notado, até o quinto selo está em evidencias o Império Romano Pagão. O sexto mostra a estrutura deste Império passando por uma transformação, o que realmente ocorreu, basta uma consulta na História. O Sétimo Selo traz as Sete Trombetas, revelando sete guerras. Então pergunto? Não seriam estas Sete Trombetas, Sete Guerras levantadas por DEUS a fim de levar o Império Romano a cair de uma vez? O estudo que apresento a seguir, prova que sim.


AS QUATRO PRIMEIRAS TROMBETAS“Os Romanos desdenhosamente os chamavam de bárbaros, o que, para eles, significava incultos, grosseiros,. Não tinham as maneiras que Roma considerava fidalgas. Não falavam grego nem latim. Não tinham literatura nem sabiam esculpir. Não faziam teatro nem construíam palácios. Mas foram esses incultos e grosseiros povos bárbaros que acabaram por destruir o orgulhoso Império, cujos alicerces haviam sido minados durante séculos. Com o golpe de misericórdia da espada germânica, estes alicerces ruíram de vez.”(Enc. Novo Conhecer – vol. V pg. 1153)

Temendo as invasões dos bárbaros nas fronteiras do Império, o Imperador Teodósio criou o Império Romano do Oriente, em 395, tendo por capital Constantinopla. Esta cidade era a Grega Bizâncio, razão pela qual, o Império do Oriente tornou-se conhecido por Império Bizantino. Esta divisão deixaria de existir assim que não houvesse mais ameaça por parte dos bárbaros, mas o que ocorreu foi exatamente o contrário.

A PRIMEIRA TROMBETA - (Apocalipse 8:7)
“O primeiro Anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, que foram lançados na terra. Foi queimada a Terça parte da terra, a Terça parte das árvores, e toda a erva verde.”

“Os Godos, em 409 A D. caíram sobre a Itália com fúria, e iam deixando atrás de si cidades incendiadas, terras devastadas, ensangüentadas e desoladas.” (Manuel Bíblico, pg. 630).

“...os visigodos atravessaram o Danúbio e tiveram permissão do Imperador para estabelecer-se como federados na região compreendida entre o Danúbio e os Balcãs. Mas, após alguns anos, chefiados por Alarico, atacaram a Macedonia e a Grécia; mais tarde invadiram a Itália e saquearam Roma, que devastaram, poupando a basílica dos Apóstolos (no ano 410). Os visigodos invadiram depois a Península Ibérica, onde formaram um grande reino; e na Itália o mesmo fizeram os Ostrogodos. A grande invasão foi no ano 406; dezenas de milhares de germanos (vandalos, burgündios, suevos) precipitaram-se na Gália, saqueando e destruindo cidades, devastando os campos e fazendo grande morticínio. (História Geral – pg. 149 – Jose Silva e J.B.D.Penna).

ALARICO – O barbaro que humilhou Roma; Ele sitio Roma, deixando-a sem alimentos, além da fome, começa a lastrar-se pela cidade uma epidemia de peste, resultado dos milhares de cadáveres insepultos. Os Romanos, desesperados, sufocam seu orgulho e imploram a Alarico que se retire, o chefe Visigodo exige, para isso, todo o ouro e prata da cidade como resgate, além da libertação de cerca de 40 mil escravos bárbaros. Aos decepcionados embaixadores romanos, que lhe perguntaram que nos deixas, pois?, respondeu simplesmente; a vida...

Mais tarde, outra vez Alarico sitia Roma, que cai no dia 24 de Agôsto de 410. Seguem-se 3 dias de saque e de sangrenta matança, da qual participaram os 40 mil escravos libertados do sitio anterior. (Historia Geral pg. 154 – Julierme).

Sob o comando de Alarico, os Godos trouxeram a primeira guerra que levaria o Império Romano à queda. Eles se originavam do Norte, e é por isto que suas invasões são representadas como “Saraiva”. Destruíam as cidades e os campos com fogo, e os cidadãos do Império caiam em suas mãos em sangrentas batalhas.

Não podemos entender a saraiva de modo literal, pois literalmente ela foi a Sétima Praga que caiu sobre o Egito:
“Estendeu Moisés a sua vara para o céu, e o SENHOR deu trovões e saraiva, e fogo desceu à terra. Assim fez o SENHOR chover saraiva sobre a terra do Egito; havia saraiva misturada com fogo, saraiva tão grave qual nunca houve em toda a terra do Egito, desde que veio a ser nação. A saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo o que havia no campo, desde homens até os animais: feriu toda a erva do campo, e quebrou todas as árvores do campo.” (Êxodo 9:23-25).
O que a saraiva fez no Egito, os Godos fizeram no Império Romano!

SEGUNDA TROMBETA – (Apocalipse 8:8-9)
“O segundo Anjo tocou a trombeta, e foi lançado no mar como que um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a Terça parte do mar. E morreu a Terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a Terça parte dos navios.” (monte é símbolo de reino: Jeremias 51:24-25).

“Os Vândalos, no ano 422 AD, investiram sobre a Gália e a Espanha e foram até a África: construíram uma armada e durante 30 anos deram combate à marinha romana que por 600 anos fora senhora do Mediterrâneo, e a expulsaram do mar.” (Manual Bíblico pg. 630).

Sob o comando de Genserico, os Vândalos realizaram suas conquistas no mar. Numa noite, próximo a Cártago, ele consegue destruir, usando a espada e o fogo, boa parte da frota romana, que era formada por 1.300 navios e mais de 100.000 homens.

“Os Vândalos viviam principalmente da pirataria, atacando constantemente a Silícia e a Itália. Eram tão violentos durante as pilhagens, que a palavra vândalo permaneceu como sinônimo de destruidor.” (Enc. Novo Conhecer – vol. III pg.389).

“A construção de uma poderosa frota permitiu Genserico, Rei dos Vândalos, ocupar a Córsega, a Sardenha e parte da Sicília.” (História Antiga e Medieval pg. 319 José Jobsom de A Arruda.)

Genserico chegou a tomar e saquear Roma, capturando a Imperatriz e suas filhas.




TERCEIRA TROMBETA – (Apocalipse 8:10-11)
“O terceiro Anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a Terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas; o nome da estrela era Absinto. A Terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, que se tornaram amargas.”

“O huno Átila, no ano 440 AD, vindo do centro da Ásia, apareceu às margens do Danúbio, à testa de 800.000 combatentes. Investindo para oeste, defrontou-se com os exércitos romanos, derrotou-os em horrível chacina, sucessivamente no Rio Maíne, no Ródano e no Pó de modo que as águas desses rios tingiram-se de sangue. Carregado de despojos, voltou ao Danúbio. Quando morreu, o rio foi desviado do seu leito e, neste, sepultaram-no. Tornaram as águas e ainda hoje deslizam sobre o seu corpo. Foi de fato o flagelo dos rios.” (Manual Bíblico pg. 6030).

Atila dizia-se descendente de Ninrode, e afirmava que onde pisasse seu pé, a erva jamais cresceria. A expressão “muitos homens morreram das águas, que se tornaram amargas” pode ser entendida quando Atila, irritado com os romanos, destrói e derrota importantes cidades localizadas na região do Rio Danúbio:
“E começa por exigir dos romanos a duplicação dos tributos estipulados nos tempos de Rua. Refutadas suas exigências, lança-se à ofensiva em 441, destrói e derrota poderosas cidades romanas localizadas na região próxima ao Danúbio. Avançando para o interior do Império do Oriente, chega à capital, Constantinopla, após sucessivas vitórias. Aí, as altas muralhas barram o acesso de seus arqueiros montados. Mas não desanima; volta-se contra as tropas romanas que haviam sido rechaçadas para o norte do Mar Negro. O terror da cavalaria comandada pelo primeiro rei dos Hunos conhecido no Ocidente obrigou os romanos a aceitar os elevados tributos em ouro estipulados por Atila, em troca da paz.” (Enc. Novo Conhecer vol. VIII, pg. 2012,2013).

Sua ambição por conquistas lhe valeu o título, Flagelo de DEUS:
“A mais terrível das invasões, porém, foi a dos Hunos, vindos da Ásia, conduzidos por Átila, chamado o Flagelo de DEUS. Depois de atravessar a Europa central, que encheu de terror...” (História Geral pg. 149 – José Silva e J.B.D.Penna).

A QUARTA TROMBETA – (Apocalipse 8:12)
“O quarto Anjo tocou sua trombeta, e foi ferida a Terça parte do sol, a Terça parte da lua e a Terça parte das estrelas, de modo que a Terça parte deles se escureceu. A Terça parte do dia não brilhou, e semelhantemente a da noite.”

“Odoacro, ano 476 AD, à frente de outra horda de bárbaros, sitiou e capturou Roma. O poderoso Império Romano, que por uns seis a oito séculos dominara o mundo, entrou em decadência. A luz da civilização romana apagou-se, começando as eras trevosas do mundo.” (Manual Bíblico, pg. 630).

Era a queda do Império Romano no Ocidente, a Terça parte deste reino suntuoso deixou de brilhar. “A destruição do Império Romano no Ocidente pêlos bárbaros germânicos é um dos maiores eventos do momento, na História.” (Myers Ancient History, edição de 1904 pgs. 546 e 547).

É interessante notar que nesta Trombeta apenas a Terça parte do Império é ferida para não brilhar. Porque isto? Porque o Império do Oriente (Império Bizantino) continuou existindo e por séculos preservou os costumes da antiga Roma. Enquanto isto no Império do Ocidente, que foi destruído pêlos Bárbaros, iniciava-se a Idade Média, Idade das Trevas.

“No mesmo ano 476, Odoacro, rei dos Hérulos, derrubou Rômulo Augustulo e mandou as insígnias imperiais para Zenão, imperador em Constantinopla. O Império parecia reunificado. Mas, na realidade, o Imperador mandava apenas no Oriente, pois o controle do Ocidente dominavam os Bárbaros.” (História Antiga e Medieval pg.290 – Jose Jobson de A Arruda).
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Em resumo as Quatro Primeiras Trombetas obedecem a seguinte ordem no Ano Domini;
Primeira Trombeta – Os Godos de Alarico, de 406 a 410.
Segunda Trombeta – Os Vandalos de Genserico, ano 422.
Terceira Trombeta – Os Hunos de Átila, ano 440.
Quarta Trombeta – Os Hérulos de Odoacro, ano 476.
Essas Trombetas tocam num curto espaço de tempo, separadas uma das outras por poucos anos. O próprio contexto nos passa esta idéia. Ai então se estabelece uma pausa;

“Enquanto eu olhava, ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra! Por causa das outras vozes das Trombetas dos três Anjos que ainda vão tocar.” (Apocalipse 8:13).

Pelo verso acima concluímos:
Quinta Trombeta é o Primeiro Ai.
Sexta Trombeta é o Segundo Ai.
Sétima Trombeta é o Terceiro Ai.
A Quinta e a Sexta Trombeta já estão separadas entre si por um período de tempo maior que as quatro primeiras. Entre a Sexta e Sétima exite um período de demora: (Apocalipse 10:5-7). E conforme o versículo acima, as três últimas Trombetas (Quinta, Sexta e Sétima), são três “AI”.

Notamos que as Quatro Primeiras Trombetas trataram da queda do Império Romano no Ocidente. A Quinta e a Sexta Trombeta tratará da queda de todo o Império num sentido mais amplo: Os Reinos do Mundo.

QUINTA TROMBETA
– (Apocalipse 9:1-12) -
“Uma estrela cai do céu e lhe é dada a chave do poço do abismo. Abre o poço do abismo, e sobe fumaça como de uma grande fornalha. Da fumaça saem gafanhotos sobre a terra, com poder igual ao dos escorpiões. Tinham ordem de danificar, não a erva da terra, mas aos homens por cinco meses. Tinham a aparência de cavalos aparelhados para a guerra.

Sem dúvida alguma, esta Trombeta refere-se a propagação do islamismo através do mundo católico. Vindo dos desertos da Arábia, os Sarracenos impuseram a Europa católica o “Primeiro Ai.”
Mas antes de explicarmos o contexto desta Profecia, vamos analisar primeiramente o significado de alguns símbolos envolvidos:
GAFANHOTOS: Em Profecia significam exércitos, povos guerreiros, cavalos de guerra, etc...

-Primeiro Exemplo: A invasão da terra de Israel pelos Midianitas no tempo dos Juizes:
“Porém os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do SENHOR, e o SENHOR os entregou nas mãos dos Midianitas por sete anos. Sempre que Israel semeava, subiam contra ele os Midianitas, os Amalequitas e também os filhos do oriente. Subiam com os seus rebanhos e tendas, como um exame de gafanhotos. Eram tão numerosos que não se podiam contar, nem a eles nem aos seus camelos, entravam na terra para destruir.” (Juízes 6:1,3,5).

“Os Medianitas, os Amalequitas e todos os filhos do oriente jaziam no vale, como gafanhotos em multidão. Eram inumeráveis os seus camelos, como a areia que há na praia do mar.” (Juízes 7:12).

-Segundo exemplo é a invasão da terra de Israel pelos caldeus:
“O que ficou do gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que ficou do gafanhoto devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor. Despertai ébrios, e chorai! Gemei, todos os que bebeis vinho; gemei por causa do vinho novo, porque foi tirado da vossa boca. Uma não poderosa e inumerável veio sobre a minha terra; os seus dentes são dentes de leão, e têm presas de leoa.” (Joel 1:4-6).
A característica dos gafanhotos de (Apocalipse 9) é de destruidores. Compare o último versículo com (Apocalipse 9:8).



-Terceiro exemplo é a tomada da Babilônia pelos Medos:
“Jurou o SENHOR DOS EXÉRCITOS por SÍ mesmo; certamente te encherei de homens, como de um enxame de gafanhotos, e eles gritarão em triunfo sobre ti. Arvorai estandarte na terra! Tocai trombeta entre as nações! Preparai as nações contra ela, convocai contra ela os reinos de Arará e Asquenaz. Ordenai contra ela um comandante; fazei subir cavalos, como um enxame de gafanhotos.” (Jeremias 51:14,27).

Também em (Jó 39:19-25) “Dás força ao cavalo, ou revestes o seu pescoço de crinas? Tú o fazes pular como o gafanhoto, lançando terror com o respirar das suas ventas? Escava a terra, folgando na sua força, e sai ao encontro dos armados. Ri-se do temor, e não tem medo de nada; não torna atrás por causa da espada. A aljava range contra o seu lado, juntamente com a lança cintilante e o dardo. Tremendo e enfurecido devora a terra; não pode permanecer quieto ao som da trombeta. Ao soar a trombeta, ele diz: Eia! E de longo cheira a batalha, o alarido dos príncipes e o grito de guerra.”

Obs.(Todas estas citações são da versão contemporânea de Almeida.)

Em Apocalipse 9 – Os gafanhotos nesta profecia nos fornecem um ambiente tipicamente arábico. A religião islâmica iniciada por Maomé, pregava a guerra santa a fim de que todos os homens se convertessem ao islão. Eles trouxeram o “Primeiro Ai” sobre a religião católica, no sentido de que impediram o avanço do catolicismo no Oriente, e com suas conquistas transformaram nações romanizadas em territórios exclusivamente muçulmanos.

O maior empecilho à continua expansão do cristianismo veio do deserto arábico, onde Maomé nasceu, em Meca, por volta de 570 d.C. Ele pregava o íslamismo (que significa a rendição a DEUS), um rigoroso monoteísmo que ensinava que Alá é o único deus do universo, o qual deve ser adorado com exclusividade.” (Atlas Ilustrado do Mundo Bíblico pg. 111 – Joseph Rhymer).

Conheça agora um pouco da religião islâmica e de seu fundador e profeta Maomé. O islame ( isto é, abandono à vontade de deus) é uma mistura de superstições árabes com idéias cristãs e judaicas. Ensina a existência de um só deus, Alá, que enviou à terra vários profetas, como Abraão, Moisés, Jesus, os quais revelaram parte da verdade religiosa; Maomé, porém, era o último e o maior. Os fiéis devem crêr na imortalidade da alma, no juízo final. Alá tem a sorte dos homens escrita no livro do destino (fatlismo). Os que morrem lutando por sua causa e os bons irão para um paraíso de sete céus, cheio de prazeres materiai.” (História Geral pg. 162 – Joaquim Silva e J.B.D.Penna).

O paraíso que Maomé descrevia era um verdadeiro jardim de delícias; lá não faltavam alimentos saborosos, água gelada, divãs adornados de pedrarias, belas mulheres ( as huris), e, principalmente, a visão de deus, que provocaria uma êxtase sensual. Essa visão do paraíso deixava com água na boca os árabes do deserto. Eles não demoraram em seguir Maomé. (História Antiga e Medieval pg. 307 – José Jobson de A Arruda).

Maomé morreu em Medina, onde fez construir a Mesquita de Kuba, a primeira do Istão.(...) segundo a tradição religiosa, Maomé subiu aos céus, partindo da torre da Mesquita, no ano de 632 da era Cristã, ou ano 10 da Hégira.

Seguindo as ordens do profeta, os califas procuraram expandir o islão. Quando Maomé morreu, apenas a Arábia estava convertida. Seu sucessor, Abu-Bekr, dominou algumas tribos árabes revoltadas e, em seguida, iniciou o avanço em direção à Síria e a Pérsia. Entre 634 e 644, o grande Omar transformou o Estado nacional árabe num Império teocrático mundial. Para governá-lo, estabeleceu um regime militar; o comandante das tropas de ocupação tornava-se o governador civil, o chefe religioso, o juiz. Omar realizou a conquista da Síria, Palestina, Pérsia e Egito. (idem, pgs 309 e 310).

*importante é que o inicio das conquistas muçulmanas é que nos servirão de base para a contagem dos 150 anos ou “cinco meses” proféticos de Apocalipse 9:5.


NO CONTEXTO DA PROFECIA
Apocalipse 9:1-2 – “E o Quinto Anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra, e foi lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar.”

“E vi uma estrela que do céu caiu na terra”: Esta estrela sem dúvida alguma é Maomé, o fundador do islamismo. ( O rei de Babilônia na Bíblia foi comparado a uma estrela “ que caiu do céu”: Isaías 14:12-14. Os sacerdotes judeus também foram comparados como estrelas: Daniel 8:10)”.
É curioso o fato de que Maomé era sempre representado por uma chama.

“E foi-lhe dada a chave do poço do abismo”: Isto pode ser entendido da seguinte forma: Até Maomé, a Arábia não era propriamente uma nação. As tribos árabes viviam espalhadas pelo deserto sem qualquer organização política, religiosa e militar. A partir de então, a Arábia se uniu em torno da religião criada por Maomé e apareceu no cenário mundial, entrando para a História e tornando-se uma das principais civilizações já conhecidas. A “Chave” que lhe foi dada então, pode ser “A união dos Árabes”, fator que possibilitou suas conquistas.

“E com a fumaça do poço escureceu-se o sol e o ar”: Isto refere-se a propagação do islamismo através do Império Romano. A invasão da terra de Israel pelos Caldeus, a tomada da Babilônia pelos Medos, e a futura invasão dos Citas na terra santa, foram assim comparadas. ( Joel 2:9-10; Isaías 13:1,10,17; Ezequiel 38:9).
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Apocalipse 9:3 “E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra.”

“E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra”; Já vimos o que significam gafanhotos em profecia: exércitos, povos guerreiros, cavalos de guerra, etc... Estes gafanhotos de Apocalipse 9 representam o exército maometano, que varreu como numa enxurrada, terras onde o catolicismo dominou por mais de 300 anos. A invasão da terra de Israel pelos Árabes (Midianitas, povos do Oriente), foi comparada a invasão de gafanhotos. ( Juízes 6:1-5).

Quando a praga dos gafanhotos veio sobre o Egito nos diz o relato Bíblico: “Estendeu Moisés a sua vara sobre a terra do Egito, e o SENHOR trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite. Quando amanheceu, o vento oriental trouxe os gafanhotos.” (Êxodo 10:13).

Se era um vento oriental, era um vento do oriente, é lógico. Os Árabes na Bíblia são chamados de povos do oriente. (Gênesis 37:25 e Juizes 7:12).

Obs; O gafanhoto é um inseto típico da Arábia. Livros históricos e até dicionários Bíblicos comprovam esta afirmação. E os Maometanos vieram da Arábia!

Na descrição que a profecia faz sobre os gafanhotos, veremos como existe uma harmonia com o exército Maometano.

“E foi-lhe dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra.” Isto refere-se a rapidez das conquistas muçulmanas e a forma como o exército Sarraceno se impôs aos inimigos. Os escorpiões preferem viver em lugares desertos e áridos, e é interessantes que os Árabes são do deserto!

Apocalipse 9:4 “E foi-lhes dito que não fizessem a erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não tem nas suas testas o sinal de DEUS.”
Os Godos em suas conquistas (Primeira Trombeta – Apocalipse 8:7), devastavam os campos, destruíam as árvores e a erva verde. Estes gafanhotos de Apocalipse 9 (Quinta Trombeta), recebem a ordem de não fazer aquilo que os Godos fizeram! O hábito instintivo do gafanhoto é de destruir a erva verde: Êxodo 10:12-15. Mas estes estavam incumbidos de não danifica-las!

Depois da morte de Maomé, quando as tribos Árabes se espalharam para a propagação do islamismo através da guerra santa, o califa Abu-Bekr, seu sucessor, instruiu os chefes de seu exército que suas vitórias fossem obtidas: “Sem destruir as palmeiras e queimar os campos de milho, sem cortar as árvores frutíferas e fazer dano ao gado”. (Sir William Muir, The Caliphate, Its Rise, Decline and Fall. Pg 65).

Esta mesma ordem também aparece da seguinte maneira:
“Perdoai às mulheres, aos velhos, às crianças, às palmeiras, às searas, às frutas e aos animais.” (História Universal vol. IX, cap. 1 pg. 26 – Cezare Cantu).

Diferente dos Godos, pouparam as arvores, a erva e toda a vegetação, porque Maomé assim havia mandado, porquanto, para os que viviam nas solidões dos desertos da Arábia, as árvores eram consideradas as melhores benção do céu.” (Manual Bíblico pg. 631).

Esta era a ordem que tinha o exército maometano; não fazer dano ao verde da terra!

Apocalipse 9:5 – “E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.”

“E foi-lhes permitido, não que os matassem.” Na verdade os muçulmanos não destruíam os povos conquistados, mas adaptavam os costumes destes aos seus.
“Mas que por cinco meses os atormentassem.” Cinco meses era a temporada normal dos gafanhotos: Maio a Setembro. Estes de Apocalipse 9 recebem o mesmo período ( só que profético) para atormentarem os homens.

Estes homens não têm em suas testas o sinal de DEUS, portanto são adoradores da besta e da sua imagem ( O Império Romano em suas duas formas: Pagão e Cristão. Apocalipse 9:4 e capitulo 13). E é a estes homens que os gafanhotos farão dano. A primeira derrota católica para os muçulmanos, ocorreu na Palestina, na histórica batalha do Yarmuk e, 636 d.C.

“Os Bizantinos foram decisivamente derrotados na batalha do Yarmuk em 636 e em quatro anos os muçulmanos ocuparam toda a Palestina e a maior parte da Síria, também”. (História dos Judeus – pg. 168 – Paul Johnson).

Veja agora a situação da terra de Israel pouco depois da cristianização do Império Romano: “Na Palestina, a partir das primeiras décadas do quinto século, Jerusalém e outros sítios associados com JESUS foram cristianizados e igrejas e mosteiros estabelecidos. Pequenas comunidades judaicas sobreviveram, sobretudo na Galiléia, onde o Talmude do Ocidente foi completado mais ou menos na época de São Jerônimo (342-420), que estabeleceu seu próprio círculo monástico particular em Jerusalém e atestou a pobreza e miséria dos judeus. Pouco depois de sua morte, um grupo em bando de monges sírios chefiados pelo fanático Barsauma dirigiu uma série de programas contra a Palestina Judaica, incendiando sinagogas e povoados inteiros. Durante a Idade das Trevas, realmente, a Palestina se tornou crescentemente empobrecida e despovoada em conseqüência do conflito religioso.”

Os cinco meses então, começam a serem contados a partir do ano de 636 d. C., quando os Árabes chegaram à Terra Santa. Segundo os princípios de interpretação profética, 1 dia em profecia corresponde a 1 ano. (Ver Números 14:34 e Ezequiel 4:6). O mês Bíblico possui 30 dias, e desta forma cinco meses teriam 150 dias. Tomando-se 1 ano para cada dia temos 150 anos, que é o tempo concedido aos Árabes muçulmanos para que atormentem o Império Romano. Somando-se 150 anos a 636, chegaremos ao ano de 786, e aqui, vemos o cumprimento exato da profecia.

Foi em 786 que os Árabes cessaram de perturbar o mundo e começaram a manter relações amistosas com as nações não conquistadas. Foi o califa de Bagdá Haroun al-Rashid (786-809) que inaugurou esta nova era. Conhecido como amante da paz, ele preferiu viver de mãos dadas com os demais povos.

“Conta-se que o próprio califa Haroun al-Raschid teria presenteado o Imperador Carlos Magno com as chaves simbólicas do Santo Sepulcro, em testemunho de sua boa vontade para com os Cristãos.” (Enc. Novo Conhecer – vol. VII pg. 1729).

Isto nos passa uma visão mais ampla da profecia: Foi na Palestina que os Árabes começaram a perturbar o mundo católico e foi com algo ligado a ela, que Haroun al-Rashid, tentou provar que estava em paz com o Império Romano.

“Durante 150 anos continuaram se esforçando por conquistar o mundo. No reinado de Haroun al-Rashid, 786-809, no apogeu da glória sarracena, deixaram de ameaçar o resto do mundo, e começaram a cultivar relações pacíficas com as nações não conquistadas.” (Manual Bíblico pg.631).

Apocalipse 9:7-9 “E o parecer dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre as suas cabeças havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e os seus rostos eram como rostos de homens. E tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como de leões. E tinham couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate.”

“O movimento maometano foi encabeçado por um exército implacável de ferozes cavaleiros, famosos pelas barbas e longos cabelos, como de mulheres, turbantes amarelos que pareciam de ouro, e férrea cota de malha.” (Manual Bíblico pg.631).

“E os seus dentes eram como de leões”. A Bíblia passa esta característica aos povos guerreiros e seus exércitos, devido a ferocidade (comparada a do leão) que possuem estes na guerra. (compare com ICrônicas 12:8; Jeremias 4:7 e Joel 1:6).

Apocalipse 9:10-11 “E tinham caudas semelhantes ás do escorpiões, e aguilhões nas suas caudas; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses. E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego Apoliom.”

“Os gafanhotos não tem rei, e contudo todos saem, e em bandos se repartem.” (Provérbios 30:27).

Se os gafanhotos não tem rei, como estes de Apocalipse 9 tinham? Vamos fazer uma pequena análise: Quando Maomé morreu os árabes deram inicio a suas conquistas. As tribos se espalhavam ( e em bandos se repartem) para a difusão do islão. Mas tinham rei; Maomé que mesmo morto, era considerado o profeta da religião. Abadom e Apoliom, têm o mesmo significado; destruidor sendo esta a característica do exército maometano.
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Apocalipse 9:12 “Passado é já um Aí; eis que depois disso vem ainda dois Aís.”

Veja como o Primeiro Aí, se harmoniza claramente com as conquistas muçulmanas no Império Romano:
“As primeiras conquistas foram no Oriente; os árabes tomaram o Império Bizantino a Palestina, a Síria, a Armênia: ocuparam depois o Império Persa; submeteram o Egito e o norte da África. Mais tarde, um chefe berbere, Taric, à frente de um exército, atravessou o estreito então chamado colunas de Hércules, desembarcando junto à montanha que tomou seu nome (em árabe Djebel-Taric, monte Taric, Gibraltar). Poucos anos depois estavam senhores de quase toda a Península Ibérica, a exceção de um recanto do norte, as Astúrias, onde se havia refugiado os bravos companheiros de Pelágio, heróis cujos descendentes, conservando a liberdade e a fé, mais tarde iriam reconquistar, numa luta de séculos, o território da Ibéria Cristã.” (História Geral pg. 162 – Joaquim Silva e J.B.D.Penna).

“Depois disso vêm ainda Dois Ais”: Os castigos de DEUS sobre o Império Romano não terminam, pois os próximos Aís irão revelar o peso da Mão Divina sobre os adoradores deste reino ímpio e sanguinário.

“Todavia, desgraças ainda bem maiores haveriam de abater-se tanto sobre os cristãos orientais, como sobre os peregrinos que se dirigiam à Terra Santa. E que os povos mais terríveis que a Idade Média conheceu surgiram no Oriente assolando campos e cidades, assaltando e assassinando os peregrinos indefesos. Eram os Turcos, originários do Turquestão, na Ásia. Nenhum povo conseguiu deter o rápido avanço ferozes destes guerreiros que, como outros bárbaros, se intitularam defensores da fé maometana.” ( Israel de Herodes a Dayan pg. 47 – Abraão de Almeida).

O perigo por parte dos árabes havia passado, porém, horrores bem maiores haveriam de cair sobre o Sacro Império Romano, o mundo católico que mudou as Leis de DEUS e corrompeu a terra com sua idolatria.

Significado de alguns vocabulários: -
-Hégira: Inicio do calendário muçulmano. Ocorreu no ano 622 da Era Cristã, quando Maomé fugiu para Medina, devido a uma perseguição.
-Huris: Virgens que habitam no paraíso muçulmano para servir os crentes que lá chegam depois da morte.
-Islamita: submetido a deus.
-Islão: Designa o mundo dos crentes, dos que acreditam em um só deus e obedecem a um só chefe, Maomé, e a seus sucessores, os Califas.
-Sarraceno: Designação genérica dos árabes que abraçaram o islamismo. (História Antiga e Medieval pgs.303-307-315 José J.de ªArruda. E o Moderno Dicionário Enciclopédico Brasileiro – Editora Educacional Brasileira S.A – Curitiba pg. 745).

SEXTA TROMBETA – Apocalipse 9:13-21; 11:1-14 -
São soltos Quatro Anjos que estavam presos junto ao Rio Eufrates. Foi-lhes dado um tempo determinado para matarem a Terça parte dos homens. Um exército de 200 milhões de cavaleiros combatem pelo fogo, fumaça e enxofre. Com a exaltação das duas testemunhas é passado o Segundo Aí.

*A primeira parte desta Profecia descreve a queda de Constantinopla em 1453. Os “Quatro Anjos” é uma referência aos quatro principais sultanatos de que se formava o Império Turco ou Otomano. Eles atravessaram o Eufrates no inicio do século XI e deram fim ao Império Romano no Oriente. Mas vamos ao contexto da Profecia.

Apocalipse 9:14 “A qual dizia ao Sexto Anjo, que tinha a trombeta: Solta os Quatro Anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates.”

Estes Quatro Anjos, como já dissemos, são os quatro principais sultanatos que formavam o Império Otomano, situado na região banhada pelo rio Eufrates. São eles: Icônio, Alepo, Damasco e Bagdá.

Apocalipse 9:15 “E foram soltos os Quatro Anjos que estavam preparados para aquela hora, e dia, e mês e ano, a fim de matarem a Terça parte dos homens.”

Passando esta linguagem profética para a nossa compreensão, teremos um período de quase quatro séculos para que os turcos otomanos matassem a Terça parte dos homens. Vejamos:
A hora: Hora.................= 15 dias
E dia: um dia..............= 1 ano
E mês: 30 dias..............= 30 anos
E ano: 360 dias.............=360 anos
____________________________________
Total....391 anos = 15 dias

Este seria o tempo concedido aos turcos. E na verdade foi neste espaço de tempo de (391 anos e 15 dias) que eles cumpriram a Profecia. Desde que atravessaram o rio Eufrates até a queda de Constantinopla, temos este período Profético que fora descrito. E este o tempo das cruzadas, as chamadas guerras santas.

A ferocidade dos turcos contra o chamado “Cristianismo”, pode ser entendida como o inicio do Segundo Aí. Pôr esta época, era grande o número de peregrinos europeus que se dirigiam à terra santa em visita aos lugares sagrados. A História nos conta que eram atacados com tanta selvageria pêlos turcos que as excursões tornaram-se impossíveis. A Europa católica chora e lamenta estas calamidades, e em conseqüência disto, dentro de bem pouco tempo, à guerra santa contra os turcos começa a ser pregada. São as cruzadas.

Apocalipse 9:16 – “O número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões. Eu ouvi o número deles.”

Foi com um exército de 200 mil soldados que Maomé II derrubou Constantinopla em 1453. Mas ai vem a pergunta: “ Mas não eram duzentos milhões?. A expressão não é a mesma em todas as traduções e versões da Bíblia.

Apocalipse 9:17 “E assim vi os cavalos nesta visão: os seus cavaleiros tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre. As cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões, e de suas bocas saiam fogo, fumaça e enxofre.”

Foi na tomada de Constantinopla em 1453, que a artilharia com pólvora foi empregada pela primeira vez. As armas de fogo usadas pêlos turcos, lhes garantiu a vitória.

Apocalipse 9:18-19 “O poder dos cavalos está na sua boca e nas suas caudas: pois as suas caudas eram semelhantes a serpentes, e tinham cabeças, e com elas causavam dano.”

Além das armas de fogo comuns, Maomé II estava diante de Constantinopla com a arma do século: o canhão. As grossas muralhas da cidade não resistiram a todo este arsenal.

Apocalipse 9:20-21 “Os outros homens que não foram mortos pôr estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar.”

Aqui está claro a razão destas pragas. A idolatria do catolicismo romano é castigada pôr DEUS de todas as formas. Mesmo com a queda da capital do Império no Oriente, o catolicismo não mudou, e a idolatria permanece.

*A segundo parte descreve a exaltação das duas testemunhas no final dos 1260 anos Proféticos. Não iremos nos prender aqui sobre a questão de quem são as duas testemunhas. Mas é fato aceito que elas iniciaram seu testemunho em 538 (mesmo ano em que a Igreja foge para o deserto), e terminaram em 1798. Então foram exaltadas, e com isto nos é dito: “E passado o Segundo Ai; o Terceiro Ai cedo virá.” (apocalipse 11:14). O período Profético dos1260 anos é prova concludente que estas profecias já se cumpriram.

SÉTIMA TROMBETA – Apocalipse 11:15-19 –
A queda de todos os reinos do mundo – o Armagedom – Volta de Cristo.

Entre a Sexta e a Sétima Trombeta existe um período de demora: Apocalipse 10:5-7. Talvez por este tempo, temos o derramamento das sete pragas. A sétima e última praga coincide com a Sétima Trombeta. (Apocalipse 16:17-21).

A Bíblia nos mostra que o dia da volta de CRISTO é dia de Trombeta: “ O grande dia do SENHOR está perto, sim, está perto, e se apressa muito. Ouvi! Amargo será o clamor no dia do SENHOR, o clamor do homem poderoso. Aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia, e dia de alvoroço e desolação, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e densas trevas. Dia de Trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.” (Sôfonias 1:14-16; ver Mateus 24:31; ICoríntios 15:52 e Tessalonicenses 4:16).

Na última e decisiva guerra, a do Armagedom, todos os inimigos de DEUS serão aniquilados e os reinos do mundo entregues a JESUS. O Apocalipse revela que, nesta batalha a besta e o falso profeta estarão presentes, e terão participação na peleja contra CRISTO. (Apocalipse 16:13-14; 17:14 e 19:11-21).

A Sétima e última Trombeta e quando a Pedra fere os pés da estátua de Daniel 2, e o Reino Milenar e Implantado com Poder e Glória.


por: Pb. Jesiel Lincoln