terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Genealogia de Jesus - Mateus X Lucas



Genealogia de Jesus em Mateus e Lucas - eusebio de Cesareia ( historiador Cristão do sec IV)

Uma vez que a genealogia de Yeshua nos é dada de diferentes maneiras por Mateus e Lucas, supondo-se em geral que estejam em desacordo em suas afirmações, e uma vez que todo crente, pelo desejo de conhecer a verdade, tem sido levado a emprender alguma investigação para explicar certas passagens, sentimo-nos no dever de transcrevermos relatos e dos mais antigos e de grande confiabilidade para explicarmos mais esta aparente contradição.





Nos utilizaremos dos relatos de Eusébio de Cesaréia (263-340 E.C.) em (História Eclesiástica, Livro I, Cap VII, pgs 31-34) que preservou alguns trechos de um epístola de Sexto Júlio Africano para Aristides, na qual há uma harmonização da genealogia dos Evangelhos, e tal explicação passa ao longe daquela que diz ser uma genelogia de Yossef (José) e outra de Mirian (Maria), ou a de que houve erros e inserções posteriores.

Em princípio iremos mostrar as características dos autores de cada genealogia, isto nos revelará o porquê de cada um fazer a sua abordagem especifica .
Mateus o antigo Levy, cobrador de impostos, ao produzir seus relatos não tem a mesma preocupação acadêmica de um historiador, por se pautar em documentos comprobatórios da legalidade de suas palavras, isto não significa que devamos menosprezar as suas contribuições; O interesse mais patente neste Evangelho é o de admoestar aos Judeus acerca da Messianidade de Yeshua , principalmente relacionando a trajetória dele ao cumprimento das profecias da vinda e origem do Mashiach (Ungido), tanto que existem 129 referências à Tanach (A.T.), essa ênfase indica que ele estava escrevendo a leitores para os quais o cumprimento de profecias era importante e significativo.
A genealogia considerada por Mateus portanto leva consigo as características acima relatadas, isto é, Mateus não se utiliza dos documentos oficiais que comprovam as descendências legais que se encontravam no “Registro de Pessoas Civis” da época, o Templo de Jerusalém, mas sim à linha genealógica sanguínea, guardada por tradições familiares que se apoiava nas listas oficiais mas se diferiam destas quando da ocorrência de paternidades legais mas não naturais, isto é, na ocorrência da Lei do Levirato.
(“Obs.: Levirato, era uma instituição que existia entre os israelitas e outros povos do Oriente Médio antigo (como os assírios e os hititas), e consistia na recomendação de que às mulheres viúvas se casarem com o irmão mais novo do falecido marido. Assim, o cunhado tinha a responsabilidade de, através deste casamento com a viúva de seu irmão, dar um herdeiro do sexo masculino ao falecido, de modo que o nome deste não desaparecesse em Israel e mantivesse a propriedade em seu nome. Desta forma, o primogênito, levava o nome do pai “legítimo” (ou seja, o primeiro marido falecido), sendo o tio (pai biológico) o representante do pai. A importância desta lei, que já é consuetudinária antes de Dt 25:5-10, reside não só em manter o nome da família, já que proibia o casamento da viúva fora da família do marido, mas talvez sobretudo na manutenção das propriedades dentro do clã.”)

Mateus ao querer relatar suas impressões ao seu publico alvo, que estava mais suscetível ao que era comprovado de “fato e não de direito”, é que ele transcreve a genealogia de Yeshua de forma a ligá-lo às figuras proeminentes da História Judaica através de sua ancestralidade sanguínea e não a sua ancestralidade legal, tanto que além das divergências nominais com a genealogia de Lucas tem-se a questão da quantidade de nomes listados que não leva em consideração o encadeamento seqüencial mas sim o encadeamento histórico da linhagem, omitindo por vezes nomes não muito significativos ou até de má reputação.

Lucas, médico, e nas horas vagas historiador, diferentemente de Mateus, tem a preocupação acadêmica de legalmente comprovar seus relatos, além do fato de o publico alvo de seu Evangelho ser menos ligado a tradições, como o publico de Mateus, e mais ao encadeamento histórico e legal dos fatos, (“isso deve ao fato de serem Judeus de origem estrangeira e prosélitos de origem grega, que por questão cultural é mais racional”). Por esta motivação Lucas transcreve a genealogia de Yeshua pautado exclusivamente pelas listas legais, que se encontravam devidamente documentadas e preservadas junto ao Tempo de Jerusalém.

Após isto posto, declaramos veementemente que ambas as genealogias são legítimas e se traçam por Yosef (José), mas que para isso, contudo, possa tornar-se evidente, iremos estabelecer as séries de gerações, calculando-se na genealogia de Mateus, as gerações desde David, passando por Salomão, descobre-se que o terceiro de trás para frente é Matã, que gerou Jacó, pai de José, mas calculando-se, como Lucas, desde Natã, o filho de David, descobrir-se-á, que o terceiro é Matat, cujo filho era Eli, o pai de José.
Sendo José, portanto, nosso objeto proposto, vamos mostrar como aconteceu de cada um ser registrado como seu pai: Jacó, conforme se liga de Salomão e Elim de Natã; também, como aconteceu de esses dois, Jacó e Eli, serem irmãos; e, além disso, como se comprova que os pais deles, Matã e Matat sendo de famílias diferentes, são avôs de José.
Matã e Matat, tendo se casado em sucessão com a mesma mulher, tiveram filhos irmãos pela mesma mãe, pois a lei não proibia a uma mulher que tivesse perdido o marido, quer por divórcio, quer pela morte dele, casar-se de novo. Matã, portanto, que remonta sua linhagem a Salomão, primeiro teve Jacó, por meio de Estah, nome conforme transmitida pela tradição. Com a morte de Matã, Matat, que remonta a sua descendência a Natã, casou-se com ela, pois era da mesma tribo, ainda que de outra família, e, conforme se disse, teve o filho Eli. Assim portanto, vamos encontrar dois de famílias diferentes, Jacó e Eli, irmãos pela mesma mãe. Um desses, Jacó, pela morte do irmão, casou-se, conforme a lei do Levirato, com a viúva, tornou-se pai de José, seu filho tanto pela natureza como por atribuição. Assim, está escrito: Jacó gerou José, mas de acordo com a lei de Levirato, era filho de Eli, pois Jacó sendo seu irmão, deu-lhe descendência, desse modo, a genealogia traçada também por intermédio dele não será considerada imprecisa, sendo de acordo com Mateus, dada da seguinte maneira: “ mas Jacó gerou a José”. Mas Lucas, por outro lado, afirma: “ que era filho conforme se supunha, o filho de José, o filho de Eli, o filho de Matat”. Visto que não era possível expressar a genealogia legal de modo mais distinto, ele omite por completo a expressão “ele gerou”. Africano o historiador ainda assevera que este fato não é impossível de provar nem conjectura vã, pois os parente de nosso Senhor Yeshua, de acordo com a carne, seja para apresentar as próprias origens ilustres, seja para simplesmente mostra o fato, mas de qualquer maneira apegados estritamente à verdade, também relatavam estas genealogias.



Concluímos citando o resumo dos fatos pelo próprio historiador Sexto Júlio Africano no final de sua epístola à Aristides: “ O Evangelho, em seu todo, declara a verdade": "Matã, cuja descendência remonta a Salomão, gerou a Jacó, com a morte de Matã, Matat, cuja linhagem vem de Natã, ao se casar com a viúva daquele, teve Eli. Assim Eli e Jacó eram irmãos pela mesma mãe. Morrendo Eli sem filhos deixando a viúva, Jacó lhe deu descendência, sendo José filho de Jacó de acordo com a natureza, mas filho de Eli de acordo com a Lei de Levirato, desse modo, José era filho de ambos”

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Quem é o verdadeiro Deus de I João 5:20?

Quem é o verdadeiro Deus de I João 5:20?


Gostaria de colaborar com um comentário sobre 1 João 5:20, pois muitos que defendem a doutrina da trindade usam-no para confundir a cabeça das pessoas, tentando sugerir que o texto em questão é uma declaração de que Jesus é o ÚNICO Deus verdadeiro, concluindo que Ele e o PAI são a mesma pessoa!Vamos ao texto: "E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, Isto é , em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna". 1 João 5:20 ARC
Os trinitarianos usam o final do texto que diz: "... isto é, em seu filho Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro Deus e a vida Eterna", para fundamentar o pensamento de que Jesus é o Verdadeiro Deus, concluindo que o Filho e o Pai são a mesma pessoa, contráriando o próprio pensamento trinitariano tradicional de três pessoas unidas formando uma só divindade, e apoiando a teoria unicista, que defende a idéia de uma só pessoa divina, manifesta em três formas diferentes.
O fato é que tanto a teoria trinitariana tradicional quanto a idéia unicista, ambas, não respondem uma grande quantidade de indagações que permanecem na mente dos pesquisadores da verdade.
Como podemos entender o texto de I João 5:20, sem contrariar por exemplo , a verdade declarada em I Timóteo 2:5?
Vamos analisá-lo em partes, seguindo a regra bíblica de consulta a outos textos, para compreensão correta de um texto de difícil interpretação.:1° parte - "E sabemos que já o Filho de Deus é vindo",Veja que aqui não há espaço para dúvidas .... O Filho de Deus é vindo.Claramente vemos uma pessoa bem distinta aqui. A pessoa, Filho de Deus. Mas, é impossível negar que o Pai enviou o Filho. Dezenas de textos bíblicos comprovam a verdade de que o Filho foi enviado pelo Pai, pois, como poderia enviar a si mesmo? Veja abaixo exemplos bíblicos, alguns dos quais escritos pelo próprio João.João 3:17 - "Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele".
1João 4:9-10 - "Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados".

Mat 21:37 - "Por último enviou-lhes seu filho, dizendo: A meu filho terão respeito".1João 4:14 - "E nós temos visto, e testificamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo."

João 10:36 - "àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse: Sou Filho de Deus?"João 8:42 "Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou." E muitos outros textos.2° Parte - "...e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro..."Aqui vemos claramente que O
Filho enviado de Deus veio e nos DEU ENTENDIMENTO para conhecermos o que é verdadeiro.Agora veja que interessante:João 17:3 - "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste."Esse texto contém as duas partes que estamos estudando.1 – e a Jesus Cristo que tu (Pai) enviaste2 – Que te conheçam (entendam) a ti (o Pai) como o único Deus verdadeiroJoão 15:15 - "Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer."


João 17:26 - "E Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja".João 17:8 – "Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam ; e têm verdadeiramente conhecido que saí de Ti; e creram que me enviaste."

Veja a clareza, Jesus aqui diz que ensinou as palavras de DEUS, que em essência é reconhecer que Ele é o Messias ENVIADO de DEUS! Tão simples, tão claro!! .......fica ainda o conselho do Mestre:João 5:42-43 "Mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de DEUS Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais, se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis."3° Parte - "... e no que é verdadeiro estamos, Isto é , em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna."


Agora veja aqui a versão da bíblia Pastoral da CNBB.1 João 5:20 - "Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu inteligência para conhecermos o Deus verdadeiro. E nós estamos com o Verdadeiro, graças a seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida eterna".Repare que :
1 - "Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu inteligência".2 - "... para conhecermos o Deus verdadeiro."

3 - "E nós estamos com o Verdadeiro..."4 - "... graças a seu Filho Jesus Cristo."

5 - "Este é o Deus verdadeiro" (PAI) "e a Vida eterna". (conhecimento trazido pelo filho acerca do verdadeiro Deus).

João 17:3 - "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste."Por que graças a seu filho Jesus Cristo?
Por que foi somente por meio de Jesus que o homem passou a conhecer melhor a Deus, sendo assim a vida Eterna consiste em crer que Jesus é o enviado do DEUS Verdadeiro... "Eu Sou o caminho a verdade e a vida e ninguém vem ao Pai se não Por mim...."
Romanos 15:6 "Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo".
O Texto de I João 5:20 não diz: Jesus é o Deus verdadeiro! Uma declaração direta, não é mesmo? (verdadeiro aqui = único)
Pelo contrário, o que o texto diz na verdade é:Estamos No verdadeiro Graças a Jesus Cristo, certo?

I Timóteo 2:5 "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem".Veja também que muitos textos indicam que o próprio Jesus é a vida Eterna, confirmando que esse texto de João que está sendo estudado é na verdade uma síntese do evangelho da salvação, apontando que o homem deve reconhecer o Pai por único DEUS (uma pessoa distinta e Pai de Jesus) e o próprio Jesus como a vida eterna, sendo ele o caminho ou a ponte que conduz ao PAI!

Tito 1:2 "Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos; " 1 João 1:2 "Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada;" João 14:6 "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." I João 2:23-25 "Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que confessa o Filho, tem também o Pai. Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai. E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna."

1 Pedro 1:3 "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,"

Colaboração de Robson Cruse

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Genesis 1:26 - Façamos o homem. Plural Majestático da palavra ELOHIM.

* A palavra hebraica no plural ( ELOHIM)

A palavra hebraica mais comum usada no Antigo Testamento para designar Deus é Elohim. Este é um nome plural. “No princípio Deus criou o céu e a terra.” (Gen. 1:1).
“Elohim” não é o nome pessoal de Deus. Ele refere-se a Sua divindade, Sua posição em relação as criaturas. Ele significa: “O Forte”. Esta palavra do plural Hebraico é usada 2470 vezes no Velho Testamento. É aplicada a homens que exerceram autoridade, a anjos, e a muitos deuses do paganismo, assim como ao único Deus verdadeiro. Quando aplicada ao único verdadeiro Deus, Elohim é visualmente associada com verbos no singular, adjetivos e advérbios. Por exemplo, a palavra hebraica para “criar” em Gênesis 1:1 “bara” é singular. Elohim, designando o único verdadeiro Deus, não indica uma pluralidade de Deuses (politeísmo ou triteísmo) nem uma pluralidade de pessoas em uma substância (Trinitarianismo).
Se o nome no plural Elohim tivesse intenção de se referir a uma pluralidade de pessoas ou pluralidade de Deuses quando usado em relação ao único e verdadeiro Deus, Ele estaria sempre identificado por esta palavra no plural. Nós, entretanto, encontramos que este não é o caso. A forma singular “Eloah” também é usada em referência a Deus.
Isto especialmente se faz verdade nos livros poéticos do Antigo Testamento. Quarenta e um de cinqüenta e seis ocorrências de Eloah estão em Jó.
Os escritores dos registros do Velho Testamento usaram a palavra Elohim para designar o único verdadeiro Deus, mostrando Sua infinita superioridade às divindades politeístas e indicar Sua singular existência. A pluralidade dos atributos e poderes que o politeísmo distribuiu muitas divindades finitas pertencem a uma pessoa infinita – o verdadeiro Deus. Esta pessoa infinita declarou: “Eu sou o Senhor vosso Deus. Vós não tereis outros deuses perante mim.” (Exo. 20:2,3).
A pluralidade de majestade. Quando usado em referência a um verdadeiro Deus, o nome plural no hebraico Elohim denota majestade, excelência, superioridade. Refere-se à infinita plenitude e grandeza ilimitada. Ela designa o “quantitativo” mais que a pluralidade numérica. Ela diz “o quão mais” e não “o quanto mais”. O uso de nomes e pronomes no plural em referência a Deus comumente é conhecido como “plural de majestade”. Este pensamento é mantido nas seguintes citações. Em nota sobre Gênesis 1:1, Joseph Bryant Rotherham faz as seguintes observações:
Deve ser cuidadosamente observado que, embora “elohim” seja a forma plural ainda quando, como aqui, é construída com um verbo no singular, é naturalmente singular no sentido; especialmente visto que o “ plural de qualidade” ou “excelência”abunda no Hebraico onde a referência é inegavelmente a algo que deve ser entendido em número singular. (Rotherham, Joseph Bryant. The Emphasized Bible. London: H.R. Alleson, 1901-Vol. I, p.33).
Louis Berkhof, presidente do Seminário Teológico Calvin, faz a seguinte observação com respeito a palavra Elohim:
O nome raramente ocorre no singular, exceto em poesia. O plural deve ser considerado como intensivo, e portanto serve para indicar plenitude de poder. (Op.cit.,p.48).
Dr. William Smith da Universidade de Londres, um século atrás, foi declarado como “o mais eminente lexicógrafo na língua Inglesa falada no mundo”. A posição a seguir é feita no dicionário Bíblico editado pelo Dr. Smith:
A forma plural Elohim tem feito surgir muita discussão. A estranha idéia de que ela se refere a Trindade de Pessoas na divindade, dificilmente encontra hoje um apoio entre os escolares. Ela é inclusive o que os gramáticos chamam de “plural de majestade”, ou ela denota a “plenitude” da força divina, a “soma dos poderes” amostrados em Deus.(Smith, William. A Dictionary of the Bible, Philadelphia: American Baptist Publication Society, 1863, p.216).
Embora um trinitariano, Dr. Augustus H. Strong mostra que a palavra plural “Elohim” freqüentemente demanda significado de singular.
Pensava-se que o estilo de discurso real era um costume de longa data depois do tempo de Moisés, Faraó não o usou. Em Gênesis 41:41-44, ele diz: “Eu te tenho posto sobre toda a terra do Egito... Eu sou Faraó.” Mas uma investigação posterior parece provar que o plural de Deus foi usado pelos cananitas antes da ocupação hebrea.
O único Faraó é chamado “meus deuses” ou “meu deus”, indiferentemente. A palavra “mestre” é usualmente encontrada no plural no Velho Testamento. (Gen. 24:9-51; 39:19; 40:1). O plural dá articulação ao sentido da reverência. Ele significa magnitude ou plenitude.
Os hebreus tinham muitas formas no plural, onde nós usaríamos o singular, como “céus” ao invés de “céu”, “águas” ao invés de “água”. Nós, também falamos de “novidades”, “salários” e dizemos “vocês” ao invés de “vós”. (Op. cit., pp. 318,319).
Strong cita Gustav Friedrich Oehler, Old Testament Theology, como chamando Elohim “plural quantitativo” significando grandeza ilimitada. (Ibid, 318).



I- Pronomes Pessoais no Plural

Há quatro registros no Velho Testamento onde pronomes pessoais no plural são usados em referencia a Deus. Os trinitarianos afirmam que isto ensina sua teoria. Isto não é verdade. Em nenhuma maneira estes quatros textos ensinam que existe uma pluralidade de pessoas em Deus. Os quatro textos em questão seguem:
Gênesis 1:26 - Façamos o homem à nossa imagem (us)
Gênesis 3:22 - O homem se tornou um de nós (nós)
Gênesis 11:7 - Desçamos e confundamos (us= nós)
Isaías 6:8 - Quem irá por nós? (nós)

Os pronomes pessoais no plural nestes versos referem-se a um Deus singular. Está isto claro pelo fato de que pronomes singulares são usados no contexto fazendo referência a Deus.
Em Gênesis 1:26, Deus disse, “Façamos o homem em nossa imagem, segundo nossa semelhança.” No próximo verso porém, nós lemos, “ Então cria Deus o homem na sua imagem, à imagem de Deus o criou, macho e fêmea os criou.”
Em Isaías 6:8 nós lemos, “Também eu ouvi a voz do Senhor dizendo: Quem eu enviarei, e quem irá por nós?” Deus falou de Si no singular.
Em todo o resto da Bíblia, exceto estes quatro textos, Deus é designado por pronome no singular. Quando falando de Si, eles dizem, “Eu, meu, mim”. Quando os homens falam concernente a Deus, eles dizem. “Ele, Dele, Nele.” Se o pronome no plural destes quatro versos referem-se a pluralidade de pessoas em Deus, porque Deus não é sempre designado pelos pronomes no plural?
Além disso, se estes pronomes no plural denotassem pluralidade em Deus, nada há que revele quantos há nesta pluralidade se seriam dois, três, dez ou mil. Aplicando pluralidade em Deus resultaria em politeísmo, não Trinitarianismo.
Estes pronomes no plural, assim como o nome plural Elohim, refere-se ao plural de majestade. Deus é representado ao se dizer, “Façamos” ao invés de “Faça” com indicação de Sua glória e grandeza.
Dr. William Evans, também um trinitariano, escreveu o seguinte:

Alguns diriam que o “Façamos (us) em Gênesis 1:26 - “ Façamos nós o homem,” refere-se à consulta de Deus ao anjo com quem Ele toma conselho antes de fazer algo de importante, mas Isaías 40:14 – “Mas de quem tomará conselho.” Mostra que este não é o caso; e Gênesis 1:27 contradiz a idéia, pois ela repete a posição “na imagem de Deus,” não a imagem dos anjos; também em que Deus criou o homem na Sua Própria imagem, na imagem de Deus (não anjos) criou. “O nós” de Gênesis 1:26, portanto, é propriamente entendido como plural de majestade, como indicativo de dignidade e majestade do relator. A tradução apropriada para este verso não deveria ser “Façamos nós”, mas “nós vamos fazer,” indicando uma linguagem de solução mais que consulta.
(Evans, William. The Great Doctrines of the Bible. Chicago: Moody Press, 1939, p. 27).

The Teology SYstematic

Alva Huffer.