segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SOBRE MATEUS 28:19. Declaração do Cardeal Joseph Ratzinger ( Atualmente Papa )

" Ne quid Falsi dicere audeat, ne quid veri non audeat"
Tradução:
" Não ouse enunciar falsidade, nao ouse silenciar o que há de verdade"
Adágio Ciceroniano proposto por Leão XIII.




1. Cardeal Católico Joseph Ratzinger: A edição de 1968, Introdução ao Cristianismo: Por Joseph Ratzinger. página 82-83.



Resumo:
Ele faz essa afirmação sobre a origem do texto Trinitário principal de Mateus 28:19. "A forma básica da nossa profissão da fé(Mateus 28:19 trinitária) tomou forma ao longo dos séculos segundo e terceiro em conexão com a cerimônia de batismo. Até agora, como do seu lugar de origem está em prática, o texto (Mateus 28 : 19) veio da cidade de Roma ".

Texto integra:
"Forma Eclesial da Fé
1. Preliminares à história e à estrutura do Símbolo Apostólico da Fé1.
[47] Tudo o que se disse até aqui girou em volta da pergunta formal: Que é a fé e onde pode localizar-se no mundo do pensamento moderno, onde pode exercer sua função? Assim forçosamente ficaram em aberto outros problemas mais vastos relacionados com a fé – e o conjunto quiçá se nos tenha apresentado ainda excessivamente pálido e indeciso. As respostas só podem ser encontradas com um olhar direto para a fé cristã em sua feição concreta que a seguir vamos analisar, tomando por guia o assim chamado símbolo apostólico.
Talvez seja útil fornecer alguns dados sobre a origem e estrutura do símbolo, que contribuirão para esclarecer o "por quê" [48] do nosso proceder. A forma básica do nosso símbolo apostólico cristalizou-se no correr do segundo e terceiro século, em nexo com o rito batismal. Trata-se originariamente de uma fórmula nascida na cidade de Roma.( Negrito Nosso) Contudo, seu lugar interno de origem é a liturgia, ou mais exatamente, o batismo. O rito batismal fundamentalmente orientava-se pelas palavras de Cristo: "Ide, fazei discípulos a todos os povos e batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). De acordo com esta ordem, o batizando ouvia três perguntas: "Crês em Deus, Pai todo-poderoso...? Crês em Jesus Cristo, Filho de Deus...? Crês no Espírito Santo...?"2. A cada uma das perguntas o batizando respondia: "Creio", sendo, de cada vez, mergulhado na água. Portanto, a fórmula mais antiga do símbolo realiza-se em tríplice diálogo e está enquadrada no rito batismal.
Provavelmente ainda no correr do século II, mas sobretudo no século III, a fórmula tríplice, tão simples, e reproduzindo apenas o texto deMt 28, sofreu um desdobramento em sua parte média, ou seja, na pergunta sobre Cristo.
Por tratar-se do que é tipicamente cristão, aproveitou-se a ocasião para fornecer um resumo a respeito da importância de Cristo para o cristão, dentro dos limites daquela pergunta. Igualmente a terceira pergunta, a profissão da fé no Espírito Santo, foi explicitada e desenvolvida como declaração da fé a respeito do presente e do futuro do cristão. No século IV estamos diante de um texto contínuo, libertado do esquema de perguntas e respostas. A circunstância de continuar formulado em grego torna plausível sua origem no século III, pois no século IV a liturgia romana havia passado definitivamente para o latim. Não demora muito e surge uma versão latina.
"

link: integra Introdução ao Cristianismo por Joseph Ratinger.

http://www.scribd.com/doc/10773474/Introducao-Ao-Cristianismo-Joseph-Ratzinger

Conclusão:

O batismo da Trindade e o texto de Mateus 28:19, portanto, não se originou da Igreja original que começou em Jerusalém, por volta de 31 dC. Foi sim como elementos constitutivos de uma invenção posterior da Igreja Católica Apostólica Romana, foi completamente fabricado. Poucas pessoas sabem sobre esses fatos históricos.

A respeito da tríplice imersão em nome de cada pessoa da tese trinitariana encontramos:

" O Batismo por Imersão, como atestam a Didaqué (7,1,3) e o Pastor. Normalmente tem lugar em água provinda da fonte. Comporta uma tríplece imersão, ligada à invocação das tres pessoas" ( Fonte: Nova história da Igreja Vol I- Pag 91 - Ed. Vozes)

Nota: Da liturgia da Trindade a prática introduzida o Batismo por tres imersões nos mostram a origem desde batismo em data mais tarde. Outros cristãos denominados de PAtrísticos irão acusar Tertuliano de ser o pai do Batismo Pagão ou idolatra, ou seja, o batismo nos titulos da trindade acompanhado do cruciforme na testa dos candidatos similarmente a inicialização de ritos pagãos a divindade Tammuz.

No Compêndio da História da Igreja de autoria de Frei Dagoberto Romag, I Volume , intitulado a Antigüidade Cristã , Editora Vozes pág. 90-93 e 143-145, diz que a ordem do batismo escrita em Mateus 28: 19 (O Batismo em nome do Pai Filho e Espírito Santo) , saiu da Pena de Tertuliano no ano 197.

Tertuliano era natural de Cartago, filiado a doutrina da trindade de Montano. Escreveu o primeiro catecismo sobre o batismo da trindade, e acompanhado com este batismo ,o sinal da cruz, e chamava-se "A fé de Irineu e Tertuliano".

Após sua morte no ano de 220, este dogma foi introduzido no ano 255 no primeiro sinódio dirigido por Cipriano. Tertuliano foi chamado de autor do batismo da idolatria (Dicionário Prático Ilustrado, edição, 1957., Lello & Irmãos-Editores pg. 1908).




"O Evangelica Demonstratio" por Eusébio: Eusébio de Cesaréia. 265? AD. "337 AD.
Eusébio foi o historiador da Igreja e Bispo de Cesáreia. Na página 152 Eusébio cita o livro de Mateus que ele tinha em sua biblioteca de Cesaréia. Segundo essa testemunha ocular de um livro de Mateus inalterado que poderia ter sido o livro original ou a primeira cópia do original de Mateus. Eusébio nos informa de palavras reais de Jesus aos seus discípulos no texto original de Mateus 28:19: "Com uma palavra e voz Ele disse aos seus discípulos:" Ide, fazei discípulos de todas as nações em Meu Nome, ensinando-os a observar todas as coisas que vos tenho ordenado. O nome é Jesus.
Eusébio foi o Bispo de Cesareia e é conhecido como o pai da História da igreja. Eusébio cita muitos versículos em seus escritos, e Mateus 28:19 é um deles. Ele ao citá-lo nunca é como hoje em nossas Bíblias modernas, mas ele sempre termina o versículo com as palavras em MEU NOME. Por exemplo, no Livro III de sua História, capítulo 5, Seção 2, que trata da perseguição judaica dos primeiros cristãos, lemos:
Mas o resto dos apóstolos, que tinham sido incessantemente perseguidos, com vista à sua destruição, e haviam sido expulsos das terras da Judéia, foi para todas as nações para pregar o Evangelho, confiando no poder de Cristo, que disse para eles, vós, fazei discípulos de todas as nações em meu nome.

E, novamente, em sua Oração em louvor do Imperador Constantino, Capítulo 16, Seção 8, lemos:
O rei ou príncipe, em qualquer época do mundo, o legislador, filósofo ou profeta, em terras civilizadas ou bárbaras, alcançou uma altura tão grande de excelência, eu digo, não depois da morte, mas enquanto ainda vive, e cheio de grande poder, como preencher as orelhas e línguas de toda a humanidade com os elogios do seu nome? Certamente ninguém salvar o nosso Salvador só tem feito isso, quando, após sua vitória sobre a morte, ele disse estas palavras aos seus seguidores, e cumprida por esse evento, dizendo-lhes: vós, fazei discípulos de todas as nações em meu nome .

Não há uma única ocorrência dos discípulos batizar alguém usando a fórmula trinitária. Toda a escritura no Novo Testamento mostra que as pessoas foram batizadas em nome de Jesus, mesmo depois de Pentecostes.

E quando as pessoas na liderança da igreja receberam o Espírito Santo, foi sem a fórmula trinitária, como em Atos 8:17.
Então Pedro e João impuseram as mãos sobre eles, e eles receberam o Espírito Santo
Eram somente Batizados em nome de Jesus Atos 8:16.
Nesta citação de I Coríntios 1: 13,15 o Apostolo deixa muito evidente que o Batismo era realizado em nome de Jesus Cristo.
Fostes vós batizados em nome de Paulo?... Para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome.
Jesus nos 3 evangelhos de Lucas, Marcos Fala de que as pessoas receberão perdão pelo SEU NOME e em SEU nome farão as obras. Lucas 24:47, Marcos 16:17
Evangelho de João diz que crendo no NOME de Jesus temos vida.
João 20:31.

FONTES Históricas históricas mencionam o BAtismo Apostólico em nome de Jesus Cristo como sendo mais antigo e da primeira e original igreja cristã:

Já observou que os apóstolos, só batizavam em nome de Jesus (Yeshua)? Porque? Será que eles não entenderam ou não ouviram a ordem do Mestre? Confirme pelos textos da Bíblia, a discordância entre a ordem de Jesus e o batismo realizado pelos seus apóstolos.

(Atos 2: 38; Atos 8: 12 e 16; Atos 10: 47,48; Atos 19: 5; Atos 22: 16; Efésios 4: 5; Romanos 6: 3,4; Gálatas 3:27; Col.2:11; Col.3:17)

E o que dizem outras fontes a cerca desta controversa passagem inserida no cânon sagrado?

ENCYCLOPEDIA BRITANNICA, 11th Ed. Vol. 3 Page 365-366, "The baptismal formula was changed from the name of Jesus Christ to the words Father, Son, and Holy Ghost by the Catholic Church in the 2nd Century." Vol. 3 Page 82 "Everywhere in the oldest sources it states that baptism took place in the Name of Jesus Christ."

ENCICLOPEDIA BRITÂNICA, 11a Edição, Vol.3 Pg 365-366, "A fórmula batismal foi mudada do nome de Jesus Cristo para as palavras Pai, Filho e Espírito Santo pela Igreja Católica no 2º Século. " Volume 3 pag.82 "Sempre nas fontes antigas menciona que o batismo era em Nome de Jesus Cristo."

CANNEY ENCYCLOPEDIA OF RELIGION, Page 53 -- "The early church always baptized in the Name of Lord Jesus until the development of the trinity doctrine in the 2nd Century."

ENCICLOPEDIA DA RELIGIÃO - CANNEY, pg 53 -- "A religião primitiva sempre batizava em Nome do Senhor Jesus até o desenvolvimento de doutrina da trindade no 2° Século."

1913 CATHOLIC ENCYCLOPEDIA, Vol. 2, page 365, Here the Catholic acknowledge that baptism was changed by the Catholic Church.

ENCICLOPÉDIA CATÓLICA DE 1913, Vol. 2, pg 365, “Aqui o Católico reconhece que o batismo foi mudado pela Igreja Católica”.

HASTINGS ENCYCLOPEDIA OF RELIGION, Vol. 2 pages 377-378-389, "The Christian baptism was administered using the Name of Jesus. The use of the trinitarian formula of any sort was not suggested in the early church history, baptism was always in the Name of the Lord Jesus, until the time of Justin Martyr when the trinity formula was used." Hastings also said in Vol. 2 Page 377, commenting on Acts 2:38, "NAME was an ancient synonym for person. Payment was always made in the name of some person referring to ownership. Therefore one being baptized in Jesus Name became his personal property." "Ye are Christ's." I Cor. 3:23. NEW INTERNATIONAL ENCYCLOPEDIA, Vol. 22 Page 477, "The term "trinity" was originated by Tertullain, Roman Catholic Church father."

ENCICLOPÉDIA DA RELIGIÃO - HASTINGS, Vol. 2 pg 377-378-389. "O batismo cristão era administrado usando o nome de Jesus. O uso da fórmula trinitariana de nenhuma forma foi sugerida pela história da igreja primitiva; o batismo foi sempre em NOME do Senhor Jesus até o tempo do mártir Justino quando a fórmula da trindade foi usada”. Na página Hastings comentando Atos 3:28, diz: "NOME é o antigo sinónimo de pessoa. Pagamento foi sempre feito em nome de alguma pessoa, referindo-se a propriedade. Portanto alguém batizado em nome de Jesus torna-se sua propriedade pessoal”. Nova Enciclopédia Internacional, Vol. 22 pg 477, "O termo ‘trindade’ se originou com Tertuliano, padre da Igreja Católica Romana”.

TYNDALE NEW TESTAMENT COMMENTARIES: "... the true explanation why the early church did not at once administer baptism in the threefold name is that the words of Mat 28:19 were not meant as a baptismal formula. [Jesus] was not giving instructions about the actual words to be used in the service of baptism, but, as has already been suggested, was indicating that the baptized person would by baptism pass into the possession of the Father, the Son, and the Holy Ghost."

TYNDALE COMENTÁRIOS DO NOVO TESTAMENTO: "...a verdadeira explanação porque a igreja primitiva nunca administrava o batismo em nome dos três, que se refere Mat. 28:19 porque não significava uma formula batismal. [Jesus] não estava dando instruções das palavras que deveriam ser usadas no rito batismal, mas como já havia sugerido, que a pessoa batizada tornava-se posse do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

THE ENCYCLOPEDIA OF RELIGION AND ETHICS, James Hastings, p.384, "there is no evidence [in early church history] for the use of the triune name." Rev. Steve Winter

ENCICLOPÉDIA DE RELIGIÃO E ÉTICA, James Hastings, pg.384. "Não existe evidência [na história da igreja primitiva] do uso dos três nomes."Rev. Steve Winter ATOS 4:12 "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos."

Uma Abordagem sobre Mateus 28:19 e a Trindade

Os fundamentos de Mateus 28:19

Introdução:

Recentemente estive lendo um artigo de um esmerado Professor de Teologia do Unasp, notei que o mesmo defende a tese de que a alteração do texto de Mt. 28:19 é infundada, ou seja; com poucos fundamentos. Baseado neste fato, resolvi levar ao conhecimento dos leitores estes dados para a reflexão:

Eusébio de Cesareia (c. 275 — Cesareia, 30 de Maio de 339) (chamado também de Eusebius Pamphili, "Eusébio amigo de Pânfilo") foi bispo de Cesareia e é referido como o pai da história da Igreja porque nos seus escritos estão os primeiros relatos quanto à história do Cristianismo primitivo. O seu nome está ligado a uma crença curiosa sobre uma suposta correspondência entre o rei de Edessa, Abgaro e Jesus Cristo. Eusébio teria encontrado as cartas e, inclusive, as copiado para a sua Historia Ecclesiae.

Dentro dos escritos de Eusébio de Cesaréia, contém 17 citações em seus trabalhos antes de Nicéia, Eusébio cita Mateus 28:19 como “ide fazei discípulos de todas as nações em meu nome” sem mencionar o comando do batismo da Trindade. Em seus escritos após o concílio de Nicéia, o formulário tradicional incluindo a fórmula do batismo da Trindade é encontrado 5 vezes. No quadro abaixo não foi identificado todas as citações, apenas as referências das 17 citações ora elucidado. Constata-se que Eusébio indica que a inclusão trinitariana de Mateus esteve alterado em algum ponto; ou seja, apartir do estabelecimento do dogma..





“‘“… o mestre resolveu suas dificuldades, pela adição de uma frase, devem triunfar em MEU NOME. ' Não os ordenou simplesmente e indefinidamente “fazer discípulos de todas as nações,”, mas com a adição necessária “em meu nome.” E o poder de seu nome que é assim tão grande, que o Apóstolo diz: O “Deus deu-lhe um nome que estivesse acima de cada nome, ao nome de Jesus todo joelho deve se curvar, tanto os que estão no céu, quanto os que estão na terra, e sob a terra.” Há virtude no poder de seu nome, oculto da multidão, quando disse a seus Discípulos: “Ide, e fazei discípulos de todas as nações em meu nome.” A prova do Gospel, Vol. 1, editado e traduzido por W.J. Ferrar, 1981, página 157

Segundo o Morê (Professor) de Judaísmo do Período do Segundo Templo, da Universidade Hebraica de Jerusalém, David Flüsser em seu livro Judaísmo e Origens do Cristianismo, Vol. 1, pág. 156, a expressão "em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" não foram mencionadas em todas as citações de Matityáhu 28:19 nos escritos de Eusébio ANTERIORES AO CONCÍLIO CRISTÃO DE NICÉIA (325 D.E.C.) sob a supervisão do imperador Constantino. O texto de Matityáhu (Mateus) 28:19 antes do referido Concílio era o seguinte: "Ide e tornai todos os gentios discípulos em Meu Nome , ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei".

Ademais, Eusébio foi pressionado pelo bispo cristão Atanásio (que teve participação no Concílio de Nicéia) a fazer a "inserção" Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e, caso não a fizesse, seria exilado para a Espanha conforme as palavras do Rabino Joseph Shulam quando indagado ao mesmo sobre Matityáhu (Mateus) 28:19.

No Compêndio da História da Igreja de autoria de Frei Dagoberto Romag, I Volume, intitulado a Antigüidade Cristã, Editora Vozes pág. 90-93 e 143-145, diz que a ordem do batismo escrita em Mateus 28:19 (O Batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo), saiu da Pena de Tertuliano no ano 197.

Tertuliano era natural de Cartago, filiado à doutrina da trindade de Montano. Escreveu o primeiro catecismo sobre o batismo da trindade, e acompanhado com este batismo, o sinal da cruz, e chamava-se "A fé de Irineu e Tertuliano".

Após sua morte no ano de 220, este dogma foi introduzido no ano 255 no primeiro sinódio dirigido por Cipriano. Tertuliano foi chamado de autor do batismo da idolatria (Dicionário Prático Ilustrado, edição, 1957., Lello & Irmãos-Editores pg. 1908).

O bispo de Roma, Estevão I, não aceitou esse batismo como nova doutrina na Igreja de Catargo, mas não o eliminou. Sisto II aceitou a comunhão com a Igreja de Catargo, e em 313 em outro sinódio foi confirmada a ordem do batismo em Nome do Pai, Filho e Espírito Santo, contrários aos donatistas que batizavam em nome de Jesus Cristo (Compêndio da História da Igreja, pág. 191-193, Essência do Catolicismo, segunda Edição, pág. 173).

Os Donatistas protestaram contra o batismo em nome da trindade, e Constantino tirou as suas Igrejas, e confiscou os seus bens. Ário bispo da Igreja Apostólica ensinou, que Cristo é o filho primogênito e unigênito criado pôr Deus, e que a salvação consiste em crer nas duas pessoas da divindade (João 3:16-18, 14:1, 17:3), negou a trindade ensinando que o batismo para perdão de pecados é somente aquele praticado em nome de Jesus Cristo.

Em 325, foi realizado o primeiro concílio em Nicéia, para confirmar a trindade e o batismo em seu nome, e esse concílio foram presididos por Constantino, o bispo Silvestre, Ozio e Atanásio, que negaram Cristo como princípio da criação de Deus (Provérbios 8:22-31, João 1:1-3, Colossenses 2:15-17) e sem prova desta verdade, estabeleceram o Dogma que em Deus há uma só pessoa que se manifestou como Pai, Filho e Espírito Santo em substância eterna (Compêndio da História da Igreja, pág. 165-166).

A negação da divindade como duas pessoas distintas é doutrina do Anticristo (I João 1: 2-4, 2: 18-26), a partir do estabelecimento da trindade como dogma, começou a perseguição para aqueles que não aceitavam esta apostasia (livro: História do Cristianismo por A. E. Knight e W. Anglin, terceira edição, pág. 192-210, livro: História da Inquisição por Antônio José Saraiva, publicações Europa Portuguesa América).

Teófilo no ano 190 d.C. emprega pela primeira vez a palavra Trindade e no ano de 197, Tertuliano emprega ela no batismo com o sinal da cruz.

Tertulliano escreveu,

"Nós realmente acreditamos que há só um Deus, mas nós acreditamos sob esta dispensação, ou, como dizemos oikonomia, também há um Filho deste um só Deus, sua Palavra a quem procedeu e por quem foram feitas todas as coisas e sem Ele nada foi feito". (Contra Praxeas 2, 216 D.C ).

Irineu de Leão escreveu,

"Para a Igreja, embora dispersa ao longo do mundo inteiro até mesmo para os confins da terra, tem recebido dos apóstolos e dos seus discípulos a fé em um Deus , Pai Todo-poderoso, o criador do céu e da terra e do mar e tudo que neles há; e em Jesus Cristo , o Filho de Deus." (Contra Heresias 1:10: 1, 189 D.C ).

Justino Mártir, citando Provérbios 8, refere- se a Cristo na seguinte declaração:

"O Senhor criou-me no começo de seus caminhos seus trabalhos”. Ele procriou-me antes de todas as colinas”.” Ele acrescenta”: Você percebe, meus ouvintes, se você dá atenção no que a Bíblia tem declarado que esta Descendência foi procriada pelo Pai antes de todas as coisas fossem criadas; e aquele que é procriado é numericamente distinto daquele que procria, qualquer um admitirá." (Justino Mártir, Dialogue com Trypho, Capítulo CXXIX).

Os Cristãos Valdenses que guardaram o verdadeiro evangelho ao longo da Idade Média não acreditaram na doutrina da Trindade.

"Nenhuma maravilha que o Céltico, o Gótico, o Valdense, as Igrejas da Armênia, e a grande Igreja do Leste, como também outros corpos, diferiram profundamente do papado em suas concepções metafísicas da Trindade e conseqüentemente na importância dos Dez Mandamentos." (Ibid., página 94).

ENCICLOPEDIA BRITÂNICA, 11a Edição, Vol.3 Pg. 365-366, "A fórmula batismal foi mudada do nome de Jesus Cristo para as palavras Pai, Filho e Espírito Santo pela Igreja Católica no 2º Século.” Volume 3 pág.82 "Sempre nas fontes antigas menciona que o batismo era em Nome de Jesus Cristo.”.

ENCICLOPEDIA DA RELIGIÃO - CANNEY, pg. 53 -- "A religião primitiva sempre batizava em Nome do Senhor Jesus até o desenvolvimento de doutrina da trindade no 2° Século.”.

ENCICLOPÉDIA CATÓLICA DE 1913, Vol. 2, pg. 365, Aqui o Católico reconhece que o batismo foi mudado pela Igreja Católica.”.

ENCICLOPÉDIA DA RELIGIÃO - HASTINGS, Vol.2 pg. 377-378-389. "O batismo cristão era administrado usando o nome de Jesus. O uso da fórmula trinitariana de nenhuma forma foi sugerida pela história da igreja primitiva; o batismo foi sempre em NOME do Senhor Jesus até o tempo do mártir Justino quando a fórmula da trindade foi usada." Na página 377, do Vol. 2, Hastings comentando Atos 3:28, diz: "NOME é o antigo sinônimo de pessoa. Pagamento foi sempre feito em nome de alguma pessoa, referindo-se a propriedade. Portanto alguém batizado em nome de Jesus torna-se sua propriedade pessoal." Nova Enciclopédia Internacional, Vol. 22 pg. 477, "O termo "trindade" se originou com Tertuliano, padre da Igreja Católica Romana.”.

Tradução do Evangelho Hebraico de Mateus, publicada em 1995, pelo erudito George Howard.

Mateus 28:18-20 em Hebraico:





Em português, a tradução aproximada seria:
18 Jesus, aproximando-se deles, disse-lhes:
Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
19 Ide
20 e ensinai-os a observar todas as coisas
que vos ordenei para sempre.


“Nossos oponentes (protestantes) às vezes reivindicam que nenhuma crença deveria ser dogmatizada que não é explicitamente declarada na Bíblia (ignorando que é somente na autoridade da Igreja que nós conhecemos a certeza dos evangelhos, e não outros como verdadeiros). Mas as igrejas protestantes por elas mesmas tem aceitado tais dogmas como a TRINDADE pela qual não há nenhuma autoridade precisa nos evangelhos.” Revista Vida, 30 de outubro de 1950.

“O MISTÉRIO DA TRINDADE é a doutrina central da fé católica. Sobre essa doutrina estão baseados todos os outros ensinos da Igreja.” Manual para o Católico de Hoje, pág. 16.

“Como erros fundamentais nós poderíamos classificar como este falso sábado [o domingo], outros erros que os protestantes trouxeram da Igreja Católica, como o batismo por aspersão, A TRINDADE, a consciência dos mortos, o tormento eterno. O grupo que abraçou estes erros fundamentais fez isso ignorantemente, mas poderia a Igreja de Cristo levar junto de si estes erros até as cenas do julgamento que há de vir sobre o mundo? Nós acreditamos que não.” Review and Herald, 12 de setembro de 1854. Ênfase acrescentada.








O Catecismo do Vaticano confessa que o texto foi mudado:






Tradução de trecho da pág. 164:

Em Cristo. Na Bíblia nos diz que os Cristãos foram batizados em Cristo. (n°6) Eles pertencem a Cristo. Em Atos dos Apóstolos (2:36--8:16--10:48--19:5) nos diz: "batizando em nome [pessoa] de Jesus". Uma melhor tradução diria: "para o nome [pessoa] de Jesus." Unicamente no 4° Século a fórmula "Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" tornou-se uma prática costumeira.





Tradução de trechos da pág. 166:

Em adição, nós vimos como a igreja primitiva batizava: Primeiro o anúncio do Evangelho... Posteriormente a Fé e o arrependimento, os quais eram selados (confirmados) e aperfeiçoados pelo batismo "em nome [pessoa] de Jesus Cristo". É por isso que nos chamamos "Cristãos", expressão que significa gente relacionada de forma especial com Cristo. Mais tarde, [o batismo] "no nome de Jesus" foi elaborado e tornou-se "no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

A mais recente edição da Bíblia de Jerusalém, Nova Edição, Revista e Ampliada, lançada em agosto de 2002 pela Igreja Católica, em nota de rodapé a Mateus 28:19, admite que a frase "batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, tenha sido acrescentada posteriormente ao Livro de Mateus:

"É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar "no nome de Jesus" (Cf.at. 1,5+;2,38+). Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da Trindade...”.

Os apóstolos batizavam só em nome de Jesus. -- Atos 2:38; Atos 8:12; Atos 8:16; Atos 10:47-48; Atos 19:5; Atos 22:16; Efésios 4:5; Romanos 6:3-4; Gálatas 3:27; Colossenses 2:11-12; Colossenses 3:17.






"Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem à hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus.Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim." João 16:2-3.

Artigo de Pr. Osvair Munhoz – Ex-Pastor Adventista –

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

UM ÚNICO MEDIADOR

O ÚNICO MEDIADOR

“Pois há um só Deus, e um mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que deu-se a si em resgate por todos, a ser testemunhado em tempo oportuno” (I Tim. 2:5,6).
Há um Deus, uma raça humana, e um mediador entre ambos. O único Deus é a unidade que por sí só é a fonte de todas as coisas criadas. O seu caráter é santidade, amor e verdade. A única raça humana originou-se de seus comuns ancestrais, Adão e Eva. A raça humana teve comum origem e constitui uma unidade. A raça humana completa está em pecado e necessita de salvação. O único mediador é Jesus Cristo, o único nascido de Deus. Ele é a única pessoa a qual pode servir como mediador entre o único Deus e a única raça humana. Se Jesus nunca tivesse cumprido seu trabalho como mediador, este trabalho nunca seria cumprido. Incluído nesta verdade portanto estão os fatos da unidade de Deus, a unidade da raça humana, e a singularidade de Cristo.

I- A NECESSIDADE DO HOMEM POR UM MEDIADOR
Antes de Adão pecar a raça humana não necessitava de um mediador. O caráter do homem refletia a aparência moral de Deus, ele vivia em submissão às ordenanças de Deus; ele obedecia a vontade de Deus. O homem andou em companhia de Deus. Um relacionamento divino-humano satisfatório foi sustentado entre Criador e criatura.
Adão e Eva porém, rebelaram-se contra a autoridade de Deus; Eles recusaram obedecer suas leis. A amigável relação divina-humana foi quebrada. O homem caído andou só. Por escolha própria Adão ergueu uma barreira entre ele e Deus. Ele estrondosamente fechou a porta da amizade e trancou-se dentro. As janelas do seu coração que celestialmente tinham sido abertas agora estavam fechadas. Seu coração estava cheio com escuridade. O seu contato vertical com Deus foi destruído. A posteridade de Adão, portanto, foi nascida com caráter diferente de Deus, oposta ao seu governo e pré-disposta a transgredir as leis de Deus.
Os pecadores estão ante Deus como criminosos sob condenação, como inimigos estranhos à amizade de Deus, e como os que não tem contato vital com Deus. Considere a imagem obscura da posição do pecador ante Deus as revelado em Efes. 2:12; “Naquele tempo vós estáveis sem Cristo, sendo estranhos a comunidade de Israel, e estranhos ao concerto da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.” Que contraste existe entre o único Deus na sua santidade e a única raça humana em seus pecados!
Visualize uma moderna rodovia no platô de uma alta montanha que repentinamente chega a um abrupto fim na extremidade de um profunda fenda. Pelo largo desfiladeiro o acentuado declive desse rude precipício que forma a parede oposta do canion. Lá do alto da montanha se vê a continuação da rodovia. Para alcançar o outro lado do vale seria necessário descer uma parede vertical de rocha sólida, cortar esse caminho pela densa floresta tropical, e então escalar o íngreme do lado oposto.
Esta é a imagem do imenso vão entre Deus e o homem. O homem deliberadamente se revoltou contra Deus e criou um intransponível vão entre criatura e Criador. Uma montanha íngreme figura Deus na sua santidade. O outro aclive no lado oposto da fenda representa a raça humana em seus pecados.
Deus na sua infinita santidade não pode perdoar pecadores a menos que Sua justiça seja satisfeita pelo pagamento pela pena do pecado. O homem no seu pecado não pode experimentar a vida eterna, realização própria, luz espiritual e verdadeira liberdade, se separado de um adequado relação com Deus. Deve existir um ponte ao longo da brecha de forma a haver uma contínua rodovia de mão dupla entre o homem e Deus. Sem esta estrutura os pecadores não podem encontrar salvação e as bênçãos de Deus não podem fluir nas vidas dos homens.
O homem através de esforço próprio nunca poderia construir uma ponte entre ele e deus. Salvação não originou-se no homem; e não é baseada na obra humana. Salvação origina-se em Deus, é planejada pela sua sabedoria, preparada pelo seu amor, e efetuada através de Seu poder. Jesus Cristo como mediador é a ponte entre Deus e os homens.
Esta ponte é uma realidade pela iniciativa divina. “Deus amou tanto o mundo que Ele deu...” Deus é quem ergueu entre Ele e o homem.


II- CRISTO O ÚNICO MEDIADOR
Jesus é uno e único mediador entre o único Deus e a única raça humana. Ele é o único Salvador, o suficiente sacrifício, o perfeito e eterno Sumo – Sacerdote. Ele só está qualificado a servir como Mediador. Ele é o único que se requer. Ele exclui todos os outros. Nenhuma pessoa poderia jamais ocupar sua posição ou executar Sua obra de mediador. Nem anjo, nem animal, nem pecador poderia Ter servido como mediador. Jesus permanece só na sua habilidade de maneira a cumprir os requisitos necessários de um mediador entre Deus e os homens.
Existe um sentimento crescente entre os modernos pensadores os quais sugerem a criação de uma religião universal para toda a humanidade. Eles sentem que as religiões pagãs são tão válidas quanto o Cristianismo. Eles podem concordar que o Cristianismo é superior a outras religiões, mas negam que ela é o exclusivo meio de salvação .Eles insistem que todas as religiões tem alguns bens elementos. Cada religião tem algum fator no qual é superior à todas as outras. Eles sugerem que ele deveria combinar com os melhores elementos de todas as religiões de forma a criar uma fé mundial e uma igreja mundial.
A Universidade no Estado de Oregon, patrocinou por cinco dias um parlamento de Religiões Mundiais em celebração ao seu 75º aniversário. Somando-se aos oradores representando o protestantismo, catolicismo, judaismo, representantes do hinduísmo, budismo, confucianismo, taoismo, islamismo e ortodoxos orientais foram convidados.
O presidente da sociedade Muçulmana dos E.U.A, declarou:
“Quer Ele seja Allah, Jeová, ou Deus – Ele é o mesmo Deus. Para chegar a Ele, os caminhos são diferentes, mas todas são veredas de verdade para os que creêm Nele”.
Dr. William Ernest Hocking, maioral do Depto de Filosofia na Universidade de Harward expressou pensamentos similares no seu livro Living Religions e The World Faith.
Dr. Wilbur M. Smith, que se opõe a essa crescente tendência em direção à uma religião eclética, cita o professor Edgar Brightman, professor de filosofia na Universidade de Boston desde 19l9:
“A Igreja Cristã virá a ser reconhecida no Budismo e Hinduismo, Confucionismo e Modernismo, outros caminhos a Deus. O cristão tratará representantes de outras religiões, não como pagãos inimigos da fé”. (Smith, Wilbur Op. cit. pág. 94)
Um editorial na revista Life oferece o seguinte comentário sobre a posição do nosso Senhor de que nenhum homem pode vir ao Pai exceto através Dele:
“Esta é certamente uma simples declaração, ainda que poucas palavras apresentem mais dificuldades para a mente moderna. Isso significa que uma única Igreja, ou uma única fé, seja o caminho para Deus? Tomado literalmente, ele condenaria todos os santos homens que chegaram a Deus através de outras religiões – o caminho de Tao, do Hinduismo, do Gautama, ou Mohamed. Um Deus tão paroquial que exclui estes santos estrangeiros de seu reino não soa como um Deus de misericórdia pregado por Cristo.
Como leitores da serie Life sobre Grandes Religiões são avisados que Cristianismo não é a única estrutura de uma verdadeira vida espiritual. O estudo comparativo das altas religiões requer respeito para todas e tem direcionado os homens a encontrar em todas elas, “alguma verdade”. Tonybee, por exemplo, crê que há variações num único tema, de forma que todos os componentes desta esfera de músicos celestiais podem ser audíveis na terra simultaneamente, e com igual claridade a um par de ouvidos humanos, o feliz ouvinte se encontraria ouvindo não uma discórdia, mas uma harmonia. (“Ways to God” Life, Abril 11, 1955, pág 48).
Os homens que estão trabalhando pela união de todas as religiões admitem o fato de que todas as religiões são diferentes e apresentam alguma variação das ordenanças. O hinduismo diz: “ A verdadeira norma é observar e fazer pelas coisas dos outros como se faz por suas próprias. “Confucionismo diz: “Alguém deveria buscar para os outros a felicidade que deseja para si”. Zoroastrianismo: “faça como você teria feito. “Islam: “Não permita que nenhum de vós trate seu irmão de forma que não o agrade” ou “Nenhum de vós é um cristão até que ame a seu irmão assim como ama a si”. Judaismo ensina: “Qualquer coisa que não desejes que teu vizinho te faça, não faça a ele”
A lei áurea cristã diz: “Todas as coisas que porventura desejais que vos faça os homens, façai vós também a eles”.
Cristianismo não é meramente uma religião entre muitas. É a religião. Jesus é o único salvador. Cristianismo é o único caminho a Deus. Todas as outras religião são estradas sem saída. Os líderes das religiões pagãs podem Ter sido “homens santificados”, mas eles são pecadores perdidos separados de Cristo. Jesus disse, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida: nenhum homem vem até o Pai, senão por mim”. (João 24:6).
Pedro declarou, “Em nenhum outro há salvação: pois não há nenhum outro nome no céu dado entre os homens, pelo qual devemos ser salvos”.
(Atos 4:12). Paulo escreveu: “Há um Deus, e um mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus”. (I Tim. 2:5). Jesus é o único elo redentivo entre o céu e a terra – Ele é a única ponte entre o Criador e a criatura.Ele é a única porta entre Deus e o homem. Se o homem fecha essa porta, não há outra oportunidade para salvação.
Cristianismo é a religião perfeita de Deus para toda a raça humana. É o fim de todas as religiões, a qual não tem fim. É a revelação final de Deus aos homens. Todo o futuro progresso religioso será um crescimento da humanidade dentro (mas não além) do Cristianismo, ou uma mais completa percepção e aplicação do espírito e exemplo de Cristo. O reino de Deus na terra intenciona-se a abraçar todas as nações e durar para sempre. Cristianismo é a mais racional de todas as religiões, e é coerente com a mais alta cultura. Suas doutrinas e fatos são inclusive acima, mas não contra a razão, e a maior razão é elevada e purificada, a proximidade dá acesso à revelação. A religião cristã direciona a honra de grandes intelectos, assim como da mais humilde criança. Outras religiões não podem tolerar o toque da crítica, nem sobreviver a um avançado estágio de cultura intelectual. Cristianismo é a religião da humanidade Ela é católica e universal, adaptadas a toda a raça humana, enquanto que todas as outras religiões em capacidade e extensão são étnicas, limitadas a uma ou mais nações.
Cristianismo é universal não só quanto à extensão, mas também internamente, no que é oportuno a todas as classes, estados e condições do homem. Ele traz a mesma benção a todos, e requer as mesmas obrigações de todos. Ele é compatível com toda a forma de governo, com todo o tipo de sociedade, com toda a grade de cultura e com todo o largo progresso e desenvolvimento, físico, intelectual e moral. Ele nunca pode ser substituído ou recolocado. O cristianismo é pleromático. É a plenitude e harmonia de todas as verdades as quais estão espalhadas através das diferentes religiões, sem seus defeitos e erros correspondentes. Ele é a verdade central que compreende todas as outras verdades. (Schaff, Philip. Theological Propardentic, New York: Scribners, 1904, pp. 59-62).

III- O ÚNICO MEDIADOR NECESSÁRIO
Jesus é o único mediador requerido; Sua obra é completa, auto-suficiente, e eternamente eficaz. Há uma só ponte que cruza o abismo entre Deus e o homem; não há necessidade por nenhum outro. Nada poderia se estender entre o crente e Deus, exceto Jesus Cristo. Quando Ele se coloca entre os dois, Ele não é uma barreira nem um bloqueio; Ele é uma janela pela qual de pode ver Deus e uma porta aberta pela qual se pode entrar em comunhão com Deus.
O sacrifício de animais e sacerdotes humanos são hoje desnecessários.
A epístola aos Hebreus mostra que os sacrifícios e sacerdotes do antigo testamento meramente apontaram em direção ao perfeito trabalho de Cristo.
Como o eterno Sumo Sacerdote e auto-suficiente sacrifício, Jesus substitui e repôs todos os outros. Não há necessidade de um sistema sacerdotal terreno para mediar entre o crente e Deus. A igreja Católica Romana ensina que os pecadores vem em contato com Cristo através da direta união com a igreja; a Bíblia ensina que eles se tornam parte da igreja pela união direta com Cristo.
O catolicismo Romano assegura que Maria e outros santos mortos são intercessores através dos quais se pode orar a Deus. De acordo com a Bíblia, os homens mortos estão inconscientes em suas sepulturas. “Não há trabalho, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria, na sepultura, para onde vais” (Ecles. 9:10).É inútil orar à Maria, Pedro, Paulo, João, ou qualquer outra pessoa morta; eles não podem ouvir suas orações, e eles não podem orar a Deus enquanto estão mortos. Os méritos de Jesus quanto ao Sacrifício e Intercessor são infinitos. Seu sacrifício é auto-suficiente; portanto Ele é o único mediador que o homem necessita.

A Natureza de Jesus O Cristo.

A NATUREZA DE CRISTO
Visto que o Cristianismo é a única religião verdadeira e que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens, somos levados a buscar saber sobre a origem e natureza dessa singular pessoa, Jesus.
Jesus não é um personagem legendário da antiga mitologia, assim como Júpiter, Hércules e Apolo. Ele é tampouco um anjo em disfarce ou uma estranha criatura de outro planeta. Ele não é um meio homem que um dia decidiu começar uma nova religião. Ele também não é um charlatão religioso ou um impostor. Ainda mais, Ele não é uma edição especial de luxo da humanidade resultante do processo de evolução aplicado ao caráter humano.
Jesus é o unigênito filho de Deus. Nascido da virgem Maria, Ele mantém uma relação especial com Deus e uma relação especial com o homem. Ele é filho de ambos, homem e Deus. Tendo essa natureza singular, Ele está hábil para servir como mediador entre Deus e a humanidade. Ele é um “arbitro entre nós, que estende a mão sobre nós ambos. (Jó 9:33). Jesus é sem pecado. Na sua pureza e perfeição, Ele está apto a que nenhum outro indivíduo pode fazer. Ele por si está qualificado a ser uma ponte entre Deus e o homem.

I- JESUS NO PLANO ETERNO DE DEUS
Jesus teve sua origem na mente e plano de Deus. Sua vida e obra foram pré conhecidas e planejadas por Deus desde o princípio dos tempos. “Conhecidas de Deus são todas as suas obras desde o princípio do mundo” (Atos 15:18). Imaginado por sua sabedoria, proporcionado por seu amor, e formado mediante o seu poder, o plano de salvação de Deus encontra o seu centro na pessoa e obra de Jesus Cristo.
(Efes. 1:9,10; 3:11).
Antes de Adão pecar ou ainda antes de ser criado, Deus sabia que a humanidade necessitaria de um Salvador. O Cordeiro de Deus, por isso, “em verdade foi ordenado antes da fundação do mundo.” (I Pedro 1:20).
Seu sacrifício era tão certo e um fator de tamanha importância no plano de salvação de Deus que Ele é descrito como “o Cordeiro morto desde a fundação do mundo” (Apoc. 13:8). Este é um exemplo do que Deus chama “coisas que não são como se fossem” (Rom. 4:17).
Jesus não existiu como uma pessoa até que nasceu em Belém. Contudo, Ele existiu na mente e plano de Deus desde a eternidade. Com isso em mente, Jesus referiu-se à “glória a qual tinha antes que o mundo existisse (João 17:5), e Ele disse, “Tu amaste me antes da fundação do mundo” (João 17:24).
Os benefícios do evangelho que se fizeram possíveis pelo sacrifício de Cristo eram conhecidos por Deus desde o princípio e estavam inclusos no seu plano de salvação.
A esperança de vida eterna foi prometida “antes que o mundo existisse” (Tito 1:2), o reino foi preparado “desde a fundação do mundo” (Mat. 25:34); e a graça salvadora foi dada em Cristo “antes que o mundo começasse” (II Tim. 1:9).
Jesus é o ponto focal de toda a obra divina. Tudo o que Deus tem feito em relação ao homem e terra foi concebido com Cristo em mente. Todas as coisas foram criadas “para Ele” (Col. 1:16).
Deus apontou seu filho como herdeiro de todas as coisas e por Ele preparou o mundo. (Heb. 1:2). Quando Deus criou nosso planeta e por Ele preparou o mundo. (Heb. 1:2). Quando Deus criou nosso planeta, Ele sabia que algum dia seu filho seria nascido aqui, daria seu filho como sacrifício pelo homem, ressuscitaria da morte, ascenderia ao céu, e mais tarde retornaria para governar sobre todas as nações. É da vontade de Deus que os pecadores redimidos sejam “conforme a imagem de seu filho, de forma que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.(Rom. 8:29). Ele planeja que seu filho seja a suma de toda a Sua obra “que em todas as coisas tenha preeminência” (Col. 1:18), “o primeiro nascido de toda criatura” (Col. 1:15), e “o princípio da criação de Deus” (Apoc. 3:14). Muitos homens viveram antes de Cristo, mas Ele é superior a todos. Como o último Adão, Jesus é superior ao primeiro Adão.(I Cor. 15:45,46). Ainda que mais jovem em idade, Jesus é superior a João Batista. (João 1:15,30). Ainda que Abraão era o pai da fé e fundador da nação de Israel, Jesus é superior a qualquer posição que Abraão tenha ocupado. (João 8:58).
“Ele é antes de todas as coisas” (Col. 1:17); nenhum homem é superior a Ele.

II- O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO
Nosso Salvador teve um nascimento sobrenatural. Ele foi nascido de Maria, uma mulher judia que era uma virgem. Ele teve uma mãe terrena, mas não tem um pai terreno. Através do seu poder, o Santo Espírito, Deus trouxe por concepção biológica a Jesus através de Maria.
O anjo disse a Maria, “Eis, que tu conceberás em teu ventre, e darás luz a um filho, e chamará seu nome Jesus... Então disse Maria ao anjo, Como isto será , visto que não conheço um homem? E o anjo respondeu e disse a ela, o Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá: e também o Santo que de ti nascerá será chamado o filho de Deus”. (Lucas 1:31, 34,35).
Na concepção de Jesus, Maria estava desposada a José, mas eles não estavam casados ainda. Entretanto, José “não a conheceu até que ela deu à luz ao seu filho primogênito” (Mat. 1:25).
Mateus escreveu: “Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajustarem achou-se ter concebido do Espírito Santo.
Então José seu marido, como era justo, e não desejando fazer dela exemplo público, intentou deixá-la em secreto. Mas, quando ele pensou nestas coisas, o anjo do Senhor apareceu a ele num sonho, dizendo: José, tu filho de Davi, não temas em tomar para ti Maria como tua esposa: pois o que nela está concebido é do Espírito Santo.
E ela dará a luz a um filho, e tu chamarás seu nome Jesus: pois ele salvará seu povo de seus pecados. Agora tudo isto foi feito para se cumprir o que foi dito pelo Senhor pelo profeta, dizendo, Eis que a virgem estará com a criança, e dará luz a um filho, chamarão o seu nome Emanuel, o que interpretado é, Deus conosco. Então José, sendo levantado do sono fez como o anjo do Senhor lhe tinha ordenado, e toma para si sua esposa; e não a conheceu até que deu à luz a seu filho primogênito: e ele chamou seu nome Jesus. “(Mat. 1:18-25).
Referindo-se ao nascimento virgem de Jesus, Paulo escreveu:
“Vindo a plenitude dos tempos , Deus enviou seu filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei” (Gal. 4:4). A primeira profecia messiânica na Bíblia descreve Jesus como a semente da mulher. Deus dirigiu à serpente: “ Eu porei inimizade entre ti e a mulher e entre tua semente e sua semente, ela ferirá tua cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”(Gen. 3:15). O nascimento miraculoso de Jesus cumpriu a profecia de Isaías: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal; e eis que uma virgem conceberá, e dará luz a um filho, e chamará o seu nome Emanuel” (Isa. 7:14).
Jesus não era o filho de José. Ele “não foi gerado do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. (João 1:13, veja a nota de Bullinger deste verso na Companion Bible). José foi meramente o pai adotivo de nosso Senhor: Mateus 1:2-17 registra a genealogia de José; Lucas 3:23-33, a genealogia de Maria. Ambos José e Maria foram descendentes de Davi. O ancestral de José foi o filho de Davi, Salomão; o ancestral de Maria foi o filho de Davi, Natã . José era o filho de Jacó (Mat. 1:16), enquanto que o genro do pai de Maria, Heli (Lucas 3:23). De acordo com Mateus 1:16, “Jacó gerou José,”, mas José não gerou Jesus. José é descrito como “ o marido de Maria, da qual nasceu Jesus, o qual é chamado Cristo”.
Estudantes da Bíblia tem afirmado que se Jesus fosse o filho de José, Ele estaria excluso de se assentar sobre o trono de Davi e governar sobre a casa de Jacó, pois José é descendente de Jeconias (Mat.1:11).
Jeconias também era conhecido por Jeconias ou Conias. Em relação a ele, Deus disse: “Escrevei que este homem sem filhos, um homem que não prosperará nos seus dias: que nenhum homem da sua semente prosperará, assentando-se sobre o trono de Davi, e reinando mais em Judá” (Jer. 22:30). Este homem foi ancestral de José, mas não de Maria.

IV- NEGAÇÃO DO NASCIMENTO VIRGINAL
Muitos teólogos liberais negam o nascimento virgem de Jesus. Eles crêem na paternidade humana de Jesus ou que Ele é o filho de José. Eles consideram-no meio humano. Um grupo de teólogos explica que muitos versos bíblicos os quais claramente designam Jesus como o filho de Deus dizendo que todos os homens são filhos de Deus; todos os homens são divinos. Um outro grupo explica estes versos afirmando que Jesus é o filho adotivo de Deus. Eles ensinam que Jesus foi o filho de José por nascimento natural e se tornou o filho de Deus por adoção.
Alguns que adotou a teoria da adoção afirmam que Deus adota a Jesus como seu filho, quando Jesus foi batizado no Rio Jordão (Mat. 3:17); enquanto outros, quando Jesus ressuscitou da morte para a imortalidade (Rom. 1:4). Todas estas teorias são mentirosas. Todos os homens não são divinos; Jesus é o único nascido de Deus, Jesus é o filho de Deus por nascimento sobrenatural, não por adoção. Deus proclamou a Jesus como seu filho no seu batismo e transfiguração, e mostrou isto ressuscitando o da morte, no entanto o fato de nosso Salvador ser filho divino se deu pela realidade de seu nascimento.

IV- CONSIDERAÇÕES ÀS OBJEÇÕES DO NASCIMENTO VIRGINAL
1. NEGAÇÃO DOS MILAGRES: A filosofia materialista e teologia liberal nega a realidade dos milagres e o sobrenatural. Assim como outros milagres Bíblicos, a concepção sobrenatural de nosso Senhor é rejeitada por homens que asseguram estas teorias.
2. JESUS MENCIONADO COMO FILHO DE JOSÉ: Alguns negam que Jesus é o unigênito filho de Deus porque Ele é mencionado como filho de José em alguns versos; “Jesus...sendo (como suposto) o filho de José” (Luc. 3:23); “Sua mãe lhe disse, Filho, por que fizeste ter isto conosco? eis que, teu pai e eu o temos procurado preocupadamente”. (Luc. 2:48); “Não é este o filho do carpinteiro?” (Luc. 4:22), “Este não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos?” (João 6:42); “Nós o temos encontrado, de quem Moisés escreveu na lei e nos profetas, Jesus de Nazaré, o filho de José.” (João 1:45).
O significado da frase “ como era suposto” em Lucas 3:23 é “como considerado por lei” (Bullinger, The Companion Bible). Jesus era o filho de José por adoção ou de acordo com a lei. As frases nos versos acima que figuram uma relação pai-filho entre José e Jesus implica numa responsabilidade legal, mas não uma paternidade natural.
Quando Maria encontrou Jesus no templo em Jerusalém, ela referiu-se a José como seu pai, Ela disse, “Teu pai e eu o temos procurado preocupadamente.” (Luc. 2:48). Isto era legalmente correto. De acordo com a lei, José tinha responsabilidade por Jesus. Na resposta de nosso Senhor é Maria, Ele revelou-se a identidade de seu verdadeiro Pai: “ Não sabiam vós que eu devo cuidar dos assuntos de meu Pai?” (Luc. 2:49).
Os outros versos os quais referem-se a Jesus como filho de José traz palavras ditas pelo povo de Nazaré e outros que desconheciam o miraculoso nascimento de Jesus. A incomum concepção de Jesus não era de público conhecimento entre vizinhos e habitantes tradicionais de Nazaré. “Sua mãe guardou todas estas coisas no seu coração” (Luc. 2:51). Assim era comum que o povo se referisse a Jesus como o filho do carpinteiro.


3. A PALAVRA HEBRAICA ERRADA
O nascimento virgem de Jesus está predito em Isa. 7:14, “Eis, uma virgem conceberá, e dará luz a um filho, e chamará o seu nome Emmanuel” A palavra hebraica traduzida “virgem” neste verso é “almah”. Almah significa uma senhorita ou jovem mulher. A palavra hebraica para virgem no sentido técnico é betulah. Toda betulah era uma almah, mas nem toda almah não era betulah. A almah neste verso, contudo, poderia ter sido uma virgem, mas também poderia ser uma jovem mulher casada.
O uso da palavra hebraica almah em Isa. 7:14 está de acordo com o plano divino pois o texto é de dupla profecia. A profecia foi um sinal para Acaz, se cumpriu em que uma jovem mulher casada teve um filho e outros detalhes da profecia aconteceram (V. 16). Esta profecia também referiu-se ao nascimento virgem de Cristo. Se o hebraico betulah, virgem, fosse utilizado, a profecia teria sentido singular no cumprimento; exemplo, em Maria. O uso da palavra hebraica almah, jovem mulher, tornou possível na profecia estar em referência à Maria bem como à jovem mulher no tempo de Isaías. Maria era ambos virgem e jovem mulher.

A profecia é citada como tendo cumprimento em Mateus 1: 23, onde a palavra grega para “virgem” é parthenos, uma virgem no sentido técnico. Esta palavra corresponde ao hebraico bethulah. O equivalente para almah no Grego é neanis. A Versão Revisada da Bíblia (Revised Standart Version) com precisão confirma a palavra almah “a uma mulher jovem” em Isaias 7; 14 e parthenos, “uma virgem” em Mat. 1: 23.
4. Narrativas do nascimento virginal de Cristo são espúrias. Visto que a Bíblia claramente ensina o nascimento virginal de Jesus, os homens que negam esta verdade se esforçam por eliminar as narrativas do nascimento virginal na Bíblia. Eles defendem que os escritos que se referem ao nascimento virginal são espúrios; eles não são genuínos, eles não são inspirados de Deus. Estes homens afirmam que a narrativa foi inserida na Bíblia séculos depois, de forma a assegurar uma falsa doutrina.
Esta objeção não está fundamentada sobre fatos. Os textos que se referem ao nascimento virginal de Jesus são genuínas partes do Novo Testamento. Estes versos são encontrados nas mais antigas cópias do Novo Testamento que estão em posse do homem. As três mais velhas cópias do Novo Testamento, escritas no quarto e quinto séculos, são o Sinaitc, Vatican e Alexandrian Manuscripts. Todos contém textos os quais fazem referência ao nascimento virginal.
Os homens que viveram durante os séculos entre a vida dos apóstolos e o Concílio de Nicea são conhecidos como os Pais Ante Nicenos. Estes homens escreveram muitas cartas e livros nos quais citavam versos da Bíblia. Os escolares nos contam que estes Pais Ante Nicenos citaram toda a Bíblia de uma forma ou outra. Estes homens creram no nascimento virginal de Cristo e citaram as narrativas do nascimento virginal de Mateus e Lucas, os quais eles reconheceram como parte genuína da Bíblia. O nascimento virginal de Cristo era crido pela Igreja primitiva desde o princípio e está colocada nos mais antigos credos da Cristandade.
5. Argumento do Silêncio. Uma outra objeção contra o nascimento virginal de Cristo é que está registrada em somente dois evangelhos. O resto do Novo Testamento, afirmam os opositores, fazem silêncio sobre isso. Eles dizem que os apóstolos não fazem menção do ensino e nunca pregaram sobre o tema, e Paulo não escreveu sobre isso em suas epístolas.
Esta objeção não é válida para rejeição do nascimento virginal de Cristo. Vários livros do Novo Testamento fazem silêncio à muitas verdades Bíblicas. Os assuntos discutidos são determinados pelo propósito para o qual os livros foram escritos. Os Atos dos Apóstolos não faz referência ao nascimento virginal, mas deve se lembrar que ele foi escrito pelo mesmo homem que anteriormente escreveu o Evangelho de Lucas, onde o nascimento de Cristo é narrado. Algumas parábolas de nosso Senhor estão registradas em apenas um evangelho, mas o silêncio dos outros evangelhos não indicam que estas parábolas nunca foram expressas. Algumas das epístolas de Paulo não fazem menção do batismo ou do serviço de Comunhão, mas este fato não significa que ele não ensinou e praticou estas ordenanças. Uma verdade da Bíblia seria digna de crédito mesmo que fosse mencionada uma única vez na Bíblia. O nascimento virginal de Cristo é mencionado em ambas as narrativas do nascimento do nosso Senhor. Esta verdade era crida pelos apóstolos, e Paulo referiu-se a ela quando ele escreveu: “Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher” (Gálatas 4: 4).
6. Outras Objeções. Outras objeções levantadas contra o nascimento virginal de Cristo incluem: a impossibilidade biológica; o ser mítico na origem; a história foi inventada por Mateus para mostrar o cumprimento da profecia; e existem diferenças entre as narrativas de Mateus e Lucas.
Aquilo que pode ser impossível para o homem é possível para Deus. Partenogênesis, o desenvolvimento de uma célula de um ovo sem a fertilização de uma célula de esperma tem sido observada em algumas plantas e animais. Não há similaridade entre o nascimento de Jesus e o nascimento dos heróis da mitologia pagã. Nenhum dos casuais nascimentos dos heróis da mitologia foi um atual nascimento virginal. Mateus e Lucas não foram influenciados pelos mitos pagãos. Eles não inventaram a história do nascimento de Cristo. Os acontecimentos de Seu nascimento não são contraditórios, e sim complementares. Não há uma só objeção válida contra a verdade que Jesus nasceu de uma virgem, sem um pai humano.

A Humanidade de Cristo
Jesus é o Filho do Homem. Ele possui a verdadeira humanidade. Durante o Seu ministério terrestre, Ele era como todos os homens, exceto em que viveu sem pecado e manteve uma sobrenatural e única relação com Deus. Através da Sua relação vital com a humanidade, Jesus identificou-se com problemas, lamentos e sofrimentos da raça humana. (Hebreus 2: 14- 18.)
Embora Jesus tenha tido uma concepção miraculosa, Ele teve um nascimento humano. (Gálatas 4: 4; Lucas 2: 7; Gênesis 3: 15; Isaias 7: 14; Mateus 1: 1; Romanos 1: 3.) Ele teve uma mãe terrena, mas não um pai terreno. Através de sua mãe, Seus ancestrais provém de Adão. (Lucas 3: 23- 38.) Por ela, Ele é o filho de Abraão e o filho de Davi. Sendo descendente de Abraão, Ele veio para cumprir o concerto com Abraão com Deus. Sendo a semente de Davi, Ele veio para cumprir o concerto de Deus com Davi.
Jesus teve um desenvolvimento humano normal. “E a criança crescia, e desenvolvia força em espírito, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava sobre ele”(Lucas 2: 40). “E Jesus cresceu em sabedoria e estatura, e na graça de Deus e do homem” (Lucas 2: 52).
Jesus tinha a aparência física de um homem. Ele tinha um corpo real (Mateus 26: 12; João 2: 21; Heb. 10: 10; João 1: 14; Colossenses 1: 22; Hebreus 2: 14- 17.) Ele foi feito na semelhança dos homens. (Romanos 8: 3; Filipenses 2: 7.) Antes de Sua ressurreição para a imortalidade, Ele era mortal e sujeito as enfermidades pecaminosas da natureza do homem mortal. Ele teve fome (Mateus 4: 2; 21: 18), sede ( João 19: 28), cansaço (João 4: 6). Ele foi tentado (Mateus 4: 1; Hebreus 2: 18; 4: 15); Ele chorou (João 11: 35); Ele dormiu (Mateus 8: 24); Ele sofreu (Hebreus 2: 9, 18; Isaias 53: 3, 4); Ele morreu (João 19: 30, 33). Quando Jesus morreu, o fôlego de vida deixou o Seu corpo e retornou para Deus que o deu. Ele foi sepultado e permaneceu inconsciente na sepultura até a Sua ressurreição. Depois de Sua ressurreição Ele mostrou a seus discípulos que tinha um corpo material real, literal em imortalidade. (Lucas 24: 39- 43.)
Nosso Senhor foi repetidamente chamado de homem no Novo Testamento. (João 1: 30; 8: 40; Atos 2: 22; 13: 38; Romanos 5: 15; 1 Corintios 15: 21, 47; Filipenses 2: 8.) Como mediador, Ele é “o homem Cristo Jesus” (1Timoteo 2: 5). Ele retornará à terra como homem (Mateus 16: 27, 28; 25: 31; 26: 64), e como homem julgará o mundo em justiça (Atos 17: 31).
O Filho do Homem. A frase mais comum usada por nosso Senhor para designar-se é “o Filho do Homem.” No Velho Testamento, a frase referem-se a humanidade em geral. (Números 23:19; Jó 25:6; 35:8; Salmos 8:4; 80:17; 144: 3; 146:3; Isaias 51: 12; etc.) O título foi usado por cerca de noventa vezes em referência ao profeta Ezequiel. Gabriel uma vez usou o título referindo-se a Daniel. (Daniel 8: 17) O título é aplicado ao Messias em Daniel 7: 13, 14: “E vi nas visões da noite, e eis que um como o Filho do homem vinha nas nuvens do céu, e veio até ao ancião de dias, e eles o trouxeram perante Este. E foi lhe dado domínio, e glória e majestade, para que todo o povo, nação e línguas o servissem, seu domínio é um domínio eterno, o qual não passará, e seu reino é um que não será destruído.”
A frase “Filho do Homem” ocorre oitenta e oito vezes no Novo Testamento, oitenta e quatro vezes nos Evangelhos. Jesus foi a única pessoa a usar esta frase em referência a Si, exceto Estevão (Atos 7: 56), João (Apocalipse 1: 13; 14: 14; João 3: 13), e as pessoas que citaram as palavras de Cristo (João 12: 34). Jesus usou este título para revelar Sua perfeita natureza humana e relação singular com a humanidade em identificando-se como o Messias. Jesus referiu-se a Si como o Filho do Homem em relação a Sua Segunda vinda em pelo menos vinte e cinco vezes nos Evangelhos. Um exemplo: “Quando o Filho do Homem vier em Sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então se assentará no trono de Sua glória.” (Mateus 25: 31). Jesus não é meramente o filho do homem; Ele é o Filho do Homem. O título designa ambos Sua humildade e senhorio. O Filho do Homem é também chamado o Filho de Deus. (Mateus 16: 13- 17.)
A importância da humanidade de Cristo pode ser observada em que Ele está apto a revelar o caráter de Deus para a humanidade, para representar o homem como segundo Adão, e ser o parente Redentor do homem, ser o misericordioso e fiel supremo sacerdote, ser o exemplo e padrão para o seu povo, ser o Cabeça da nova criação, e por assentar-se sobre o trono de Davi.

VI. A Relação Divina de Cristo

Jesus é o unigênito Filho de Deus. (João 1: 14, 18; João 3: 16, 18; 1 João 4: 9.) Ele tem uma relação singular com Deus. Esta é a relação que nenhum outro homem experimentou. A vida de Cristo entre os homens foi uma revelação do caráter de Deus. Ele refletiu a santidade de Deus, o amor e a verdade; Ele mostrou como Deus é. (João 1: 18; 14: 9.) Cristo é uma expressão do ideal de Deus para a humanidade. Ele é a Palavra viva, o corpo da idéia divina. Sua vida imaculada revelou a pecaminosidade do homem. O caráter de Jesus é o padrão moral para a humanidade.

1. O Filho de Deus. A Bíblia claramente ensina que Jesus é o Filho de Deus. Nosso Salvador refere-se a Deus como Seu Pai e a Si como Filho de Deus. Entre as muitas testemunhas que declararam que Jesus é o Filho de Deus estão: Deus (Mateus 3: 17; 17: 5); o próprio Jesus (João 9: 35- 37; 10: 36); Gabriel, o arcanjo (Lucas 1: 32- 35); João Batista (João 1: 34); Natanael (João 1: 49); os discípulos (Mateus 14: 33); Pedro (Mateus 16: 16); Marta ( João 11: 27); o centurião (Mateus 27: 54); João (João 20: 31; 1 João 4: 15); e Paulo (Atos 9: 20; Romanos 1: 4; 2 Corintios 1: 19).
2. Importância de Sua Filiação Divina. A filiação divina de Cristo dá infinito valor à Sua morte sacrificial. Este fato explica a aptidão de Cristo em ser o Substituto para muitos pecadores. Um dolar de prata é menor em número que noventa e nove centavos, no entanto é maior em valor. Jesus é uma única pessoa, mas a Sua morte é de valor maior que a morte de infinito número de pecadores. Como Filho de Deus, Jesus é apto em ser a autoridade de porta voz de Deus e revelar a vontade divina para a humanidade; Ele tem a autoridade para perdoar os pecados, para julgar a humanidade, para levantar os mortos, e para dar vida eterna. Sua filiação divina o intitulo como herdeiro de todas as coisas; ela ‘da a Ele o direito de soberania sobre as nações. A relação singular de nosso Senhor faz dele hábil para servir como Mediador do pecador e Sumo Sacerdote. Ele é intitulado em adoração e louvor.
3. Jesus não é o próprio Deus. Jesus é divino, mas Ele não é Deus. Ele é de Deus, mas não o próprio Deus. Jesus não é Deus. Ele é o Filho de Deus. O Pai e o Filho não são idênticos ou iguais. O Pai viveu antes do Filho; e o Filho recebeu vida do Pai. O Pai é maior do que o Filho.
Os trinitarianos creem que Jesus e Deus são iguais em todos os sentidos. Eles creem que Jesus é uma das três pessoas que constituem um Deus. Eles mantém que existe uma única substância, uma inteligência, e uma vontade na Divindade, mas as três pessoas coexistem eternamente de uma essência e do exercício de uma inteligência e uma vontade.
Os triteístas acreditam que Jesus é um de três Deuses. Eles ensinam que Deus é três em essência, bem como em pessoas. Eles afirmam que há três deuses distintos, unidos em propósito e obras, mas não em essência.
Uma terceira falsa teoria, conhecida como Sabelianismo ou Monarquismo, é a crença que Deus, Jesus e o Espírito são um em essência, bem como em pessoa. Os que creem nesta teoria afirmam que há uma pessoa divina que algumas vezes se manifesta como Pai, algumas vezes como Jesus, e algumas vezes como Espírito. Esta visão nega que Jesus e o Pai sejam personalidades separadas.

Todas as três teorias são falsas. A Bíblia corretamente ensina que há um único Deus, o Pai, que é um em essência e pessoa. Há uma única pessoa que é Deus. A Bíblia ensina que Jesus não é Deus, mas o Filho de Deus. Ele é a pessoa mais exaltada no universo, depois de Deus. Cristo será eternamente sujeito a Seu Pai, o único Supremo Deus. O Espírito Santo é o poder impessoal pelo qual Deus realiza Suas obras.
Para um estudo detalhado de provas que Jesus não é Deus, veja a seção II do capítulo “Contra Trinitarianismo”, que aparece neste livro. Resumidamente nós observaremos estes fatos. Jesus não é Deus porque existe uma única pessoa que é Deus e a Bíblia o identifica como Pai. Jesus é o mediador entre Deus e os homens, e não pode ser o próprio Deus; um mediador deve ser uma terceira parte. Jesus é o Filho de Deus e não pode ser o próprio Deus. Deus é o Deus de Jesus. Jesus reconheceu o Pai como Seu Deus. Ele revelou que não era o próprio Deus quando a Seu Pai orava. A Bíblia figura Jesus sendo inferior a Deus. Jesus declarou: “Meu Pai é maior que Eu” (João 14: 28). Jesus é inferior a Seu Pai em conhecimento, poder e vida. Deus não pode morrer, mas Jesus morreu. As posições divinas de nosso Senhor foram derivadas de Deus. As Escrituras as quais posicionam Jesus como a imagem de Deus referem-se ao caráter de Deus refletido na vida de Cristo. Em poucos registros, Jesus recebe o t;itulo de “Deus”. (João 20: 28; Titus 2: 13; Hebreus 1: 8.) A palavra “Deus” é usada nos versos em sentido secundário para indicar representação de Deus. Em sentido secundário, a palavra “Deus” é também aplicada a Moisés (Exodo 4: 16; 7: 1), juizes humanos (Exodo 21: 6; 22: 8, 9, 28; 1 Samuel 2: 25), anjos (Salmos 97: 7; Hebreus 1: 6), e aos israelitas (Salmos 82: 6, 7; João 10: 34- 36). Jesus é a representação divina de Deus, mas não o próprio Deus.
Como Filho de Deus, nosso Senhor é digno da confiança do homem, da obediência, adoração, e louvor. “Por isso Deus o exaltou soberanamente, e deu a ele um nome que é sobre todo nome: que ao nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra, e debaixo da terra; que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus o Pai. “(Filipenses 2: 9- 11).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Etmologia do nome JESUS.

Etimologia
O nome "Yeshua" deriva-se de uma raiz hebraica formada por quatro letras – ישוע (Yod, Shin, vav e Ain) - que significa “salvar”, sendo muito parecido com a palavra hebraica para “salvação” – ישועה, yeshuah – e é considerado também uma forma reduzida pós-exilio babilônico do nome de Josué em hebraico – יהושע, Yehoshua' – que significa “o Eterno salva”. Essa forma reduzida era muito comum na Bíblia hebraica (ou Tanakh), que cita dez indivíduos que tinham este nome – como podem ser visto nos versos de Esdras (Ezra) 2:2, Esdras (Ezra) 3:2 e Neemias (Nehemiá) 12:10. Josué ou Iesous;com esse nome a Roma-Grécia apelidou o sucessor de Moshê Rabenu, e virou cultura, e tradição. O Hebreu era filho de Num da tribo de Efraim, nascido no Egito, circuncidado com o nome de Hoshêa, ao consagrá-lo para seu sucessor Moshê deu-lhe o nome de Yehoshua, pois dentre os que saíram do Egito, ele foi achado digno de conduzir o povo de Israel à terra de Canaã.

Yeshua como o nome original de "Jesus"
A afirmação de que a forma Yeshua é o nome original de "Jesus" tem sido muito debatida atualmente – alguns afirmam que era Yehoshua ou que a própria forma grega do nome “Jesus” era usada entre os crentes primitivos (comunidades falantes do Grego existentes em Israel, durante o período helenístico e posteriormente, sempre afirmaram que os manuscritos originais do Novo Testamento foram escritos primariamente em Grego). De qualquer forma, já se tem provas explícitas de que "Jesus", seus primeiros discípulos e a população que vivia na Terra de Israel naquele período, falavam Aramaico (ou um tipo de Hebraico-Aramaico). Eusébio de Cesareia relata que Mateus escrevera seu evangelho em “Hebreu” (um termo que era usado referente a um dialeto do Aramaico ou a língua hebraica propriamente dita). Existem também evidências que o Evangelho de João foi escrito em Aramaico. Temos também o testemunho da versão de "Áquilla" (um judeu que havia se convertido a Yeshua e posteriormente o renegado e retornado ao judaismo) que, diferentemente da Septuaginta, traz em Deut. a expressão IESOUA, com ALPHA no final, o que daria a entender que mesmo em grego havia uma escrita indicando verdadeiro nome YESHUA (IESUA - IESOUA - IESOU'). Ainda na Septuaginta e na língua grega usada em textos judaicos como os escritos de Josefo e de Fílon de Alexandria, Ιησούς (Iēsoûs) (como já dito, também aparece como Iēsoua´ em "Áquilla") foi a forma padrão grega do nome hebraico “Josué” - יהושע (Yehoshua). Os indivíduos chamados pelo nome de "Yeshua" (aportuguesado por Jesuá nas Bíblias portuguesas) citados anteriormente, sempre foram transliterados também como Iēsoûs (ou primeiramente na forma Iēsoua´, como está na versão de "Áquilla" - não podemos esquecer para não deturpar!). Demonstrando ser realmente uma forma reduzida do nome “Josué” – Yehoshua – usado no dialeto falado durante tempo de Esdras e Neemias, Yeshua foi o nome preferido para o filho de "José" (Yosseph). Todas as ocorrências desta forma reduzida se encontram nos livros de Crônicas, Esdras e Neemias. Dois destes indivíduos são citados em outros livros bíblicos, mas na sua forma original – Yehoshua (Josué filho de Nun e Josué filho de Jozadaque). Esta forma reduzida do nome é usada por Jesus filho de Sirá em fragmentos hebraicos do Livro de Sirá ou conhecido também como Eclesiástico. Baseados numa comparação destes textos, acadêmicos aceitam o fato de que este livro de Jesus ben Sirach foi originalmente escrito em hebraico, deixando evidente nele referências a estes antigos fragmentos hebraicos oiginais. Se isso for verdadeiro, pode-se estender a evidência do uso do nome Yeshua até o século II a.C.. Nenhum uso do nome Yeshua é achado no Talmud, exceto em citações literais da Bíblia hebraica quando esta cita Josué filho de Jozadaque. Porém o nome Yehoshua foi muito utilizado durante o período dos Hasmoneus e até um pouco depois. Ao referir-se a "Jesus", o Talmud o chama de "Yeshu", pois podemos ler no Talmude Babilônico a acusação dos judeus contra Ele: "Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu [...] ia ser apedrejado por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo se desviar [...] e eles o penduraram na véspera da Páscoa." (Talmude Babilônico, Sanhedrim 43a)

Nos relatos de Toledoth Yeshu, elementos dos Evangelhos sobre Jesus são conflitados com descrições dos indivíduos chamados pelo nome de “Yeshu” no Talmud. Price [1] interpreta “Yeshu” como uma forma abreviada de “Yeshua” e argumenta que esta era a forma pelo qual Jesus era conhecido pelos Judeus. De qualquer forma, as narrativas de Toledoth Yeshu tipicamente explicam a designação Yeshu como um acrônimo da frase hebraica ימח שמו וזכרו - Yemach Shemô Vezichrô (Seja apagado seu nome e sua memória) e declaram que este nome originalmente era Yehoshua. Já outros, dizem que o responsável pela diminuição, por assim dizer, foi o sotaque galileu, que pronunciou YESHU devido sua dificuldade de falar a letra final gutural. Isso também podemos detectar em nomes de pessoas árabes, como por exemplo o sobrenome IACHOUH (pronuncia-se: i-ê-shú, ou às vezes i-ê-shú-ah).

Um argumento a favor da originalidade da forma “Yeshua” pode ser encontrada no fato do uso dessa na Antiga Bíblia Siríaca (composta no séc. III d.C.). A Peshitta (versão aramaica do Novo Testamento) usa também a forma “Yeshua” em seus escritos. A moderna pronúncia do Síriaco deste nome é Eeshoo, Yishuh, ou seja, temos o testemunho árabe da problemática da letra "E", e do "A" final - como visto no sobrenome citado acima; mas sua pronúncia antiga era similar a “Yeshua”(i-êi-shú-ah). Com isso, pode-se argumentar que os falantes do Aramaico, que usavam este nome na sua forma “Yeshua”, escreveram-na em seus escritos e evangelhos afim de preservar o nome original de "Jesus" usados por eles.

O nome árabe para Jesus usado pelos cristãos, Yasu’a – يسوع, sendo derivada de “Yeshua” (ou seja, a mesma coisa se considerarmos que esta letra "a" que aparece aqui no árabe tem som de "e", como em mohamEd, e se considerarmos também o "s" xiado), mas não é o nome usado para "Jesus" no Alcorão e em outras fontes muçulmanas. O nome tradicional para Jesus é “‘Isa” (عيسى, Ayn – Ya – Sin – Ya). Aparentemente este nome lembra o nome hebraico de Esaú – עשו (ESAV, Ain – Shin – Vav), . Juferi [3] argumenta que este nome árabe citado no Alcorão para Jesus é realmente derivado do aramaico “Yeshua'” - ܝܫܘܥ. – no qual considera também ser o nome original de "Jesus". Parece bem ser o seu diminutivo, veja I S A = IeSuA, pronunciando-se (i_ê_shu_ah), com a tônica na letra "e" e não na letra "u", como alguns erroneamente pronunciam, o que deturpa o significado que deixaria de ser "Deus Salva" ou "Deus é a nossa salvação" para ser utilizado apenas como a palavra aramaica para "Salvação".

QUAL O VERDADEIRO NOME DE JESUS?

O nome Jesus é uma adaptação para o Português de um nome hebraico que aparece na Bíblia em duas formas: Yehoshua e Yeshua. Yeshua é uma forma abreviada do nome Yehoshua.

O nome Yehoshua foi adaptado para o Português como Josué, e é o nome do auxiliar de Moisés, que após a morte de Moisés tornou-se o líder do Povo de Israel, e conduziu o povo na conquista da Terra de Canaã.
O nome Yeshua é uma forma abreviada do nome Yehoshua, sendo que um mesmo homem é chamado na Bíblia, ora pelo nome Yehoshua, ora pelo nome Yeshua. Este homem era o sumo sacerdote na época de Zorobabel. Nos livros dos profetas Ageu e Zacarias, ele é chamado de Yehoshua, que na versão em Português aparece como Josué (Ageu 1:1 e Zacarias 3:1), e nos livros de Esdras e Neemias, ele é chamado de Yeshua, que na versão em Português aparece como Jesua (Esdras 3:2 e 5:2 e Neemias 7:7).

O sucessor de Moisés, que nos livros de Êxodo, Números, Deuteronômio, Josué e Juízes é chamado de Yehoshua (Josué), em Neemias 8:17 é chamado de Yeshua (Jesua, ou Jesus).

Tanto o nome Yehoshua quanto o nome Yeshua foram adaptados para o grego como Iesus. Na tradução do Antigo Testamento (Tanach) para o grego, chamada Septuaginta, feita no século III A.C., o nome Yehoshua aparece como Iesus, e o nome Yeshua também aparece como Iesus. Daí é que veio a forma Jesus, que é usada nas traduções da Bíblia para o Português.

Yehoshua significa Javé salva. Yeshua também tem este mesmo significado.

Josué, Jesua e Jesus são o mesmo nome, em três diferentes adaptações para a língua portuguesa.

Existem pessoas que dizem que é muito importante pronunciar o nome de Jesus como Yehoshua, ou como Yeshua, mas, na realidade, tanto faz falar Yehoshua, ou Yeshua, ou Jesus, pois de qualquer forma é o mesmo nome.

Alguns dizem que nomes próprios não se traduzem.

Realmente, nomes próprios não são traduzidos, mas muitas vezes são adaptados para outras línguas, pois existem certos fonemas (sons) que existem em uma certa língua, mas não existem em outras línguas.

Por exemplo: O nome Jacó é a adaptação para o Português do nome hebraico Ya’acov, sendo que em hebraico existe uma letra, chamada ‘ayin, cujo som não existe na língua portuguesa. Também não existe em Português palavra terminada em consoante que não seja l, m, r, s ou z. Por isso foi necessário fazer uma adaptação do nome Ya’acov para o Português.

O nome hebraico Yochanan foi adaptado para o Português como João, pois em Português não existe o y como semivogal, e também não existe o som que é representado como ch, mas não é o mesmo som que tem o ch em Português, é uma espécie de h aspirado, porém diferente do h aspirado que existe na língua inglesa.

O mesmo nome, Yochanan, foi adaptado para o grego como Ioanan, para o inglês como John, para o espanhol como Juan, para o francês como Jean, para o alemão como Johan, e para o italiano como Giovanni.

Portanto, vê-se que é normal adaptar-se os nomes próprios de uma língua para outra, mesmo porque, sem esta adaptação se torna muito difícil pronunciar certos nomes.
Principalmente os nomes de pessoas importantes são adaptados para outras línguas. Por exemplo, o reformador alemão Martin Luther é conhecido no Brasil como Martinho Lutero. Outro exemplo: o nome do imperador Carolus Magnus foi adaptado para o português como Carlos Magno, e para o francês como Charlemagne, e para o alemão como Karl der Grosse.

Portanto, podemos pronunciar o nome do Messias (Mashiach) como Yehoshua, Yeshua, ou Jesus. É indiferente. Além destas formas, podemos pronunciar o nome do Messias (Mashiach, ou Cristo, ou Ungido) nas formas Josué, Josua, Jeosua e Jesua.

O nome יֵשׁוּעַ “Yeshua" nada tem a ver com a palavra hebraica עֵז “ez”, que significa “bode”.

A palavra “Deus” nada tem a ver com a palavra “Zeus”, são palavras totalmente diferentes e não relacionadas.

A palavra portuguesa “Deus” é a tradução fiel das palavras hebraicas אֵל “El”, אֱלוֹהַּ “Elôahe” e אֱלוֹהִים “Elohim”, que significam “Deus”.

Qual a verdadeira origem do nome Jesus?

O nome português Jesus vem do latim Jesus.

Jerônimo quando traduziu a Bíblia na versão conhecida como Vulgata usou o original hebraico para traduzir o VT e uma versão chamada de Antiga Latina junto com algumas outras versões em grego para traduzir o NT. A versão Septuaginta (grega) que traduzia o nome hebraico Yeshua como Iesous serviu de base para a tradução da Antiga Latina.

A forma latina "Iesus", que aparece na Vulgata Latina de Jerônimo, não foi inventada ou criada por Jerônimo, como afirmam erroneamente os adeptos do Nome Yehôshuah, mas é simplesmente uma transliteração natural do grego para a escrita latina. Ou seja: do Grego para o Latim

I = I
E = E
S = S
OU = U
S = S

Obs: O ditongo grego ou soa como u, por isso, Iesous, foi abreviado para Iesus. Do Latim para o Português:

I = J
E = E
S = S
U = U
S = S

Como se formou o nome Jesus?

1. O "S" final no nome Jesus

O s final em Jesus se explica pela necessidade de tornar esse nome declinável: como vimos os judeus substituíram o ayin final por um sigma (o "s" grego) do caso nominativo. Nos outros casos a palavra se declina assim: Iesou (genitivo), Iesoi (dativo), Iesoun (acusativo) e Iesou (vocativo). Com isso mataram-se dois coelhos com uma só cajadada: o nome ficou declinável, e o ayin final, que não tem equivalente em grego, foi substituído por um sigma (s).

Fato semelhante se deu com Judas, que reflete a forma grega Ioudas, que em hebraico é Yehudah (Judá). Outros nomes hebraicos que terminam com a gutural he tem em grego, em latim e em português no final o som s: Isaías, Jeremias, Josias, Sofonias et al. Outro exemplo é o vocábulo Mashiach, que termina com a gutural sonora cheth (ch), a qual em grego, em latim e em português deu também lugar ao som s: em Messias.

2. O "S" médio em Jesus

No vocábulo hebraico Yeshua", o grupo sh representa a consoante shin. Por não haver em grego som correspondente a essa consoante fricativa palatal, que soa como xis (por exemplo a palavra eixo), os judeus a substituíram por sigma s, também fricativa mas línguodental, que em grego, mesmo entre vogais, soa como ss. A evolução do termo de uma língua para outra é a seguinte: Yeshua" (hebraico) > Iesous (grego) > Jesus (latim) > Jesus (português).

3. De onde Surgiu a letra "J" no Nome Jesus?

Dizem os adeptos do Movimento do Nome Yehoshuah que o nome correto de nosso Salvador não pode ser "Jesus" por não existir a letra j na língua hebraica.

A única transliteração ( reduzir um sistema de escrita a outro, letra por letra) possível do nome do Messias é Yehoshuah, e não Jesus, que seria uma deturpação greco-romana, pois na língua hebraica não há correspondente para a letra "j". Portanto, o nome do Senhor, para essas pessoas, não poderia em hipótese nenhuma ser transliterado com a letra "j".

A questão da letra "J"

É verdade que o j não existe no hebraico, grego e latim. Como, então, aparece essa letra em nomes bíblicos em quase todas as línguas com as quais estamos familiarizados? Porque todas as Bíblias trazem Jeremias, Jacó, Jersusalém, Judá sendo que não existia o J em hebraico?

O que aconteceu foi o seguinte: os judeus da Dispersão, empenhados em traduzir as escrituras hebraicas para o grego (a Septuaginta), não encontraram nessa língua uma consoante que correspondesse ao yodh do hebraico, e a solução foi recorrer à vogal grega iota, que corresponde ao nosso i. Então escreveram Ieremias, começando com i, e assim por diante, inclusive Iesous. No hebraico a letra y yud representa tanto o som vogal i como a consoante y. O mesmo acontecia com o latim com as letras i e u. O emprego das letras j e v para representar i e u consonânticos ocorreu na época do Renascimento, foi difundido por Pierre de la Ramée, também conhecido como Petrus Ramus. Foi filósofo francês, reformador da lógica aristotélica, aderiu à reforma protestante em 1561. Morto no massacre que se seguiu à noite de são Bartolomeu. Escreveu instituições dialéticas (1543) e Contra Aristóteles (1543).

A expressão "letra Ramista", ficou sendo uma designação comum dada às consoantes j e v, em homenagem a ele, que primeiro as distinguiu das vogais i e u em textos franceses. (BARSA)

Por isso lemos Jerusalém, e não Yerushalayim; Jeremias, e não Yeremiahu; Jonas, e não Yonah; Joaquim, e não Yehoiacin; e assim por diante.

Há tempos, especialistas em hebraico são unânimes em transliterar palavras que começam com a letra hebraica yod (a letra inicial de Yehoshuah), ora com "i" (ou "y"), no caso de substantivos comuns, ora com "j", no caso de nomes próprios. Uma rápida consulta a qualquer léxico, analítico ou gramática de hebraico bíblico confirma esta afirmação.

A besta de 2 chifres. Apocalipse 13

A besta de 2 chifres

Acontecimentos da Idade Média são a explicação de Apocalipse 13:11-18

Edy Brilhador







Quem é a besta de 2 chifres?





Este estudo esclarece quem é a besta de 2 chifres de Apocalipse 13:11-18. Também o que é a imagem da besta e o seu sinal.

Antes de tudo, é importante saber que a profecia do Apocalipse refere-se às características mais notórias da história. Sendo assim, quando procuramos na bibliografia os fatos históricos, nos preocupamos com os acontecimentos mais relevantes para determinado período. Isto é mais do que suficiente para encontrarmos a explicação substancial de qualquer profecia.

Como vamos estudar apenas a besta que sobe da terra (Apocalipse 13:11-18), de antemão, é bom saber que os versos anteriores, Apocalipse 13:1-10, retratam aspectos do Antigo Império Romano. Então, considerado a seqüencia da narrativa profética, temos que buscar a explicação dos versos 11 a 18, na história imediatamente posterior à queda do Império Romano. A interpretação tem que casar a seqüencia da narrativa profética com a seqüência da narrativa histórica. Não devemos, a bel prazer associarmos com qualquer outro momento da história. Outra forma que não siga esta condição básica é torcer a interpretação. Assim, se os versos 1 a 10 falam do Império Romano, os versos de 11 a 18 falam do Sacro Império Romano. Ele é o reino que se seguiu ao Império Romano. Esta é a seqüencia da história e também a seqüência da profecia. Como ficará comprovado.



A BESTA QUE SOBE DA TERRA

E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. (Verso 11)

A besta. Significa um reino, uma nação, um povo, conforme Daniel 7:17.[1] Está em evidência o Sacro Império Romano (800-1806).[2] O Sacro Império Romano teve duas fases: primeiro como Império Franco (800-911), iniciado em Carlos Magno e depois como Império Germânico (962-1806), iniciado em Oto I.[3] Ele surgiu como restauração do Antigo Império Romano (168 a.C – 476.d.C), que havia caído sob as levantes bárbaras.[4]

Na citação que segue, confirma que o surgimento do Império Franco foi a restauração do Antigo Império Romano. “Não é de surpreender, por conseguinte, que o Papa Leão II (795-816), grande devedor de Carlos Magno, em virtude da proteção por este concedida contra as ameaças dos nobres romanos, houvesse colocado sobre a fronte do rei dos francos a coroa imperial romana, na igreja de São Pedro, no dia de Natal de 800. Tanto para o povo romano que presenciara a cerimônia como para o Ocidente em geral, era a restauração do império do Ocidente, o qual durante séculos estivera sob o poder do governante sediado em Constantinopla. O ato colocou Carlos Magno na grande linha sucessória que remontava a Augusto. Atribuiu também ao império caráter teocrático. Inesperadamente – e, na época, não muito ao gosto de Carlos Magno – era a encarnação visível de um grande ideal. O Império Romano, imaginava-se nunca morrera, e agora a sagração havia sido concedida da parte de Deus, pelas mãos do seu representante, a um imperador ocidental.” (Walker, p. 267).

Subiu da terra. Porque ocupou o território da outra besta, o Antigo Império Romano. Descarta-se a, então, possibilidade de ser os Estados Unidos, Israel e qualquer outra nação.

Tinha dois chifres de cordeiro. Os chifres representam poderes. Veja Daniel 7:24. Neste caso, os poderes espirituais e temporais exercidos pelos imperadores, que se consideravam representantes de Deus na terra. Os imperadores agiam ao mesmo tempo como reis e sacerdotes. Eles submetiam a Igreja a seu domínio. Mais tarde, o papado assumiu estas características e passou a submeter os imperadores à sua vontade. Esta passagem, também pode ser entendida, sem prejuízo nenhum, como o poder dos imperadores e o poder dos papas separadamente. A característica de “cordeiro” é pelo fato de ser um reino cristianizado.

A História mostra o imperador como um sacerdote-rei, portanto, com poderes temporais e espirituais. “Durante o reinado de Carlos Magno, a igreja esteve submetida ao poder imperial, pois Carlos Magno considerava-se ao mesmo tempo rei e sacerdote” (Arruda). “O monarca encarava o seu novo papel como algo bem diferente daquele dos antigos romanos, pois via-se não apenas como imperador, mas como um imperador cristão.” (Banfiel, p. 69) “Raras vezes um homem teve tanto poder, seja espiritual ou temporal, ou conseguira realizar tantos feitos.” (Banfiel, p. 75)

E falava como dragão. Várias vezes aparecem no Apocalipse expressões como “boca”, “vozes”, “falar” etc. sempre ligados com uma mensagem. Os quatro animais falaram (Apoc. 6:1), os “trovões” falaram (Apoc. 10:4), a primeira “besta” recebeu uma boca para falar (Apo. 13:5). “Falar” é a condição para se emitir uma ordem. Então, “falar” é uma figura de ordenar, ou de legislar. “Dragão” é a cultura das nações (Apoc. 12:9, 13:1). Apesar de se considerar cristão, o Sacro Império Romano elaborou muitas leis com base na cultura pagã e impunha aos homens como se elas fossem divinas. O grande mérito de Magno foi o de legislador e dedicou-se imensamente a codificar as leis de diversos povos e a compor sermões, nos quais exortava o povo à obediência das leis da igreja. O papado também emitiu muitas ordenanças, principalmente religiosas, que misturavam os ensinamentos pagãos com os cristãos. Por essas características históricas é que a besta “falava como dragão”.

O imperador legislou com base na cultura pagã e ensinou o povo a obediência a Igreja. A História comprova que o Império Franco é a besta de chifres semelhantes ao de cordeiro, mas que falavam como dragão. “O grande mérito de Carlos Magno foi sobretudo o do legislador.” (Pierrard, p. 72). “Dedicou-se intensamente à codificação e ao esclarecimento das leis dos diferentes povos sobre os quais reinava, para que tais leis pudessem ser interpretadas com mais facilidade.” No final de sua vida “passou a dedicar a energia que lhe restava à composição de longos sermões, nos quais exortava seu povo à humildade e também à obediência das leis da Igreja.” (Banfiel, p. 70)

Ficou claro. Estas passagens retratam o surgimento do Império Franco, com seu rei Carlos Magno. Ele era o sacerdote-rei de um reino teocrático e legislava tanto no aspecto temporal como no espiritual. Profecia cumprida.



E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. (Verso 12)

Todo poder da primeira besta na sua presença. Significa governar com a mesma autoridade e no mesmo território do Antigo Império Romano. Não podia governar através do mar onde Roma nunca tinha governado. Novamente, descarta-se qualquer outra nação que não esteja em território europeu.

Adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. “Chaga” significa ausência de poder político, ou falta de influência de qualquer ordem. Veja Jeremias 30:17. O fato é que não existia imperador em Roma desde o final do século V, somente em Constantinopla, no Oriente. Roma não tinha influência política. A coroação de Carlos Magno fez renascer a sucessão de imperadores no ocidente, curando a “chaga mortal”, da cabeça ferida para morte da primeira besta. A sociedade européia da Idade Média, que há muito tempo não tinha um imperador, voltava a ser governada como no tempo dos césares, reabilitando o poder de Roma, mesmo que este governo não era sediado na cidade, mas era em “na sua presença”.

Longa vida e vitória a Carlos Augusto, coroado por Deus, poderoso imperador dos romanos e amante da paz! (...) Era o renascimento de uma antiga tradição de acordo com a qual se sagrava o imperador de Roma. Desde o assassinato de Oreste em 476, mais de trezentos anos antes, isso não acontecia. Mas naquele momento Roma escolhia um novo imperador. Nascia, assim, o Sacro Império Romano.” (Banfiel, p. 65)

Voltemos à citação de Walker acima que comprova a restauração de Roma. “Tanto para o povo romano que presenciara a cerimônia como para o Ocidente em geral, era a restauração do império do Ocidente, o qual durante séculos estivera sob o poder do governante sediado em Constantinopla. O ato colocou Carlos Magno na grande linha sucessória que remontava a Augusto.”

Não há dúvida, o Sacro Império Romano era igual ao império dos césares, com a mesma autoridade e no mesmo território. Na verdade, “trazia” de volta aos romanos o Antigo Império, que deveras nunca morrera do coração dos latinos. A “chaga mortal” era curada.



E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. (Verso 13)

E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. “Grandes sinais” são grandes acontecimentos históricos. Muitos estudiosos entendem que são curas milagrosas realizadas por seres humanos e que desce fogo literal do céu. Isto não pode ser, pois a besta é um reino, não uma pessoa. Portanto, estes sinais não são curas humanas, ou qualquer coisa do gênero, se referem a outra coisa. Devemos buscar o sentido. Estes sinais foram reformas religiosas e culturais lideradas por Carlos Magno e principalmente pelas abadias de Cluny, Cister e Clairvaux. Pois, os “sinais” estão relacionados com “fogo”.

Então, a palavra-chave a ser entendida é “fogo”. Em muitos lugares da Bíblia a palavra é empregada no sentido de conhecimento e sabedoria. Veja estas passagens em sua bíblia: Daniel 12:3; Mateus 5:14; 13:43; Atos 13:47; João 1:9; II Coríntios 4:6; Mateus 3:11; Lucas 12:49; Salmos 39:3. O fogo literal produz a luz, o brilho. A evolução da cultura é um fenômeno do espírito do conhecimento humano e também é retratada literalmente como luz, brilho etc. Os sinais operados pela besta de 2 chifres são as reformas culturais e ascéticas que o imperadores e abades promoveram em contraposição ao mundo de trevas que reinava. Basta entendermos os significado do “fogo” para concordarmos com a história. É muito fácil entender os motivos destas reformas. As invasões bárbaras trouxeram a decadência da cultura romana, dando origem à Idade das Trevas. Poucos homens, naquele tempo, sabiam ler ou escrever, inclusive o próprio imperador Carlos Magno. As trevas se amontoavam sobre o cristianismo. Também, a Igreja estava totalmente corrompida por causa do comportamento de seus clérigos. Muitos bispos eram instituídos por dinheiro, a chamada simonia, e outros com casamentos irregulares, o nicolaísmo. As reformas vieram para corrigir este estado de ignorância do povo e podridão religiosa. A efervescência cultural e religiosa que se espalhou por toda a Europa por volta do ano 1000 é o cumprimento dos “grandes sinais” operados pela besta que até “fogo” fez descer do “céu”.

As trevas que se amontoavam sobre o cristianismo iam-se tornando cada vez mais espessas à proporção que os anos iam passando, e no princípio do século sétimo a ignorância do clero e a superstição do povo eram extraordinárias. O decreto de Gregório o Grande, pelo qual se impedia a continuação dos estudos profanos, produziu este resultado deplorável, cuja importância se podia avaliar pelo fato de que muitos padres nem sabiam escrever seus próprios nomes. A língua grega estava quase esquecida; até a Bíblia pouco se lia.” (Knigth, p. 90).

Embora fosse um homem de ação e de comportamento rude, Carlos dava muita importância ao desenvolvimento intelectual e ao enriquecimento da alma. (...) Ansioso por difundir o conhecimento, fundou uma escola no palácio para a qual convidou os sábios de todo o reino (...) e usou a própria escola do palácio para treinar professores, que iram se estabelecer nas escolas fundadas nas muitas abadias que havia pelo reino. Essas abadias, residência e lugar de oração dos monges, eram também centros de cultura e conhecimento.” (Banfiel, p. 51)

Já é suficiente para entender que este “fogo” é o conhecimento disseminado pelo Sacro Império Romano. Mas, veja estas citações em que o próprio historiador coloca a cultura como um brilho. Os destaques são nossos.

Quando Carlos Magno subiu ao trono, as escolas mais importantes da Europa ocidental eram ligadas aos mosteiros das Ilhas Britânicas. Foi na Inglaterra que o genial monarca mandou buscar o seu principal assistente intelectual e literário. Alcuíno (735?-804), que havia estudado em York, onde provavelmente nasceu. De 781 até a data de sua morte, excetuados breves períodos de interrupção, foi o principal auxiliar de Carlos Magno na obra de promoção de um verdadeiro renascimento da cultura clássica e bíblica, a qual atribuiu ao reinado um brilho jamais visto antes, e elevou a vida intelectual do Estado Franco.” (Walker, p. 268)

Carlos Magno reinou durante uma época que, devido à decadência acentuada na educação, nas artes e na ciência, ficou conhecida na História como Idade das Trevas. Mas, naquela longa noite de barbarismo, seu reino fulgurou com uma tocha incandescente, iluminando a escuridão. O incentivo à difusão do conhecimento, da ciência e da literatura, os esforços para tornar a Igreja um centro de unidade e cultura, a consolidação das leis e dos hábitos diferentes culturas existentes no seu império, tudo isso deixou uma marca indelével nas gerações que o sucederam”. (Banfiel, p. 77) “No entanto, na medida em que se tornava mais evidente a derrocada do império de Carlos Magno, desvaneciam-se não só essas controvérsias, como também a vida intelectual da qual haviam brotado. Por volta de 900, um novo barbarismo extinguiu quase que por completo a luz que brilhara um século antes.” (Walker. p. 271)

Mas havia algo a mais neste “fogo”. Ele descia do “céu”. E o que isto acrescenta? Que este “fogo” está relacionado com o celestial, com coisas divinas. Neste caso, especificamente, o ensino da teologia bíblica, e de certa forma, também com a vida ascética dos monges. O ensino da teologia nas abadias e catedrais fez surgir um movimento chamado escolasticismo, que foi um método de estudo da Bíblia com base nas filosofias platônicas. O escolasticismo é o “fogo” que desceu do “céu”.

Era um método de pesquisa filosófica e teológica que objetivava uma melhor compreensão dos preceitos cristãos pelo processo da definição e da argumentação sistemática (...) Os escritos de Aristóteles (traduzidos do grego para o latim por Boécio) e de Santo Agostinho tiveram papel de destaque no desenvolvimento do pensamento escolástico.” (Nova Enciclopédia Ilustrada Folha, v. 1, p. 306)

Vamos ver algumas passagens da história que comprovam isso. “A preocupação [de Carlos Magno] com a educação dos francos se devia em grande parte à importância que dava ao bem estar espiritual e moral, e um dos principais objetivos das escolas que fundara era divulgar a leitura da Bíblia.” (Banfiel, p. 54) Mais tarde, “por volta dos primeiros anos do século X, iniciava-se um verdadeiro reavivamento ascético da religião. Durante mais de dois séculos esse reavivamento haveria de crescer em força. Seu primeiro exemplo eminente foi a fundação, em 910, do mosteiro de Cluny.” (Walker, p. 283) Por volta do século XIII, “seguindo o espírito geral da época, as escolas em vários lugares se associaram: formaram professores e alunos uma corporação, com o nome de universidades. A primeira de todas, e mais célebre, foi a de Paris, que chegou a ter muitas centenas de alunos, procedentes de diversos países. (...) Começadas no fim do século XII, as universidades logo se multiplicaram: em menos de dois séculos contavam-se na Europa cerca de cinqüenta...” (Silva. p. 215) “E com este aumento, iniciou-se a aplicação dos métodos da lógica ou da dialética na discussão dos problemas teológicos, o que resultou em novo e fértil desenvolvimento intelectual”. (Walker, p. 232)

Entre discórdias e diversos pontos de vista teológicos, a filosofia neoplatônica foi aplicada ao estudo da Bíblia. “Uma combinação do uso moderado do método dialético com intenso misticismo neoplatônico se encontra na obra de Hugo de S. Vitor (1097-1141)”. O método filosófico do estudo de Deus tomou conta em São Tomás de Aquino. “Segundo Aquino, com quem o escolasticismo alcançou o apogeu, o alvo de toda investigação teológica é proporcionar conhecimento de Deus e da origem e destino do homem. Esse conhecimento se obtém, ao menos em parte, pela razão – teologia natural. Entanto essa conquista da razão não é completa. É necessária que seja ampliada pela revelação. Esta se encontra nas Escrituras, que são a única autoridade final. São elas, porém, entendidas à luz da interpretação dos concílios e dos Pais.” (Walker, p. 343)

Os “grandes sinais” operados pela besta são as reformas culturais no Santo Império Romano. Sendo grandes, são notáveis na história. Estes sinais são as reformas carolíngia e cluniense que a História registra como os feitos mais fabulosos ocorridos no seio do Sacro Império. Ela fez “fogo” descer do “céu à terra, à vista dos homens”, significando que eles seriam iluminados por conhecimentos relacionados com o divino, porém, mas estes não se baseavam unicamente na Bíblia, mas em filosofia humana.



A IMAGEM DA BESTA
E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. (Verso 14 e 15)

Engana os que habitam na terra. Quem tem o conhecimento, tem maior poder de enganar. Estes sinais, como entendido acima, são as reformas culturais. Estas reformas resultaram na criação das escolas nos monastérios e catedrais e também criaram um verdadeiro exército de monges, que utilizavam os métodos filosóficos dialéticos neoplatônicos para adquirir conhecimento. Com este conhecimento, eles passaram a controlar a população laica. Foi a partir do sistema educacional estabelecido nos monastérios que a “besta” enganava os que “habitam na terra”.

Vamos entender a influência que este sistema deteve sobre o povo laico. No duodécimo século, as abadias se alastraram pela Europa. Cluny era a mais influente. Cister e Clairvaux também estavam entre as influentes. Cluny era uma abadia-mãe com mais de 2.000 abadias afiliadas. Além destas três principais, houveram muitas outras abadias que formavam o sistema monástico. Nas abadias e catedrais, professores se multiplicavam e se rodeavam de alunos. Um tal de Abelardo, cônego de Notre Dame, tinha tantos seguidores como jamais um conferencista conseguira ter, segundo Walker.

Cluny foi o resultado da doação de terras de um rico senhor feudal para a construção de um monastério autônomo a qualquer autoridade civil ou religiosa. Foi governada por uma série de abades notáveis, tornando-se de uma inovação no sistema monasterial. Cluny granjeou tanta influência quanto veio ser as ordens dos dominicanos e jesuítas mais tarde.

Foi considerável a influência da ordem cluniense sobre a civilização ocidental, a tal ponto que, sem exagerar, era possível falar de ´centro real da Igreja` e de ´espiritual da Europa` (...) foi através de seus antigos monges tornados papas que Cluny agiu mais fortemente sobre uma cristandade enfraquecida.” (Pierrard, p. 81 e 82)

Dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta. Ela, a “besta”, o Sacro Império Romano, representada por seus funcionários públicos, que em sua imensa maioria eram os monges, que formavam a elite pensante, incutiu na mente da população laica, inclusive dos funcionários seculares, que não podiam ser comparados em conhecimento com os clérigos, a idéia de uma república cristã onde o papa seria o supremo rei e sacerdote de toda a humanidade, como eram os antigos césares romanos.

Hildebrando foi o maior articulador deste projeto. “Os seus planos eram mais vastos, e, num sentido, menos egoístas; só a instituição de uma permanente hierarquia, com autoridade ilimitada sobre todos os povos e reinos na face da terra, poderia satisfazer a sua ambição. Sim ele, queria organizar um poderoso estado eclesiástico, que governasse os destinos dos homens – uma poderosa teocracia ou oligarquia espiritual, com o poder de instruir o povo nos seus dogmas infalíveis, para obrigar as suas consciências a dar força à sua obediência; um estado cujo governador fosse supremo sobre todos os governadores do mundo, elegendo e depondo reis à sua vontade – pondo interdição a províncias e reinos inteiros, e sem que ninguém ousasse opor-se a isto – em suma, um vice-regente de Deus na terra, que não pudesse errar, de quem se não pudesse apelar!” (Knight, p. 128)

Pouco a pouco, forma-se entre as elites pensantes – que eram todas da Igreja – a idéia da criação de uma República Christiana que, sistematicamente, introduziria noções evangélicas no Direito e nas instituições. Esse império, herdeiro do império romano, deveria ser colocado nas mãos de um homem que a Providência designaria ao papa – que, depois de Gregório o Grande, aparecia como a mais alta autoridade do antigo mundo romano.” (Pierrard, p. 69)

A igreja era a instituição universal da época e o Papa como seu cabeça exercia em conseqüência tão grande autoridade do que qualquer outro aspirante. Em muitos sentidos, na verdade, a igreja era comparada com o Antigo Império Romano, cujo território e organização administrativa tinha se sobreposto e (...) Todos consideravam o Papa como consideravam o Imperador. A igreja tinha estes sistema legal e interno. O clero secular correspondendo para a administração burocrática do Império e à cabeça centro de tudo isto assistindo sobre o mundo inteiro, interferindo em tudo, exercendo (poder) temporal também quanto autoridade espiritual, recebendo notícias, perguntas e apelos de todas as partes e reservando para si mesmo a solução de todas as questões, em último recurso, estabelecendo Inocêncio III com a autoridade de um Trajano ou um Diocleciano.” (Lynn Thondyke. The history of medival, p. 434,435. Citado por Remington)

A influência intelectual dos monges, a participação do clero na administração pública, o poderio econômico da Igreja, a importância política que os sistemas monasteriais possuíam, os planos políticos e eclesiásticos que elaboraram, implicou-se na construção de uma “imagem à besta”. Os clérigos detinham poder sobre a sociedade e “enganavam” seus habitantes, dizendo que elaborassem um governo semelhante ao romano, que tinha um sacerdote-rei sobre os homens. Isto foi conseguido depois de 250 anos de muita luta entre o papado e os poderes temporais. Em Hildebrando (1073) o papado se firmava como o soberano da Europa. Era a “imagem da besta”, só faltava falar.

Concedido que desse espírito à imagem da besta, para que a imagem da falasse, e fizesse que fossem mortos os que não adorassem a imagem da besta. Deus soprou seu espírito no homem ele se tornou alma viva, (conforme Gênesis 2:7). Dar espírito significa dar vida própria, autonomia de vida. Este “espírito”, autonomia, se deu através da transferência gradual de poder das mãos dos imperadores para o papado. As ordens monásticas serviram de base para este processo. Foi na abadia de Cluny que se concretizou a idéia da supremacia papal e foi resultado de um secular debate. A questão central era sobre o direito de instituir poder aos bispos: era do papa, ou do imperador? O papado obteve, até certo ponto, a vitória e passou a controlar os bispos. Como estes eram em sua imensa maioria senhores feudais, ou agentes do governo, boa parte das terras da Europa, bem como uma imensa força política ficou sob a tutela do papa. A partir daí, o sistema administrativo papal alcançou um grau de aperfeiçoamento tal que era superior ao do Antigo Império Romano. Com mais poder, a “imagem da besta” estava pronta para “falar”, isto é, criar leis, ordens e normas para a sociedade. O ápice deste poder de “falar” da “besta” foi a Santa Inquisição, quando ela fez com que fossem mortos “os que não adorassem a imagem da besta”.

O papado livrou-se da influência dos imperadores, depois de um longo debate em torno da questão da eleição papal, dos bispos e demais clérigos, conhecida na história como “a querela das investiduras”. O teor desta questão era a influência do poder temporal sobre o espiritual e vice-versa. Até Henrique III foram os imperadores que nomearam os papas e bispos. Mas com sua morte, deixando em seu lugar um filho com apenas seis anos, o papado aproveitou para reverter a situação, nomeando Hildebrando como papa através do Colégio de Cardeais. Vejamos como foi este processo.

No final da Alta Idade Média, a igreja começou a libertar-se da dominação política. Iniciou-se, então, um período de supremacia do poder espiritual sobre o poder político, que se estenderia pela Baixa Idade Média” (Arruda, p. 344) “Sem controle sobre os bispos, o imperador perdia o controle sobre os duques. Ao mesmo tempo, uma grande parcela das terras da Alemanha passava para o controle da Igreja. Começava o período de supremacia do poder papal sobre o poder político dos governantes da Europa; essa supremacia se acentuou-se mais no período seguinte, a Baixa Idade Média.” (Arruda, p. 348)

As instituições políticas romanas baseavam-se nas cidades, das quais dependiam as regiões rurais circunvizinhas. A organização cristã seguiu a mesma regra. Os distritos rurais dependiam dos bispos das cidades ou elementos por eles nomeados, e por eles pastoreados exceto nos casos em que haviam ´bispos rurais`, como no Ocidente (...) Por volta do século VI deparamos com a origem do sistema paroquial na França (...) Ali o sistema expandiu rapidamente, sendo estimulado pelo costume de os grandes proprietários de terras fundarem igrejas (...) Além disso, ao tempo dos primeiros carolíngios, graças as constantes doações de terras, as propriedades da Igreja haviam crescido ao ponto de ocuparem um terço da área da França (...) Carlos Magno renovou e expandiu o sistema metropolitano, que havia caído em desuso. No começo do seu reinado havia um único metropolita em todo o reino franco. No fim, o número havia atingido vinte e dois. Os metropolitas passara a ser chamados em geral de arcebispados.” (Walker, p. 271 e 272)

A igreja integrou-se ao sistema feudal através dos mosteiros, cujas características se assemelham às dos domínios dos senhores feudais (...) A ruralização da economia da Idade Média obrigou a Igreja a deslocar-se para o campo. Os bispados e os abades se transformaram em verdadeiros senhores feudais (...) Além disso, a Igreja tinha o monopólio da cultura. Saber ler e escrever, na Idade Média, era um privilégio de bispos, padres monges. Dessa forma, os membros do clero começaram a participar da administração pública, exercendo as funções de notários, secretários, chanceleres. A organização dos domínios da Igreja atingiu um grau bastante aperfeiçoado. Era um modelo que os membros da nobreza leiga não conseguiam imitar. Além da autoridade moral, a Igreja começava a exercer influência na administração financeira dos principados medievais.” (Arruda, p. 339, 367)

Esta transferência gradual de poder das mãos dos imperadores para o papado deu vida à imagem da besta. Antes eram os imperadores que escolhiam os bispos de seu reino e elegiam o papa. Agora, os papas já controlavam os abades que dominavam boa parcela das terras da Europa. Era a supremacia papal estabelecida. A partir de então, eles, os papas já não mais se submeteriam aos imperadores e iriam fazer o que bem entendessem, excomungando reis e interditando reinos. Veja o caso de humilhação do Imperador Henrique IV quando suplicava o perdão do papa.

A resposta de Hildebrando tornou-se um dos mais famosos decretos papais da Idade Média. No sínodo romano de 26 de fevereiro de 1076 excomungou Henrique, negou-lhe a autoridade sobre a Alemanha e a Itália, e absolveu todos os seus súditos dos seus juramentos de lealdade. Foi a mais ousada afirmação de autoridade papal jamais feita.” (Walker, p. 296)

A excomunhão de Henrique o obrigou a ir, em pleno inverno, a Canossa onde se encontrava o papa, e depois de três dias de penitência com pés descalços no portão do castelo foi recebido pelo papa graças a intercessão de alguns amigos. Este foi o maior ato de humilhação sofrido por um rei medieval ante o poder da Igreja. Inocêncio III (1198) não foi menos feliz na humilhação dos imperadores. Interditou a França e a Inglaterra e excomungou o Rei João, galgando o cimo do poder terreno.

A imagem da besta falou, isto é, criou leis que obrigavam os homens a uma obediência irrestrita ao sistema de governo papal. Quem não obedecesse seria morto. A Santa Inquisição foi um meio idealizado para descobrir quem eram os “fora-da-lei”. Este foi o mais terrível tribunal que a humanidade pode conhecer. Não havia direito de defesa.

Mas quando Inocêncio III subiu ao trono de S. Pedro no ano de 1198, ele resolveu suprimir o movimento ´herético`. A máquina que o Papa inventou para este fim, foi a ´Santa Inquisição` e seu instrumento foi Guzman Domingos, um espanhol, depois canonizado e conhecido como São Domingos. No princípio foi usado para esmagar a fé dos Albigenses nas províncias no sul da França, mas espalhou rapidamente a outros países com Alemanha, Boemia, Itália e Espanha. O papa Inocêncio IV, no ano 1252, aprovou o uso de tortura para extorquir confissões.” (Knight, p. 171)

Desde de 1229 a ´Santa Inquisição` tornou-se a máquina mais formidável de tirania religiosa que o mundo jamais vira. Seus procedimentos deram-se em segredo, advogados não eram permitidos, nem testemunhas chamadas. O motivo foi de extorquir confissões de crime ou heresias por meio de abatimento moral e físico da vítima. Para obter este fim os meios mais iníquos e revoltosos foram empregados sem escrúpulo. Foram usados sutilezas, mentira, engano e tortura mais cruel. Eram três graus de castigo. Aqueles que fizessem submissão completa era admitidos à penitência. Aqueles que não deram satisfação completa foram encarcerados para a vida. Todos os que recusaram a confessar foram condenados a ser queimados.” (Knight, p. 171 e 172)

Quanto à Igreja, para extirpar a heresia, teve que recorrer à Inquisição, que, depois do processo de investigações, havia tomado, ao tempo de Lúcio III (1184), uma forma mais precisa: os heréticos obstinados já poderiam ser entregues, pelos juízes da Igreja, à autoridade secular, mas apenas no século XIII, quando uma severa inquisição monástica foi instituída pela Santa Sé, com a ajuda das ordens mendicantes, a expressão ´braço secular` e a condenação à morte na fogueira passaram definitivamente para a legislação e o vocabulário inquisitoriais.” (Pierrard, p. 102)

A inquisição se desenvolveu rapidamente até se tornar um órgão temível. Agia secretamente, os nomes dos acusadores não eram levados ao conhecimento dos prisioneiros os quais por uma bula de Inocêncio IV, datada de 1252, eram passíveis de tortura. O confisco dos bens do confessante era um dos seus mais odiosos e economicamente destrutivos aspectos. E sendo as autoridades seculares participantes deles, fez com que fosse mantido vivo o fogo da perseguição, que de outro modo se extinguiria.” (Walker, p. 325)

A “imagem da besta” foi um sistema de governo elaborado pela sociedade européia semelhante ao governo do Antigo Império. Teve o apoio da sociedade em geral, mais precisamente a sociedade clerical. A formação deste sistema foi um processo gradativo que durou do século IX até por fins do século XI. Através do movimento escolástico, com o apoio intelectual do sistema monasterial que também tinha a propriedade de boa porção das terras européias, foi incutido na mente da sociedade a idéia de uma república cristã. Isto contribuiu para a vitória papal na questão da investidura dos bispos. A influência papal sobre o clero aumentou enquanto a dos imperadores diminuiu. O sistema papal ganhou forças para promulgar leis. Quem não se submetesse a estas ordenanças da Igreja era passivo de tortura e até morte na fogueira. A “imagem da besta” estava consolidada e fazia que fossem mortos os que não adorassem.



O SINAL DA BESTA

E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis. (Versos 16-18)

E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos. Esta parte nada mais é do que a totalização da sociedade. O sistema de governo da “besta” tinha poder sobre todos os cidadãos. Os papas usaram muito bem este poder através da excomunhão e interdição. Excomunhão se aplicava a uma pessoa e interdição a um reino.

Lhes seja posto um sinal na sua mão direita. O sinal na mão é simbologia de prática, ação e obras. A mão, na imensa maioria das vezes que aparece na Bíblia, tem este sentido e também um valor simbólico. Veja I Timóteo 2:8, Mateus 27:24. Muitas outras passagens mostram que “mão” figura uma prática, ou alguma ação, ou obra com algum sentido. Mão, nesta profecia, simboliza obras. O que identificava uma pessoa como adoradora da “imagem da besta” era seu comportamento coerente com as leis ordenadas por ela. Literalmente, se trata de práticas católicas.

Ou nas suas testas. Ser marcado na testa é uma simbologia de que a pessoa entendeu, compreendeu e aceitou alguma idéia, seja religiosa ou não, boa ou má, santa ou profana. Pois, tanto os salvos como os perdidos recebem o sinal na testa. Veja Apocalipse 7:3, 9:4 e 14:1. O sinal era primeiro observado nas ações cotidianas, (sinal nas mãos). Caso, isto não fosse evidente para a sociedade, a pessoa seria inquirida pelo tribunal da Santa Inquisição. Ela devia, então, confessar sua crença (confirmando o sinal na testa) nos dogmas da Igreja. De toda forma, as pessoas não somente aceitaram mentalmente como, também, suas ações concretas foram no sentido desta crença. Fé e prática juntas.

Para que ninguém possa comprar ou vender. O sinal servia para controlar o comércio. No tempo em que o Sacro Império esteve debaixo do controle papal, ser rico era uma heresia. O comércio foi proibido pelo Direito Canônico. Segundo este documento quem fizesse isto tinha cometido um crime condenado pelo próprio Cristo. A usura foi considerada um mal ainda pior.

A condenação do lucro no comércio era muito natural num sistema que produzia apenas para o consumo, e em que o comércio, realizado em épocas de calamidade, somente traria problemas. Isso porque os comerciantes inescrupulosos poderiam aproveitar-se da situação, se a Igreja não os tivesse ameaçado com as penas do inferno.” (Arruda, p. 367)

Senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Isto significa se identificar como um cidadão romano. Ter o “sinal” era uma identificação cultural e ter o “nome” era uma identificação civil. O “número” provém do nome, veremos mais detalhes à frente. Noutras palavras, as pessoas aceitavam a idéia de pertencer à Igreja Romana e se comportavam como membros dela. Foi através da Igreja Católica Romana medieval com seus credos e suas práticas religiosas que tudo aconteceu. De forma, que não havia como viver naquela sociedade sem respeitar os códigos espirituais da Igreja. A Igreja era a instituição universal da época. Ser católico era obrigação de todos, ou a única coisa que uma pessoa tinha como direito. As pessoas aceitavam o catolicismo, ou tinham que ir embora do reino.

Pessoas ou grupos religiosos que não comungavam do mesmo pensamento eram perseguidos, excomungados e expulsos, e aqueles que comungassem com eles eram ameaçados também: “Nós, A IGREJA ROMANA, ... ordenamos e exigimos que os Valdenses, Sabatistas, a quem os chama ´os pobres do Lión, e todos outros hereges que não podem ser enumerados, sejam excomungados da Santa Igreja... e saiam fora de nosso Reino e de todos nossos domínios. Todos os que, de agora em diante intentem receber aos mencionados Valdenses Sabatinos, e alguns outros hereges de qualquer profissão, dentro de suas casas, ou assistir a seus perniciosos cultos, ou os dêem mantimentos, ou os favoreçam de alguma maneira, incorrerão na indignação do Deus Todo-poderoso”. From Jones’ Church History (Copiado da História da Igreja por Jones), Diretório de Inquisidores, “Decreto do Ildefonso, ano 1194 D. de C.)[5]

Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem. A besta é um reino. O número não pode ser atribuído a um ser humano. E, mesmo que fosse uma pessoa, não poderia ser quem não viveu no Sacro Império. Nem mesmo o nome de um papa pode ser utilizado. Quanto menos o nome de Jesus Cristo, como alguns querem. Se alguns nomes de pessoas resultam em 666, não quer dizer que ela seja a Besta do Apocalipse, ou que tenha alguma ligação espiritual. O número provém do cálculo do nome da besta (reino), não do nome de pessoas. O número é utilizado para identificar quem marca, não quem é marcado. Isto sim, tem sentido! Quem tinha poder para marcar era a autoridade máxima dentro do Sacro Império Romano. Este poder era perseguidor da igreja. Deus não podia identificá-lo abertamente, por isso, usou de um código (uma criptografia) que seria encontrado através de um cálculo realizado pelos membros da igreja. Sendo assim, o sinal não é visível, um chip, por exemplo, como pensam muitos. O sinal já estava na besta, bastava identificá-lo. Foi isto que o povo de Deus fez. Calculou o número da besta e com o conhecimento deste código foi capaz de livrar-se das perseguições, fugindo para o deserto, ou seja isolando-se da sociedade romana. O resultado do cálculo, o número 666, é utilizado para identificar o poder de um homem. No mínimo, então, é de bom senso utilizar o “nome” (título/autoridade) atribuído a um cargo de governo dentro do Sacro Império Romano, pois a palavra “nome” é, muitas vezes, aplicada na Bíblia com o sentido de autoridade. E, este cargo tem que ser único, pois a Bíblia diz: “um homem”. O quer dizer que ocupa posição ímpar na sociedade.

E o seu número é seiscentos e sessenta e seis. O papado (cargo único na terra) responde perfeitamente por esta simbologia, pois a soma dos valores numéricos dos títulos atribuídos aos papas dá este número. Várias fórmulas de cálculo são sugeridas. Entre elas: VICARIVS FILII DEI (vigário filho de Deus), VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS (vigário geral de Deus na Terra), LATINVS REX SACERDOS (sacerdote e rei latino) e DVX CLERI (guia do clero). Utilizando o sistema de números romanos onde: D = 500, C = 100, L = 50, X = 10, V = 5 e I = 1, todos os títulos acima somam 666.

Concluindo. Quem recebeu o sinal? Aqueles que se identificaram como romanos, que viveram debaixo da autoridade do Sacro Império Romano, que aceitaram o papa como legítimo representante de Deus na Terra, que aceitaram o catolicismo com suas doutrinas e se comportaram em estrita obediência ao sistema vigente. Receberam o sinal aqueles que desejaram viver em paz dentro das fronteiras do Sacro Império Romano. Nos dias de hoje, também estão assinalados aqueles que não abandonaram aquelas crenças e práticas. “Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pedados, e para que não incorras nas suas pragas” (Apocalipse 18:4), esse é o recado de Deus para aqueles que lá estão.

Em suma, isto é suficiente para entendermos que a besta de 2 chifres foi o Sacro Império Romano, que sua imagem foi o sistema papal governando como os antigos césares e que seu sinal era o comportamento ou crença que identifica a pessoa com o catolicismo romano.

Há tantas especulações sobre o sinal da besta no meio religioso. Em sua imensa maioria interpretações não apoiadas no esquema profético e histórico dado pela Bíblia. Deus deu a profecia e sua interpretação. Veja isto no livro de Daniel capítulo 2 e 4, nos capítulos 7 e 8, em Apocalipse 17. Em todos estes casos houve um anjo interpretando a profecia. Nós devemos seguir o esquema dado pela Bíblia e apenas juntar a história e tudo é revelado.



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BIBLIOGRAFIA

WALKER, Williston. História da igreja cristã, p. 264. ed. especial. vol. I e II Juerp : Rio de Janeiro, 1980.

ARRUDA, José Jobson A. História antiga e medieval. Ática : São Paulo, 1976.

BANFIEL, Susan. Os grande líderes. Nova Cultural : São Paulo, 1988.

PIERRE, Pierard. História da igreja. Edições Paulinas : São Paulo, 1983.

KNIGHT, A. E., ANGLIN, W. História do cristianismo. 3 ed. Casa Editora Evangélica : Terezópolis, 1955.

SILVA, Joaquim, PENNA, J. B. Damasco. História geral. Companhia das Letras : São Paulo, 1970.

NOVA ENCICLOPÉDIA ILUSTRADA FOLHA. Folha da manhã : São Paulo, 1996.

THONDIKE, Lynn. The history of medival. [?] : [?], [1917]. (Citado)

REMINGTON, E.R. The beast and his image. Traduzido: A besta e sua imagem. Meridian : Church of God Publishing House.