Uma vez que a genealogia de Yeshua nos é dada de diferentes maneiras por Mateus e Lucas, supondo-se em geral que estejam em desacordo em suas afirmações, e uma vez que todo crente, pelo desejo de conhecer a verdade, tem sido levado a emprender alguma investigação para explicar certas passagens, sentimo-nos no dever de transcrevermos relatos e dos mais antigos e de grande confiabilidade para explicarmos mais esta aparente contradição.
Nos utilizaremos dos relatos de Eusébio de Cesaréia (263-340 E.C.) em (História Eclesiástica, Livro I, Cap VII, pgs 31-34) que preservou alguns trechos de um epístola de Sexto Júlio Africano para Aristides, na qual há uma harmonização da genealogia dos Evangelhos, e tal explicação passa ao longe daquela que diz ser uma genelogia de Yossef (José) e outra de Mirian (Maria), ou a de que houve erros e inserções posteriores.
Em princípio iremos mostrar as características dos autores de cada genealogia, isto nos revelará o porquê de cada um fazer a sua abordagem especifica .
Mateus o antigo Levy, cobrador de impostos, ao produzir seus relatos não tem a mesma preocupação acadêmica de um historiador, por se pautar em documentos comprobatórios da legalidade de suas palavras, isto não significa que devamos menosprezar as suas contribuições; O interesse mais patente neste Evangelho é o de admoestar aos Judeus acerca da Messianidade de Yeshua , principalmente relacionando a trajetória dele ao cumprimento das profecias da vinda e origem do Mashiach (Ungido), tanto que existem 129 referências à Tanach (A.T.), essa ênfase indica que ele estava escrevendo a leitores para os quais o cumprimento de profecias era importante e significativo.
A genealogia considerada por Mateus portanto leva consigo as características acima relatadas, isto é, Mateus não se utiliza dos documentos oficiais que comprovam as descendências legais que se encontravam no “Registro de Pessoas Civis” da época, o Templo de Jerusalém, mas sim à linha genealógica sanguínea, guardada por tradições familiares que se apoiava nas listas oficiais mas se diferiam destas quando da ocorrência de paternidades legais mas não naturais, isto é, na ocorrência da Lei do Levirato.
(“Obs.: Levirato, era uma instituição que existia entre os israelitas e outros povos do Oriente Médio antigo (como os assírios e os hititas), e consistia na recomendação de que às mulheres viúvas se casarem com o irmão mais novo do falecido marido. Assim, o cunhado tinha a responsabilidade de, através deste casamento com a viúva de seu irmão, dar um herdeiro do sexo masculino ao falecido, de modo que o nome deste não desaparecesse em Israel e mantivesse a propriedade em seu nome. Desta forma, o primogênito, levava o nome do pai “legítimo” (ou seja, o primeiro marido falecido), sendo o tio (pai biológico) o representante do pai. A importância desta lei, que já é consuetudinária antes de Dt 25:5-10, reside não só em manter o nome da família, já que proibia o casamento da viúva fora da família do marido, mas talvez sobretudo na manutenção das propriedades dentro do clã.”)
Mateus ao querer relatar suas impressões ao seu publico alvo, que estava mais suscetível ao que era comprovado de “fato e não de direito”, é que ele transcreve a genealogia de Yeshua de forma a ligá-lo às figuras proeminentes da História Judaica através de sua ancestralidade sanguínea e não a sua ancestralidade legal, tanto que além das divergências nominais com a genealogia de Lucas tem-se a questão da quantidade de nomes listados que não leva em consideração o encadeamento seqüencial mas sim o encadeamento histórico da linhagem, omitindo por vezes nomes não muito significativos ou até de má reputação.
Lucas, médico, e nas horas vagas historiador, diferentemente de Mateus, tem a preocupação acadêmica de legalmente comprovar seus relatos, além do fato de o publico alvo de seu Evangelho ser menos ligado a tradições, como o publico de Mateus, e mais ao encadeamento histórico e legal dos fatos, (“isso deve ao fato de serem Judeus de origem estrangeira e prosélitos de origem grega, que por questão cultural é mais racional”). Por esta motivação Lucas transcreve a genealogia de Yeshua pautado exclusivamente pelas listas legais, que se encontravam devidamente documentadas e preservadas junto ao Tempo de Jerusalém.
Após isto posto, declaramos veementemente que ambas as genealogias são legítimas e se traçam por Yosef (José), mas que para isso, contudo, possa tornar-se evidente, iremos estabelecer as séries de gerações, calculando-se na genealogia de Mateus, as gerações desde David, passando por Salomão, descobre-se que o terceiro de trás para frente é Matã, que gerou Jacó, pai de José, mas calculando-se, como Lucas, desde Natã, o filho de David, descobrir-se-á, que o terceiro é Matat, cujo filho era Eli, o pai de José.
Sendo José, portanto, nosso objeto proposto, vamos mostrar como aconteceu de cada um ser registrado como seu pai: Jacó, conforme se liga de Salomão e Elim de Natã; também, como aconteceu de esses dois, Jacó e Eli, serem irmãos; e, além disso, como se comprova que os pais deles, Matã e Matat sendo de famílias diferentes, são avôs de José.
Matã e Matat, tendo se casado em sucessão com a mesma mulher, tiveram filhos irmãos pela mesma mãe, pois a lei não proibia a uma mulher que tivesse perdido o marido, quer por divórcio, quer pela morte dele, casar-se de novo. Matã, portanto, que remonta sua linhagem a Salomão, primeiro teve Jacó, por meio de Estah, nome conforme transmitida pela tradição. Com a morte de Matã, Matat, que remonta a sua descendência a Natã, casou-se com ela, pois era da mesma tribo, ainda que de outra família, e, conforme se disse, teve o filho Eli. Assim portanto, vamos encontrar dois de famílias diferentes, Jacó e Eli, irmãos pela mesma mãe. Um desses, Jacó, pela morte do irmão, casou-se, conforme a lei do Levirato, com a viúva, tornou-se pai de José, seu filho tanto pela natureza como por atribuição. Assim, está escrito: Jacó gerou José, mas de acordo com a lei de Levirato, era filho de Eli, pois Jacó sendo seu irmão, deu-lhe descendência, desse modo, a genealogia traçada também por intermédio dele não será considerada imprecisa, sendo de acordo com Mateus, dada da seguinte maneira: “ mas Jacó gerou a José”. Mas Lucas, por outro lado, afirma: “ que era filho conforme se supunha, o filho de José, o filho de Eli, o filho de Matat”. Visto que não era possível expressar a genealogia legal de modo mais distinto, ele omite por completo a expressão “ele gerou”. Africano o historiador ainda assevera que este fato não é impossível de provar nem conjectura vã, pois os parente de nosso Senhor Yeshua, de acordo com a carne, seja para apresentar as próprias origens ilustres, seja para simplesmente mostra o fato, mas de qualquer maneira apegados estritamente à verdade, também relatavam estas genealogias.
Concluímos citando o resumo dos fatos pelo próprio historiador Sexto Júlio Africano no final de sua epístola à Aristides: “ O Evangelho, em seu todo, declara a verdade": "Matã, cuja descendência remonta a Salomão, gerou a Jacó, com a morte de Matã, Matat, cuja linhagem vem de Natã, ao se casar com a viúva daquele, teve Eli. Assim Eli e Jacó eram irmãos pela mesma mãe. Morrendo Eli sem filhos deixando a viúva, Jacó lhe deu descendência, sendo José filho de Jacó de acordo com a natureza, mas filho de Eli de acordo com a Lei de Levirato, desse modo, José era filho de ambos”
POR FAVOR RESPONDA-ME
ResponderExcluirQUEM ERA O HERDEIRO DO REI SALOMÃO ,
ERA ELI OU JACÓ..E PORQUE O REINADO NÃO FOI
PASSADO DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO CONFORME A PROPRIA LEI DO LEVIRATO..Dt 25:5-10, reside não só em manter o nome da família, já que proibia o casamento da viúva fora da família do marido, mas talvez sobretudo na manutenção das propriedades dentro do clã.”)( Mago do Oriente )
Olá Clodemirller
ResponderExcluirJosé era descendente natural de Jacó da Linhagem de Salomão. O Reinado não passou por todas as gerações porque o Eterno puniu o Reinado devido os pecados dos Filhos de Judá, e então vai ser determinado que eles ficariam muitos dias sem rei ( leia Oséias 3:4e 5 )
4 Pois os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna, e sem éfode ou terafins.
5 Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei; e com temor chegarão nos últimos dias ao Senhor, e à sua bondade.
Sendo Assim Somente o Messias que será herdeiro deste trono e dará novamente a sequencia, isso será quando Jesus Voltar. ( leia Lc 1:30-33, Mt 5:35. MAt 25:31, Ez 21:25,26)
É isso. Espero que tenha esclarecido
OLa Flavio, como pode ser jesus filho de josé visto ser gerado pelo proprio Deus, conforme as escrituras, sendo divino!!! Se isso é como esta, parece que entao Jesus não seja o Messias, como entender isso!!
ResponderExcluirEm algumas explicacaos alguns pastores dizem q maria que era filha de Eli,,, fico sem entender pois Jesus nao tinha sangue de Jose... E sim de Maria... Alguns dizem que eram primos...mas mesmo assim qualseria a linhagem real... que chega em Maria? Eli era mesmo pai de maria, e por acaso colocaram Jose 'Filho" de Eli porque filho tambme significava genro??? .. Ja ouvi ate que diz eli pai de Jose por nao colocarem mulher na genealogia...mas nao tem uma enealogia que tem Tamara e outras ,mulehres?
ResponderExcluirExcelente!
ResponderExcluirEu também fiz uma publicação sobre a aplicação de Oseias 11: 1 em Mt 2: 15. Confiram: http://blogdoroneilson.blogspot.com/2019/04/a-melhor-forma-de-entender-mateus-2-15.html