quarta-feira, 3 de agosto de 2011

OFERTA. Uma prática que permaneceu.

OFERTA X DÍZIMO na Nova Aliança

Vamos comprovar por meio de uma argumentação Biblica e equilibrada que a oferta é o sistema mais de acordo com a dispensação da Graça, e que portanto na igreja Neotestamentária, foi a pratica adotada.


Ofertar é uma prática Edenica.

Genesis 4:4 Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta.

Essa é a primeira prática de ofertar que encontramos na Biblia, e foi movida pela gratidão e voluntariedade, uma característica muito interessante da prática da oferta, que de alguma forma se mostra diferenciado da prática Dizimista, que pode ser até feita por voluntariedade como alguns querem dizer, mas que na verdade ocorre nos dias de hoje dentro de uma coersão em muitos casos.

O Dizimo, não aparece como uma doutrina ou prática iniciada pelo Povo de Deus, mas uma prática iniciada pelos primeiros povos, como forma de manutenção Tribal e das cidades. Existem alguns achados
arqueológicos que provam que o Dizimo foi um meio de imposto de cidades e povos da Mesopotania.

Os babilônicos sustentavam seus templos, seus deuses com dízimos. (Veja W. von Soden, He Ancient Orient, Eerdmans, 1994, pp. 188-198.
Também A. Leo Oppenheim, Ancient Mesopotamia, University of Chicago, 1977, oo. 183.198 e W. Eichrodt, Theology of He Old Testament, SCM, 1987, Vol. I, pp. 141-177 e Harris, Archer, Waltke, Theological
Wordbook of He Old Testament, Moody Press, 1980).

Nesta análise, podemos afirmar, com certeza que a prática dizimista veio bem depois da oferta voluntária ao exemplo de ABEL.

Assim como o casamento e união Monogâmica veio do Éden, ao exemplo de Adão e Eva, e depois mais tarde a prática da Poligamia a exemplo dos costumes gentílicos, porém novamente o proprio Legislador da Nova
Aliança, Jesus Cristo, aponta o principio correto.

Mateus 19:4
Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez
desde o princípio homem e mulher, 5 e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a
sua mulher; e serão os dois uma só carne?
6 Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus
ajuntou, não o separe o homem.

Nos vemos claramente pelo texto citado que Jesus esta Legislando a volta ao casamento monogâmico.

No caso da ocorrência de Mateus 23:23

A crítica de Jesus aos religiosos judeus tem sido usada como ordem para os cristãos darem o dízimo (Mt 23.23; Lc 11.42). Os modernos defensores do dízimo dizem que a frase de Jesus "devíeis fazer estas
coisas sem omitir aquelas" coloca o dízimo como obrigatório aos cristãos: eles devem fazer estas coisas (por exemplo, o dízimo) sem omitir aquelas (isto é, as coisas mais importantes da lei). Tal uso é incorreto. Durante sua vida, Jesus estava sob a lei de Moisés (Gl 4.4) e obedeceu esta lei, incentivando o oferecimento de sacrifícios de animais (Mt 5.23,24; Mc 1.44; Lc 17.14), participação nas festas judaicas (Jo 4.45; 5.1; 7.2,10,37; 10.22,23). O fato de Jesus ter ensinado sobre o dízimo ou sobre os sacrifícios durante sua vida não
significa que estas coisas seriam incorporadas na Nova Aliança.

Nos vemos Jesus focalizando a sua atenção na oferta da viúva, um contexto bem diferente da sua crítica aos escrupulosos dizimistas Fariseus. Nesta ocasião da oferta da viúva vemos nitidamente Jesus mostrando seu apreço a voluntariedade e ao sacrifício movido pela fé, e não pela força da Lei.

Lucas 21
1 E, OLHANDO ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do
tesouro;
2 E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas;
3 E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta
pobre viúva;
4 Porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes
sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha.

Este também configura-se num exemplo nítido de entrega de dinheiro como oferta, o que já não acontece na tipificação do Dízimo Bíblico que era somente em produtos da terra ou melhor dizendo agro-pastoris.
Jesus ao citar a hipocrisia dos Fariseus, não querendo ater-se ao aspecto do ato de dizimar em si, refere-se ao endro, cominho e hortelã, associando ao dízimo coisas comestiveis, dando nisto entender a real compreensão do que era dízimo naquela época.

Reforçamos nestes dois exemplos das moedas da Viúva pobre que era ofertante, claramente vemos que não uma dizimista, e a menção em forma de crítica dos fariseus dizimistas, que não o faziam em
dinheiro.

Por ser assim, entendemos que a oferta além de poder ser dada em dinheiro, o que não ocorria com o Dizimo Biblico, podia também ser dada em outras formas, como roupas, comida.

A Igreja Neotestamentaria, não precisa ater-se somente em ofertas em forma de dinheiro, pode também a titulo de exemplo como foi o pedido de Paulo o Apostolo, levantar ofertas para ajudar igrejas mais
pobres, como foi o caso da coleta aos pobres de Jerusalem.
Acreditamos que este caso, não foi uma oferta somente em dinheiro, mas em roupas e outras coisas necessárias para eles, pois o contexto e pedido de Paulo, nos deixa nitidamente esta impressão;

I Coríntios 16
1 ORA, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o
mesmo que ordenei às igrejas da Galácia.
2 No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder
ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as
coletas quando eu chegar.
3 E, quando tiver chegado, mandarei os que por cartas aprovardes,
para levar a vossa dádiva a Jerusalém.


Estas dádivas, não podemos contextualizar que sejam somente dinheiro, mas objetos que igualmente poderiam ser úteis, como no caso peças de roupa ou azeite, e coisas necessárias. Pois o mesmo Apostolo, tinha por costume dividir suas posses com os pobres e mais necessitados em forma de oferta e caridade.

Atos 20
33 De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário.
34 Sim, vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e
aos que estão comigo, estas mãos me serviram.
35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário
auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que
disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.

Novamente, vemos uma pré-disposição a oferta, e não nenhum tipo de sistema legalista ou sistemático como é o dízimo.

Encontramos por parte do mesmo apóstolo outras referências, sempre no mesmo sentido, das ofertas, nenhuma denotando o Dízimo um uma sistematização legalista.

As ofertas a Deus são voluntárias e sem porcentagem fixa (1Co 16.1-2; 2Co 9.7). Voltar aos dízimo é o mesmo que voltar à circuncisão, incenso, sacrifícios de animais, sacerdócio araônico, etc.

Voltar ao rudimento fraco e temporário do sistema Levitico, estaria prendendo a igreja ao mesmo legalismo que cegou os fariseus, e que foi motivo de censura por parte de Jesus Cristo. O que hoje vemos ainda estilizado nas denominações religiosas, que sem perceber criam barreiras e preconceitos aos que não se dispõe a aceitar o Dizimo como Lei ou prescrição, ordenança, ou qualquer outra forma que seja chamada esta prática. Estamos na dispensação da graça, onde os preceitos cerimoniais deixaram de ter vigor, cumpriram seus propósitos, de levar até Cristo a perfeição se faz mediante a voluntariedade e nisso o sacerdócio de Melquizedeque foi caracterizado, pois vemos Abraão nosso pai na fé, agindo assim, não por força de uma lei ou ordenança, mas movido pela fé perfeita em Deus.

Assim façamos e assim sejamos, pensem nisto.


Autor: Evangelista Flávio Schmidt de Carvalho

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