Judaísmo Puro sem Mistura de Jesus (Yeshua)

Pessoas que restauram as raízes judaicas da fé costumam dizer o seguinte: Yeshua era um judeu do primeiro século, e não um europeu católico do século XXI, e deve ser entendido em seu contexto.

Tais pessoas criticam o meio cristão por rejeitar o contexto judaico original de Yeshua, e ao fazer isso, não apenas perder o foco de quem Ele foi, como ainda acabar promovendo sincretismo religioso com idéias que nunca surgiram no meio dos seus seguidores originais.

Eu concordo com a crítica acima. Lamentavelmente, contudo, muitas dessas pessoas cometem os mesmíssimos erros ao pensar em Yeshua.

Yeshua era um judeu do primeiro século, e não um judeu chassídico do século XVII.

Tais pessoas frequentemente não compreendem que dois mil anos fizeram o Judaísmo tomar muitos rumos, tais como: a ascensão do farisaísmo ao domínio do povo (em paralelo à extinção de outras seitas judaicas), a evolução teológica dentro do próprio farisaísmo, a adoção do misticismo babilônio na forma da Cabalá, a criação de novos costumes e liturgia, o sincretismo de costumes de outros povos, etc.

Ao não compreenderem isso, essas pessoas caem no mesmo erro de que, ironicamente, acusam o meio cristão: transformam Yeshua em algo que Ele nunca foi, promovem sincretismo religioso, e perdem o foco de quem Ele é.

Ou seja, usar kipá e cantar lechá dodi após acender as velas de Chanuká não faz de ninguém mais próximo de Yeshua. Pelo contrário, só o afasta dele.

- Os judeus do tempo de Yeshua não usavam kipá – isso veio do sincretismo com o culto a Mitra (Metatron).

- Os judeus do tempo de Yeshua não cantavam lechá dodi – isso é liturgia da idade média, baseada na Cabalá, misticismo de origem babilônia que permeou o Judaísmo moderno, afastando o povo de Elohim.

- Os judeus do tempo de Yeshua não acendiam velas de Chanuká – porque apesar de Chanuká ser uma festa bíblica legítima, o suposto milagre do óleo é acréscimo posterior. Durante muitos séculos, nunca foi citado por nenhuma fonte histórica, e sua origem está na mesma Saturnália cujos costumes foram incorporados posteriormente em festas cristãs, como o Natal.

Não é à toa que Alfred J. Kolatch, logo no princípio do “Livro Judaico dos Porquês” afirma:

“Se um judeu da geração de Moisés, Salomão ou Judá, o Macabeu estivesse vivo hoje ele ficaria bastante confuso ao observar nossa conduta religiosa.”

Se Yeshua já não nos incentivou a seguir tradições de sua própria época, muitas vezes denunciadas por Ele como preceitos de homens que invalidam as Escrituras e que criam fardos pesados, o que Ele diria sobre adotar costumes da idade média, muitos de origem não-judaica, e achar que isso nos faz compreendê-Lo melhor, ou mais espirituais?

Já vivemos tempo demais na religiosidade. Não troque uma religião pela outra. Ao fim das contas, religiosidade não leva a lugar algum. Centre sua fé nas Escrituras, pois elas nos ensinam:

“Toda a Palavra de Elohim é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” (Mishlei/Provérbios 30:5-6)

Muito se fala sobre o erro de desprezar o chamado “Antigo Testamento” – o desprezo já começa ao chamá-lo de “Antigo”. Mas é igualmente um erro acrescentar práticas extra-bíblicas, como se tais práticas fossem capazes de elevar nossa espiritualidade ou de nos aproximar de Yeshua, ou do nosso povo Israel. Amar o povo não é ser conivente com seus erros, mas sim chamá-lo para voltar à pureza da mensagem bíblica de Elohim.

Hoje é o dia em que Elohim te convida a deixar os grilhões da religiosidade, e voltar para casa, para os pastos da pureza bíblica. Elohim quer reconduzir Israel, o seu rebanho, ao ouvir unicamente a Sua voz.

Esse texto é do torahviva.org