quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Sumula do Discurso do Premiê De Israel na ONU 27/09/2012


Segundo a leitura de analistas israelenses, o significado do discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, perante a Assembleia Geral da ONU nesta quinta-feira, é um compromisso público de atacar o Irã até abril ou maio de 2013, se o país persa não abrir mão de seu programa nuclear.
Para o analista politico do canal 10 da TV israelense, Raviv Druker, "o ultimato que Netanyahu tentou ditar à comunidade internacional compromete, antes de tudo, a ele mesmo".
O premiê de Israel mostrou um diagrama de sua visão sobre o programa nuclear iraniano e declarou que a "linha vermelha" que deve ser imposta pela comunidade internacional será após a finalização do processo de enriquecimento de urânio em nível médio.
Segundo analistas militares, dentro de aproximadamente 6 meses as instalações nucleares iranianas poderão completar essa etapa.
Para Netanyahu, esse será o "último momento" para barrar o armamento nuclear iraniano, pois, depois dessa fase, os iranianos "poderão produzir uma bomba nuclear em locais pequenos e subterrâneos" que até os serviços de inteligência mais sofisticados do mundo não poderão detectar.
Netanyahu também afirmou que nas etapas preliminares, de enriquecimento de urânio em níveis baixo e medio, são necessárias instalações amplas onde possa ser colocado um grande número de centrífugas, mas nas etapas posteriores "são suficientes locais pequenos" cuja destruição seria mais difícil.
De acordo com o analista Emanuel Rozen, o ultimato e os prazos estabelecidos por Netanyahu em seu discurso na ONU "demonstram o fracasso diplomático" do premiê israelense. "Esse diagrama deveria ser apresentado por ele ao presidente Barack Obama de forma discreta, e não em público", afirmou Rozen.
No entanto, o presidente americano rejeitou o pedido de encontro do premiê israelense durante sua visita aos Estados Unidos, afirmando que está ocupado com a campanha eleitoral. A rejeição ocorreu depois que Netanyahu criticou em termos duros a política dos Estados Unidos em relação ao Irã, afirmando que "aqueles que se negam a colocar limites ao Irã não têm direito moral de impor limites a Israel", em referência a declarações de dirigentes americanos contra as ameaças israelenses de atacar o Irã.
A líder do Partido Trabalhista, Shely Iahimovitz, também criticou a atitude de Netanyahu em relação aos Estados Unidos e afirmou que as declarações que o premiê fez na ONU "deveriam ser feitas nos bastidores e não em publico". Para Iahimovitz, Netanyahu "coloca em risco" a relação com o principal aliado de Israel, criando uma crise com os Estados Unidos.

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