domingo, 26 de fevereiro de 2012

Basta riscar um fósforo.

Por Sara Sanz Pinto*

Crítico da fortificação militar que os Estados Unidos estão construindo em torno da China, o professor canadiano da Universidade de Otava defende que a opinião pública é fundamental para evitar uma guerra nuclear.

ODiário.Info: Diz no seu livro que a guerra com o Irã já começou e que os Estados Unidos estão apenas à espera de um rosto humano para lhe dar. Acredita que os objetivos políticos e geoestratégicos de Washington podem levar-nos a uma guerra nuclear com consequências para toda a humanidade?

Michel Chossudovsky: Não quero fazer previsões e ir além do que aconteceu. Tudo o que posso dizer, e tenho vindo a dizê-lo de forma repetida, é que a preparação para a guerra está a um nível muito elevado. Se será levada a cabo ou não é outro patamar, e ainda não o podemos afirmar. Esperemos que não. Mas temos de considerar seriamente o fato de que este destacamento de tropas é o maior da história mundial. Estamos assistindo o envio de forças navais, homens, sistemas de armamento de ponta, controlados através do comando estratégico norte-americano em Omaha, Nebrasca, e que envolve uma coordenação entre EUA, Otan e forças israelitas, além de outros aliados no golfo Pérsico (Arábia Saudita e estados do Golfo).

Estas forças estão a postos. Isto não significa necessariamente que vamos entrar num cenário de terceira guerra mundial, mas os planos militares no Pentágono, nas bases da Otan, em Bruxelas e em Israel, estão a ser feitos. E temos de levá-los muito a sério. Tudo pode acontecer, estamos numa encruzilhada muito perigosa e infelizmente a opinião pública está mal informada. Dão espaço a Hollywood, aos crimes e a todo o tipo de acontecimentos banais, mas, no que toca a este destacamento militar que poderá levar-nos a uma terceira guerra mundial, ninguém diz nada. Isso é um dos problemas, porque a opinião pública é muito importante para evitar esta guerra.

E isso não está a acontecer, as pessoas não estão se organizando para se oporem à guerra. Isto não é uma questão política, é um problema muito maior, e tenho de dizer que os meios de comunicação ocidentais estão envolvidos em atos de camuflagem absolutamente criminosos. Só o fato de alinharem com a agenda militar, como estão a fazer na Síria, onde sabemos que os rebeldes são apoiados pela Otan, na Arábia Saudita e em Israel, e como fizeram na Líbia, é chocante do meu ponto de vista, porque as mentiras que se criam servem para justificar uma intervenção humanitária. Em vez de uma guerra nuclear, não podemos assistir a um cenário semelhante à Guerra Fria, com os EUA, a União Europeia e Israel de um lado e a China, a Rússia e o Irã do outro?

Esse cenário já é visível. A Otan e os EUA militarizaram a sua fronteira com a Rússia e a Europa de Leste, com os chamados escudos de defesa antimíssil – todos esses mísseis estão apontados a cidades russas. Obama sublinhou em declarações recentes que a China é uma ameaça no Pacífico – uma ameaça a quê? A China é um país que nunca saiu das suas fronteiras em 2 mil anos. E eu sei, porque investigo este tema há muito tempo, que está sendo construída toda uma fortaleza militar em volta da China, no mar, na península da Coreia, e o país está cercado, pelo menos na sua fronteira a sul. Por isso a China não é a ameaça. Os EUA são a ameaça à segurança da China. E estamos numa situação de Guerra Fria. Devo mencionar, porque é importante para a UE, que, no limite, os EUA, no que toca à sua postura financeira, bancária, militar e petrolífera, também estão a ameaçar a UE. Estão por trás da destabilização do sistema bancário europeu.

ODiário.Info: E a colocação de mais tropas em torno da China vai trazer mais tensão à região.

MC: Quanto a isso não tenho dúvidas, porque os EUA estão aumentando a sua presença militar no Pacífico, no oceano Índico e estão tentando ter o apoio das Filipinas e de outros países no Sudeste Asiático, como o Japão, a Coreia, Singapura, a Malásia (que durante muitos anos esteve reticente a juntar-se a esta aliança). Portanto, Washington está formando uma extensão da Otan na região da Ásia-Pacífico, direcionada contra a China. Não há dúvidas quanto a isto. E não se vence uma guerra contra a China. É um país com uma população de 1,4 bilhões de pessoas, com um número significativo de forças, tanto convencionais como estratégicas. Por isso, com este confronto entre a Otan e os EUA, de um lado, e a China, do outro, estamos num cenário de terceira guerra mundial. E toda a gente vai perder esta guerra. Qualquer pessoa com um entendimento mínimo de planejamento militar sabe que este tipo de confronto entre superpotências – incluindo o Irã, que é uma potência regional no Médio Oriente, com uma população de 80 milhões de pessoas – poderá levar-nos a uma guerra nuclear. E digo isto porque os EUA e os seus aliados implementaram as chamadas armas nucleares tácticas – mudaram o nome das bombas e dizem que são inofensivas para os civis, o que é uma grande mentira.

ODiário.Info: Mentira porquê?

MC: Está escrito em todos os documentos que a B61-11 (arma nuclear convencional) não faz mal às pessoas e planejam usá-la. Tenho examinado estes planos de guerra nos últimos oito anos, e posso garantir que estão prontos a ser usados e podem ser acionados sem uma ordem do presidente dos EUA. Olhe para o que eles designam “Nuclear Posture Review” de 2001, um relatório fulcral que integra as armas nucleares no arsenal convencional, sublinhando a distinção entre os diferentes tipos de armas e apresentando a noção daquilo que chamam “caixa de ferramentas”. E a caixa de ferramentas é uma coleção de armas variadas, que o comandante na região ou no terreno pode escolher, onde estão estas B61-11, que são consideradas armas convencionais. Se quiser posso fazer uma analogia, é a mesma coisa que dizer que fumar é bom para a saúde. As armas nucleares não são boas para a saúde, mudaram o rótulo e chamaram–lhes bombas humanitárias, mas têm uma capacidade destruidora seis vezes superior à de Hiroxima.

ODiário.Info: Mas a maior parte das pessoas não parece consciente da gravidade do cenário…

MC: A ironia é que a terceira guerra mundial pode começar e ninguém estará sequer a par, porque não vai estar nas primeiras páginas. Na verdade, a guerra já começou no Irã. Têm forças especiais no terreno, instigaram todo este tipo de mecanismos para desestabilizar a economia iraniana através do congelamento de bens. Há uma guerra da moeda em curso – isto faz parte da agenda militar. Desestabilizando-se a moeda de um país desestabiliza-se a sua economia, bloqueiam-se as exportações de petróleo, e isto antecede a implementação de uma agenda militar. Se eles puderem evitar uma aventura militar contra o Irã e ocupar o país através de outros meios, fá-lo-ão. É isso que estão a tentar neste momento. Querem a mudança de regime, o colapso das petrolíferas, apropriar-se dos recursos do país, e têm capacidade para fazer isto tudo sem uma intervenção militar, embora alguma possa vir a ser necessária. Mas o Irã é considerado uma das maiores potências militares da região e basta olharmos para as análises da sua força aérea, a sua capacidade em mísseis, as suas forças convencionais que ultrapassam um milhão de homens (entre ativo e reserva), o que permite que de um dia para o outro consiga mobilizar cerca de metade, ou até mais. Tendo em conta estes números, os EUA e os seus aliados não conseguem vencer uma guerra convencional contra o Irã, daí a razão pela qual estão a tentar fazer a guerra com outros meios, e um desses meios é o pretexto das armas nucleares.

ODiário.Info: Acha que o Ocidente pode lançar um ataque preventivo contra o Irão mesmo sem provas?

MC: Claro que sim! Olhe para a história dos pretextos para lançar guerras. Olhe para trás, para todas as guerras que os EUA começaram, a partir do século XIX. O que fazem sistematicamente é criar aquilo que chamamos incidente provocado para começar a guerra. Um incidente que lhes permite justificar o início de um conflito por motivos humanitários. Isto é muito óbvio. Em Pearl Harbor, por exemplo, sabe-se que foi uma provocação, porque os EUA sabiam que iam ser atacados e deixaram que tal acontecesse. O mesmo se passou com o incidente no golfo de Tonkin, que levou à guerra do Vietnã. E agora são vários os pretextos que emergem contra o Irã: as alegadas armas nucleares são um, outro é o alegado papel nos atentados 11 de Setembro, pois desde o primeiro dia que acusam o país de apoiar os ataques, a afirmação mais absurda que podem fazer, pois não existem quaisquer provas. Mas os media agarram nestas coisas e dizem “sim, claro”.

ODiário.Info: Pode explicar às pessoas de uma forma simples a relação entre guerra contra o terrorismo e batalha pelo petróleo?

MC: A guerra contra o terrorismo é uma farsa, é uma forma de demonizar os muçulmanos e é também a criação, através de operações em segredo dos serviços secretos, de brigadas islâmicas, controladas pelos EUA. Sabemos disso! Estas forças, ligadas à Al-Qaeda, são uma criação da CIA de 1979. Por isso a guerra contra o terrorismo é apenas um pretexto e uma justificação para lançar uma guerra de conquista. É uma tentativa de convencer as pessoas de que os muçulmanos são uma ameaça e de que estão a protegê-las e para isso têm de invadir países perigosos, como o Irã, o Iraque, a Síria e a Coreia do Norte, que perdeu 25% da sua população durante a Guerra da Coreia, mas, no entanto, continua a ser tida como uma ameaça para Washington. É absurdo! Os americanos são um pouco como a inquisição espanhola. Aliás, piores! O que mais me choca é que os EUA conseguem virar a realidade ao contrário, sabendo que são mentiras e mesmo assim acreditando nelas. A guerra contra o terrorismo é uma mentira enorme, mas todas as pessoas acreditam e o mesmo se passava com a inquisição espanhola – ninguém a questionava. As pessoas conformam-se com consensos e quem assume a posição de que isto não passa de um conjunto de mentiras é considerado alguém em quem não se pode confiar e provavelmente perderá o emprego. Por isso esta guerra é contra a verdade, muito mais séria que a agenda militar. Contra a consciência das pessoas – parece que ninguém está autorizado a pensar. E depois vêm dizer-nos “Ah, mas as armas nucleares são seguras para os civis”. E as pessoas acreditam.

ODiário.Info: Será Israel capaz de atacar Irã sem o apoio dos EUA?

MC: Não. Eles podem enviar as suas forças, por exemplo para o Líbano, mas o seu sistema está integrado no dos EUA e, como o Irã tem mísseis, têm de estar coordenados com Washington. É uma impossibilidade em termos militares. Em 2008, o sistema de defesa aérea de Israel foi integrado no dos EUA. Estamos a falar de estruturas de comando integradas. Quer dizer, Israel pode lançar uma pequena guerra contra o Hezbollah ou até contra a Síria, mas contra o Irã terá de ser com a intervenção do Pentágono. Embora tendo uma fatia significativa de militares, Israel tem uma população de 7 milhões de pessoas e não tem capacidade para lançar uma grande ofensiva contra o Irã.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Mahdi - ou messias islâmico - está prestes a aparecer

O governo iraniano vê a atual instabilidade no Oriente Médio como um sinal de que o Mahdi - ou messias islâmico - está prestes a aparecer. Uma de suas principais características é unir os povos e trazer a paz, algo que os cristãos atribuem ao anticristo.
O site CBN News divulgou um vídeo produzido pelo regime iraniano que afirma que todos os sinais do fim dos tempos estão claros. E o Irã terá papel de destaque.
Enquanto os movimentos revolucionários que se multiplicam por todo Oriente Médio criaram incerteza na região, o vídeo mostra que o regime iraniano acredita que este “caos atual” é um teste divino e que a vitória final está próxima.
O vídeo chamado “A vinda” foi aprovado nos mais altos níveis do governo iraniano. Ele descreve os acontecimentos atuais no Oriente Médio como um prelúdio da chegada do mítico 12°Imã. Ele também é chamado de “Mahdi”, o Messias que as escrituras islâmicas dizem que levará o exércitos do Islã a ter a vitória sobre os não-muçulmanos nos últimos dias.
“Este vídeo foi produzido por um grupo chamado Condutores da Vinda, em conjunto com a Basiji (força paramilitar iraniana) e com o gabinete do presidente iraniano”, disse Reza Khalil, um ex-membro da Guarda Revolucionária do Irã que repassou o vídeo ao site CBN News.
Kahlili é autor do livro “Tempo de Trair” e trabalhou como agente duplo para a CIA dentro do regime iraniano durante muitos anos.
O vídeo afirma que o Irã está destinado a crescer e ser uma grande potência nos últimos dias. Ele irá ajudar a derrotar os Estados Unidos e Israel, e abrir caminho para o Mahdi.
A atual turbulência política em outros países do Oriente Médio, como Iêmen e Egito também são vistos como sinais proféticos de que o Mahdi está próximo. Também comemoram a doença do rei da Arábia Saudita, um rival histórico dos iranianos.
“Não é a doença e condição incerta de Abdullah uma grande notícia para os que estão ansiosos pela vinda do Messias?” pergunta o narrador.
O aiatolá Khamenei, líder supremo do Irã, e Hassan Nasrallah, líder do grupo terrorista Hezbollah , são apontados como os personagens principais do fim dos tempos predito na escrituras islâmicas. O presidente Mahmoud Ahmadenijad, segundo o vídeo, ainda vai conquistar Jerusalém antes da vinda do Mahdi, que deverá exterminar os judeus, algo também atribuído ao Anticristo.
Kahlili explica que esse vídeo em breve será distribuído pelo regime iraniano em todo o Oriente Médio. Seu objetivo seria instigar ainda mais revoltas nos países árabes e prepara os muçulmanos fiéis.
Assista o video (em espanhol):

http://noticias.gospelprime.com.br/governo-iraniano-anuncia-a-chegada-do-messias-muculmano-que-pode-ser-o-anticristo/





Traduzido e adaptado de Notícias Cristianas e CBN

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Israel pode atacar Irã nos próximos meses

fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/19628/israel+pode+atacar+ira+nos+proximos+meses+diz+secretario+de+defesa+dos+eua.shtml


Israel pode atacar Irã nos próximos meses, diz secretário de Defesa dos EUA.Ataques poderiam acontecer em abril, maio ou junho


O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, crê que Israel pode tomar a decisão de atacar o Irã na próxima primavera do Hemisfério Norte, informou nesta sexta-feira (03/02) o colunista do jornal The Washington Post, David Ignatius. O colunista acompanha o secretário para cobrir seu encontro com os ministros de Defesa da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
"Panetta acredita que há uma alta probabilidade de Israel atacar o Irã em abril, maio ou junho", informou Ignatius em sua coluna.
Tanto o secretário de Defesa norte-americano quanto a administração Obama deixaram claro nas últimas semanas que o Irã poderia cruzar uma "linha vermelha" se dedicasse o desenvolvimento nuclear à construção de uma bomba e que, caso isso ocorresse, todas as opções, incluindo a ação militar, estariam sobre a mesa.
No entanto, Israel poderia ser menos paciente já que considera que o Irã poderia ter acumulado suficiente urânio enriquecido nesta primavera (abril, maio e junho) para produzir uma ogiva nuclear.
As preocupações de Panetta se fundamentam no fato de que, diferentemente dos EUA, Israel não tem capacidade para atacar as instalações de enriquecimento do Irã que se encontram a 200 metros abaixo da terra. Além disso, Israel está consciente de que o arsenal de mísseis iraniano é capaz de chegar ao seu território com facilidade.
Además, o congelamento das manobras militares conjuntas prevista no Golfo entre EUA e Israel poderiam alimentar as suspeitas de Panetta, ainda que os países tenham deixado claro que isso não teria a ver com as tensões com o Irã.
O secretário de Defesa confirmou que faz algumas semanas que ele e o ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, propuseram as manobras militares conjuntas na área depois que o representante israelense sugeriu que Israel necessitava de mais planejamento.
Os EUA e seus aliados na Europa promovem o incremento das sanções contra o Irã para que este país suspenda seu programa de desenvolvimento de energia nuclear que, segundo Washington, se destina à fabricação de armas atômicas.